Graça Machel propõe
"plano quinquenal para aproximar o partido do povo"
25 de Setembro de
2012, 17:57
Pemba, 25 set
(lusa) - Graça Machel, histórica dirigente da Frelimo e viúva do primeiro Presidente
de Moçambique, propôs hoje "um plano quinquenal para aproximar o partido
do povo", e a demarcação de comportamentos atuais.
"Proponho que,
ao mesmo tempo que temos um plano quinquenal do governo, tenhamos também um
plano quinquenal do partido em que estes aspetos de como é que nos reforçamos,
como inspiramos a população no nosso seio" sejam analisados, disse a atual
mulher de Nelson Mandela, no X Congresso da Frelimo.
"Isso
significa também uma demarcação completa com os comportamentos que caracterizam
o militante da Frelimo, aumentando a credibilidade" do partido no poder em
Moçambique.
O plano quinquenal
"vai aumentar a identificação do povo connosco, para que se reduza o fosso
que hoje existe, do tipo 'esses da Frelimo e o povo do outro lado'", acrescentou
Graça Machel.
Momentos depois, um
delegado de base advertia para os riscos de outro fosso, entre ricos e pobres,
que, disse, "aumenta assustadoramente e pode semear tempestades para as
gerações futuras".
No debate sobre o
programa do governo, que voltou a ser aberto aos jornalistas, depois de
indicações dadas em contrário por responsáveis da Frelimo, Sérgio Vieira, outro
histórico dirigente, apelou para a regulação do setor mineiro.
"Tem que se
criar normas por lei para a exploração dos recursos minerais", propôs
Vieira, que neste congresso abandona o comité central, e que tem sido um
crítico da atividade das grandes empresas mineiras internacionais que extraem
carvão na província de Tete.
LAS
Greenpeace termina
missão de patrulha conjunta nas águas Moçambicana
Maputo, 23
Set (AIM) – Uma equipe conjunta envolvendo a Greenpeace International, uma
organização para a defesa do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, e um
grupo de inspectores do Ministério das Pescas, terminou hoje, em Maputo, uma
missão de patrulha das águas territoriais moçambicanas.
A missão, que teve
início a 6 de Setembro corrente, contava com um barco da Greenpeace
International baptizado “Rainbow Warrior”, com uma tripulação de 28 pessoas a
bordo, representando 18 países do mundo inteiro, incluindo Moçambique, EUA,
Reino Unido, Espanha, Itália, Bulgária, Rússia, Canadá Nova Zelândia, entre
outros.
A Greenpeace possui
representações em 40 países do mundo inteiro.
As operações de
patrulha eram apoiadas por um helicóptero a bordo do Rainbow Warrior e que lhe
permite cobrir uma área muito extensa.
Falando em
conferência de imprensa, João Senete, da Direcção Nacional de Inspecção do
Ministério das Pescas, e que também teve a oportunidade de participar na
missão, explicou que a mesma surge no âmbito dos esforços das autoridades
moçambicanas no combate à pesca ilegal e garantir que a actividade seja
exercida de acordo com as leis vigentes no país.
“ Para o efeito,
celebramos um memorando de entendimento com a Greenpeace”, disse.
A missão conjunta,
que estava sob o comando dos inspectores de pesca de Moçambique, tinha como
objectivo patrulhar as águas territoriais nacionais e facilitar a inspecção de
barcos estrangeiros, a maioria dos quais dedica-se a pesca de atum e tubarão.
Refira-se que
devido a exiguidade de recursos, extensas áreas das águas territoriais
moçambicanas carecem de patrulha, uma situação que constitui um atractivo para
a pesca ilegal.
“Actualmente, os
barcos de pesca estão a saquear atum, tubarão e outras espécies do Oceano
Índico. Por isso, existe a necessidade de travar os barcos que continuam a
infringir as leis. Os nossos oceanos, que constituem a fonte de emprego e de
alimentos para biliões de pessoas, carecem de um controlo e fiscalização
adequada”, disse Paloma Colmenarejo, uma activista da Greenpeace International,
e membro da tripulação do Rainbow Warrior.
Durante duas
semanas, a missão cobriu uma área de cerca de 133.500 quilómetros quadrados,
desde a Ponta do Ouro, extremo sul da província de Maputo até ao rio Save no
centro de Moçambique, tendo inspeccionado quatro barcos de pesca estrangeiros,
dos quais três japoneses e um espanhol, explicou Colmenarejo.
A área
inspeccionada corresponde apenas a 33 por cento das águas territoriais de
Moçambique, estimadas em cerca de 400 mil quilómetros quadrados.
O “Fukuseki Maru nº
27”, um barco de pesca pertencente a companhia japonesa Fukuseki Maru Co. Ltd,
recusou-se a cooperar e permitir que os inspectores da fiscalização de pesar as
barbatanas de tubarão encontradas a bordo.
A recusa constitui
uma infracção dos requisitos para a atribuição da licença de pesca, razão pela
qual as autoridades moçambicanas já estão a avaliar as medidas legais que
poderão ser tomadas contra o infractor.
A maioria dos
barcos em Moçambique tem como principal actividade a pesca do atum,
peixe-espada e tubarão, este último por causa das suas barbatanas.
Infelizmente, o
atum e muitas outras espécies na região correm o risco de extinção devido a
sobrepesca.
“A pesca ilegal é
um grave problema nas águas dos países costeiros que se debatem com uma
capacidade limitada de monitorar as embarcações pesqueiras. Os barcos estão a
saquear peixe no Oceano Índico, privando os países costeiros da receita que
muita falta faz”, disse Colmenarejo.
De um modo geral, a
Greenpeace faz uma avaliação positiva da situação em Moçambique pelo facto de
não ter sido detectado nenhum caso de pesca ilegal a excepção do barco japonês
que se recusou a pesar a sua carga.
Porém, adverte que
ainda não é caso para celebrar pois poderá ter contribuído o facto de muitos
barcos terem abandonado temporariamente a região devido a fim da época da pesca
de atum. Por isso, para uma melhor avaliação outras inspecções são necessárias.
(AIM) SG/
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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