Carlos Gomes Júnior, PR eleito e legítimo,
deverá falar na AG da ONU |
Bissau, 25 set
(Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, partiu
hoje para Nova Iorque sem certezas de poder dirigir-se à Assembleia Geral das
Nações Unidas, mas afirmando que "o mundo não acaba" caso seja
impossibilitado de o fazer.
Serifo Nhamadjo
chefia uma comitiva das autoridades de transição e pretende discursar na ONU na
próxima quinta-feira, mas as autoridades depostas no golpe de Estado de 12 de
abril, Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira, também estão em Nova Iorque com
o mesmo fim.
Na segunda-feira, o
secretário-executivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa),
Murade Murargy, disse à Lusa que os restantes países da comunidade tinham
decidido mobilizar-se para impedir que fossem as autoridades de transição a
intervir na quinta-feira.
"Não estou
preocupado com isso, o mundo não acaba com o discurso ou não discurso",
disse hoje em Bissau o Presidente de transição, minutos antes de deixar o país.
Falando ou não
perante a Assembleia-Geral Serifo disse que quer passar a mensagem de que a
Guiné-Bissau "está a fazer tudo para que a transição seja pacífica" e
que se possa chegar às eleições (previstas para abril) em ambiente de paz e que
os candidatos possam fazer campanha "de forma tranquila, e que o país
possa voltar definitivamente à norma constitucional".
O Presidente da transição
quer também agradecer aos países que se têm mostrado solidários para com a
Guiné-Bissau, em particular a Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), e pedir à comunidade internacional para que apoie "a
Guiné-Bissau e a transição" para que se possam fazer as eleições.
"Vou fazer
esse apelo se tiver possibilidade de o fazer", ressalvou.
Serifo Nhamadjo
reconheceu que não há ainda no país um Governo de inclusão, como as Nações
Unidas em Bissau têm pedido, e disse que tem havido esforços nesse sentido.
Houve algumas
forças políticas que rejeitaram na altura "mas agora com o tempo começam a
sentir que é imperativo estarem presentes".
"Esse trabalho
está a ser desenvolvido e acredito que brevemente haverá a inclusão das partes
que estavam fora do grupo", disse.
O governo de
transição não integra o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde), a maior força política e que estava no poder até o golpe de Estado
de 12 de abril passado.
Raimundo Pereira,
Presidente interino, e Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro, eram até ao
golpe os dirigentes máximos e estão a viver há vários meses em Portugal.
Questionado sobre
se seria possível um encontro com os dois, Serifo Nhamadjo disse que se houver
um acordo nesse sentido ele o verá "com bom grado". "Falarei com
todos os que possam contribuir para a estabilidade do país", disse.
SERIFO NHAMADJO,
DESCARAMENTO DE FANTOCHE - opinião PG
A anormal noção de legitimidade
deste presidente fantoche - Nhamadjo - que por nomeação dos militares golpistas se considera
com o direito a representar o PR da Guiné-Bissau na ONU só demonstra que o povo
guineense está sob o jugo de uns quantos indivíduos doentios e antidemocráticos
que como um bando de tresloucados se arrogam de direitos que obtiveram pela
força de mais um golpe de estado em detrimento e contra os eleitos pelo povo
guineense.
A cena é triste, mas mais triste é o presente e o futuro dos
guineenses dominados por indivíduos que não passam de tétricos monstros inimigos da
legitimidade democrática reconhecida pela comunidade internacional no seu maior
areópago, as Nações Unidas.(PG)
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