RTP - Lusa
Milhares de pessoas
manifestaram-se hoje em várias cidades da Grécia, num dia de greve geral de
protesto contra uma nova série de medidas de austeridade.
Mais de 30.000
pessoas manifestaram-se em Atenas e Tessalónica.
A greve geral, a
primeira desde que o atual governo tomou posse, em junho, obrigou à suspensão
de voos e das ligações ferroviárias e marítimas e encerrou todos os serviços
públicos, incluindo os museus.
O protesto
mobilizou trabalhadores dos setores público e do privado, estudantes e
pensionistas.
"Estamos aqui
para lutar pelo nosso futuro", disse à France Presse Anastasia Teloni, uma
estudante de Direito de 20 anos. "A menos que aconteça alguma coisa em
grande, vai-me ser difícil encontrar trabalho e ter uma vida respeitável".
"Há dois a
três anos que vivemos uma catástrofe social incrível", disse Ilias Loizos,
um funcionário municipal de 56 anos. "O meu salário foi reduzido 50 por
cento. Tenho dois filhos e, amanhã, não sei se vou ter emprego".
A greve geral é a
terceira deste ano, mas a primeira a testar a coligação de governo que tomou
posse em junho e que precisa de fazer cortes de 11,5 mil milhões de euros para
que os credores internacionais desbloqueiem mais uma prestação do empréstimo.
O novo pacote de
medidas, que inclui um aumento de impostos, deverá ser votado já no início de
outubro. Fonte do Ministério das Finanças disse que o pacote já foi aprovado
pelo primeiro-ministro, Antonis Samaras, e aguarda apenas a aprovação dos
parceiros de coligação.
Os novos cortes vão
afetar milhares de funcionários públicos, que ao longo dos últimos dois anos já
sofreram reduções de salário de 40 por cento.
A idade da reforma
também deverá ser aumentada dos 65 para os 67, apenas dois anos depois do
último aumento.
As medidas de
austeridade destinam-se a desbloquear uma prestação de 31,5 mil milhões, parte
do enorme empréstimo concedido à Grécia pela chamada `troika` -- Comissão
Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Para os sindicatos,
o país poderá ser obrigado a pedir um novo empréstimo, porque as medidas de
austeridade provocaram uma taxa de desemprego recorde e uma profunda recessão
económica, que vai no quinto ano consecutivo.
"Os salários,
as pensões e os benefícios foram cortados repetidamente nos últimos dois anos e
meio e o `monstro` da dívida e do défice continua invencível, exigindo
constantemente novos sacrifícios", afirmam em comunicado as duas grandes
centrais sindicais, GSEE e ADEDY.
"SOS -- salvem
o país, mas acima de tudo o povo", lê-se em faixas colocadas pelas ruas da
capital.
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