Expresso
Confrontos na manifestação
à volta do Congresso de Deputados provocaram 64 feridos e 35 detidos. Hoje
haverá nova concentração, que não está autorizada.
Os confrontos de terça-feira nos acessos ao Congresso de Deputados, em Madrid, saldaram-se com 64 feridos, um deles em estado grave, e 35 detidos, segundo o último balanço fornecido pelas autoridades policiais e pelos serviços de emergência.
Segundo a Chefia
Superior da Polícia de Madrid, entre os 64 feridos, dos quais 28 necessitaram
de hospitalização, estão 27 agentes policiais.
Fontes das
Emergência Madrid confirmam que o caso mais grave é o de um homem que tinha uma
patologia cervical prévia que se "reativou" durante os incidentes,
desconhecendo-se se a causa foi uma queda ou se foi agredido. Uma equipa do
Samur-Proteção Civil transportou o homem para o hospital com uma possível lesão
medular.
A zona da Praça de
Neptuno, na Carrera de San Jerónimo, um dos principais acessos ao Congresso de
Deputados, viveu durante várias horas momentos de muita tensão, com cargas
policiais e violentos confrontos entre manifestantes do protesto 'Cerca o
Congresso' e agentes antimotim.
Vídeos distribuídos
pelas redes sociais mostram ainda uma outra ação policial na estação de Atocha.
O forte dispositivo
policial montado em torno ao Congresso - envolvendo 1300 agentes - permaneceu
mobilizado até cerca da 1h de hoje (0h em Lisboa), ainda que um dispositivo de
vigilância continue em torno do complexo, onde hoje decorre a sessão de
controlo ao Governo. No início da madrugada, os agentes policiais despejaram os
cerca de 50 manifestantes que permaneciam frente ao Congresso, passadas as
21h30, que eram o limite horário autorizado para a manifestação, noticia a Efe.
Cerca de 200
polícias antimotim foram-se aproximando do lugar onde estavam os últimos
manifestantes e deslocaram-nos para fora do único espaço do Passeio do Prado
que ainda ocupavam.
Os convocantes do
protesto anunciaram ao final da noite de terça-feira uma nova concentração,
hoje, às 19h, mas a manifestação não está legalmente autorizada.
Delegada do Governo
defende ação policial
Entretanto, a
delegada do Governo em Madrid já veio a público defender a ação dos agentes
policiais durante os confrontos, considerando que os efetivos "receberam
um ataque desproporcionado".
Cristina Cifuentes,
que tinha prometido "tolerância zero" para qualquer tentativa de
entrar na barreira instalada pela polícia, referiu-se assim aos confrontos. Em
declarações à RNE, Cifuentes deu o seu "apoio absoluto" à resposta
aos manifestantes, considerando que os agentes "receberam um ataque
desproporcionado", com o lançamento de pedras, garrafas e outros objetos.
A representante do
Governo espanhol em Madrid atribui responsabilidade pelos incidentes a
"radicais antissistema", lamentando que tenha terminado em confrontos
uma manifestação que era "pacífica" até à entrada em ação destes
grupos.
Questionado sobre a
nova convocatória de protesto para hoje, anunciada ao final da noite de
terça-feira, Cifuentes deixou um "apelo à tranquilidade", recordando
que essa manifestação não está autorizada e que "se aplicará a lei com
todas as suas consequências".
Já na terça-feira à
noite o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, tinha declarado o seu apoio
à ação policial, afirmando aos jornalistas - numa curta declaração no Congresso
de Deputados - que reagiram à "violência extrema" de alguns
manifestantes.
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