terça-feira, 25 de setembro de 2012

Moçambique: CRESCIMENTO ROBUSTO, DONOS DOS RECURSOS, 25 MILHÕES DA CHINA

 


Moçambique registou crescimento robusto e estável: Frelimo
 
Muhamud Matsinhe, da AIM, em Pemba
 
Pemba (Moçambique), 23 Set (AIM) – O Comité Central da Frelimo, partido no poder em Moçambique desde a independência nacional em 1975, considera que a economia do país registou um robusto e estável nos últimos anos, não obstante os efeitos adversos da conjuntura internacional, tais como a alta de preços de combustíveis e de alimentos.
 
Esta apreciação consta do relatório apresentado hoje pelo Presidente do partido, Armando Guebuza, no decurso do X Congresso desta formação política, que decorre até o próximo Sábado no bairro de Muchara, cerca de 15 quilómetros do centro de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.
 
“O Comité Central, na sua avaliação, saúda os avanços significativos em termos de desenvolvimento e social do nosso país. Esses progressos foram impulsionados pela estabilidade macro-economica e crescimento acelerado da economia”, disse Guebuza, na apresentação do relatório que cobre o período desde o IX Congresso, realizado em 2006.
 
O documento refere que o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento médio anual na ordem de 7,1 por cento e o rendimento per capita passou de 362,9 dólares americanos em 2006 para 535,5 dólares em 2011, que corresponde a uma subida de quase 46 por cento.
 
Para esse crescimento, o sector primário contribuiu com 9,3 por cento, impulsionado pela agricultura e indústria mineira que individualmente cresceram 9,4 por cento e 13,1 por cento respectivamente, seguido pelo sector terciário com uma variação de 9 por cento.
 
Nesta área, os serviços de transportes e comunicações e os serviços financeiros tiveram maiores contribuições para o crescimento, com uma evolução de 18,3 por cento e 12,9 por cento respectivamente.
 
Paralelamente, a Frelimo afirma que foram criados mais de 1,6 milhões de empregos, dos quais 658.954 para as mulheres e 1.018.759 para homens. No mesmo período foram formados 304 mil cidadãos nos vários centros existente no país, dos quais 34 por cento mulheres.
 
Por outro lado, a Frelimo considera ter havido avanços no domínio de prevenção e gestão de desastres naturais, o que tem impacto na redução da vulnerabilidade de milhares de famílias residentes em áreas de risco à calamidades.
 
Com efeito, Armando Guebuza destacou a criação de cerca de 800 comités locais de gestão de risco e calamidades bem como a construção de 99 bairros de reassentamento ao longo das bacias Zambeze, Buzi e Save, onde vivem cerca de 25.900 famílias, o que permitiu a redução do número de vítimas de cheias e inundações.
 
Contudo, o Comité Central adverte que “os desafios para o combate a pobreza e as suas causas ainda persistem e continuam a ser prioridade para todos”.
 
Estes desafios incluem a produção de alimentos, uma vez que o país continua dependente da importações de alguns produtos básicos, tais como arroz.
 
No seu relatório, Guebuza disse que, após o IX Congresso, a Frelimo orientou o governo para operacionalizar o Plano de Acção para a Produção de Alimentos (PAPA), como forma e impulsionar o aumento da produção e da produtividade agrária, sobretudo dos produtos alimentares básicos.
 
“Registamos com satisfação o aumento da produção de cereais, com destaque para o milho. Hoje, Moçambique é auto-suficiente na produção deste cereal, e a produção da mandioca supera o consumo”, disse.
 
“Ainda prevalecem grandes desafios em outros produtos básicos, como o arroz, cujo consumo anual é de cerca de 534 mil toneladas e o nosso país produz apenas 350 mil toneladas. É necessário continuar os nossos esforços para aumentar a produtividade agrícola no país”, acrescentou.

(AIM) MM/SG
 
Guebuza reitera que moçambicanos devem sentir-se donos dos seus recursos
 
Muhamud Matsinhe, da AIM, em Pemba
 
Pemba (Moçambique), 23 Set (AIM) – O Presidente da Frelimo, partido no poder em Moçambique, Armando Guebuza, disse hoje que os recursos naturais do país devem beneficiar todos os cidadãos e que estes devem sentir-se donos desses mesmos recursos.
 
Falando em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, na abertura do X Congresso do seu partido, Guebuza disse que estes recursos devem também beneficiar o reforço da Unidade Nacional; a consagração da auto-estima; e a consolidação da Paz.
 
“Estas são condições fundamentais para continuarmos a fragilizar a pobreza até fazê-la passar à história”, disse Guebuza, na abertura desta reunião mais importante da Frelimo, que decorre até ao próximo Sábado, em Muxara, um bairro suburbano que dista cerca de 15 quilómetros do centro da cidade de Pemba.
 
“A mensagem da FRELIMO é: continuemos todos, caros compatriotas, a construir este nosso belo Moçambique, um Moçambique que nos deve orgulhar e orgulhar as gerações vindouras”, acrescentou.
 
Desde a independência nacional, a Frelimo tem estado a conduzir os destinos do país e constitui o partido político mais antigo de Moçambique.
 
Na ocasião, Guebuza disse que a Frelimo celebra as suas bodas de ouro a despertar consciências; a infundir auto-estima e auto-confiança; a reafirmar-se como a principal protagonista dos processos no país; a promover a descentralização e o combate aos obstáculos ao desenvolvimento; e a consolidar-se como o Partido das transformações.
 
Segundo Guebuza, o seu partido criou as condições para que levaram o país na última a registar um crescimento económico médio de sete por cento com um impacto directo na melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos.
 
“Este crescimento beneficia a todos os moçambicanos porque, por exemplo resulta na expansão da rede escolar, sanitária, da energia eléctrica e da telefonia móvel e fixa; financia a construção de mais estradas, pontes e fontes de água; bem como o aumento da produção e da produtividade agrárias”, disse Guebuza, acrescentando que “o Moçambique que a FRELIMO está a construir, com a participação de todos os nossos compatriotas, está a beneficiar todos os moçambicanos”.
 
A Frelimo elegeu oito teses que vão orientar os trabalhos do X Congresso, nomeadamente Unidade Nacional, Natureza do Partido, Paz e Democracia, Combate à Pobreza e Promoção do Desenvolvimento Económico-Social Sustentável, Estado e a Sociedade, Boa Governação, Transparência e Combate à Corrupção, Defesa, Segurança e Ordem Pública, e Moçambique na Região e no Mundo.
 
Dentre os vários pontos da agenda, o congresso da Frelimo vai eleger os órgãos centrais do partido, incluindo o presidente, secretário-geral, secretário do Comité de Verificação do Comité Central, Comissão Política, secretariado do Comité Central, membros do Comité de Verificação do Comité Central, entre outros.
 
O evento conta com a participação de cerca de 3055 delegados e convidados, 30 delegações estrangeiras, que incluem representantes de partidos políticos amigos da Frelimo no mundo inteiro.
 
O X Congresso coincide com o ano em que o país celebra a passagem de 50 anos após a fundação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), movimento que a 25 de Setembro de 1964 (dois anos após a sua fundação) iniciou a luta de libertação nacional contra o colonialismo português, uma guerra que culminou com a independência proclamada em 1975.

(AIM) Mm/sg
 
Moçambique e China assinam acordos de cooperação no valor de 25 milhões de dólares
 
Maputo, 22 Set (AIM) – Os governos de Moçambique e da China assinaram hoje, em Maputo, dois acordos de cooperação no valor de 25 milhões de dólares, para o financiamento de projectos a serem acordados entre ambos os países.
 
Trata-se de um acordo de empréstimo sem juros para Moçambique no valor 9,4 milhões de dólares e um donativo de 14,3 milhões de dólares.
 
Assinaram o acordo, o ministro das pescas, Victor Borges, em representação do governo moçambicano e o vice-ministro do comércio da China, Li Rongcan, em nome daquele país asiático.
 
Falando minutos após a assinatura dos acordos, Borges explicou que ambos, empréstimo e donativo, surgem na sequência de outros financiamentos que a China tem vindo a conceder a Moçambique.
 
Sobre o destino destes financiamentos, Borges explicou que serão aplicados “na construção de infra-estruturas que beneficiem a população de Moçambique no quadro dos esforços que o governo tem vindo a realizar no combate à pobreza”.
 
Estes acordos, segundo Borges, também juntam-se a outras iniciativas e financiamentos em curso no valor de cerca de 1,2 mil milhões de dólares já desembolsados e também a outros 500 milhões de dólares ainda por desembolsar.
 
Na ocasião, o mistro fez referência ao investimento chinês privado em Moçambique actualmente estimado em três mil milhões de dólares.
 
Borges acredita que este investimento deverá manter-se face a descoberta de recursos naturais em Moçambique, tais como depósitos massivos de carvão e gás natural, bem como ao enorme potencial existente no país nas áreas da agricultura e turismo.
 
Questionado sobre as áreas que irão beneficiar deste financiamento, Borges explicou que, geralmente, após a aprovação do investimento Moçambique submete ao governo chinês aquilo que as suas opções de financiamento.
 
“Seria prematuro adiantar algo que ainda temos de coordenar com a parte chinesa”, disse.
 
Sobre as modalidades da amortização do empréstimo, Borges explicou que os 9,4 milhões de dólares referentes ao presente empréstimo serão pagos por um calendário que será estabelecido pelo governo moçambicano, a semelhança do stock da dívida externa de Moçambique actualmente estimada em 4,2 mil milhões de dólares.

(AIM) SG/
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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