quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NOVO PROTESTO EM MADRID MARCADO PARA HOJE

 

Expresso
 
Confrontos na manifestação à volta do Congresso de Deputados provocaram 64 feridos e 35 detidos. Hoje haverá nova concentração, que não está autorizada.

Os confrontos de terça-feira nos acessos ao Congresso de Deputados, em Madrid, saldaram-se com 64 feridos, um deles em estado grave, e 35 detidos, segundo o último balanço fornecido pelas autoridades policiais e pelos serviços de emergência.
 
Segundo a Chefia Superior da Polícia de Madrid, entre os 64 feridos, dos quais 28 necessitaram de hospitalização, estão 27 agentes policiais.
 
Fontes das Emergência Madrid confirmam que o caso mais grave é o de um homem que tinha uma patologia cervical prévia que se "reativou" durante os incidentes, desconhecendo-se se a causa foi uma queda ou se foi agredido. Uma equipa do Samur-Proteção Civil transportou o homem para o hospital com uma possível lesão medular.
 
A zona da Praça de Neptuno, na Carrera de San Jerónimo, um dos principais acessos ao Congresso de Deputados, viveu durante várias horas momentos de muita tensão, com cargas policiais e violentos confrontos entre manifestantes do protesto 'Cerca o Congresso' e agentes antimotim.
 
Vídeos distribuídos pelas redes sociais mostram ainda uma outra ação policial na estação de Atocha.
 
O forte dispositivo policial montado em torno ao Congresso - envolvendo 1300 agentes - permaneceu mobilizado até cerca da 1h de hoje (0h em Lisboa), ainda que um dispositivo de vigilância continue em torno do complexo, onde hoje decorre a sessão de controlo ao Governo. No início da madrugada, os agentes policiais despejaram os cerca de 50 manifestantes que permaneciam frente ao Congresso, passadas as 21h30, que eram o limite horário autorizado para a manifestação, noticia a Efe.
 
Cerca de 200 polícias antimotim foram-se aproximando do lugar onde estavam os últimos manifestantes e deslocaram-nos para fora do único espaço do Passeio do Prado que ainda ocupavam.
 
Os convocantes do protesto anunciaram ao final da noite de terça-feira uma nova concentração, hoje, às 19h, mas a manifestação não está legalmente autorizada.
 
Delegada do Governo defende ação policial
 
Entretanto, a delegada do Governo em Madrid já veio a público defender a ação dos agentes policiais durante os confrontos, considerando que os efetivos "receberam um ataque desproporcionado".
 
Cristina Cifuentes, que tinha prometido "tolerância zero" para qualquer tentativa de entrar na barreira instalada pela polícia, referiu-se assim aos confrontos. Em declarações à RNE, Cifuentes deu o seu "apoio absoluto" à resposta aos manifestantes, considerando que os agentes "receberam um ataque desproporcionado", com o lançamento de pedras, garrafas e outros objetos.
 
A representante do Governo espanhol em Madrid atribui responsabilidade pelos incidentes a "radicais antissistema", lamentando que tenha terminado em confrontos uma manifestação que era "pacífica" até à entrada em ação destes grupos.
 
Questionado sobre a nova convocatória de protesto para hoje, anunciada ao final da noite de terça-feira, Cifuentes deixou um "apelo à tranquilidade", recordando que essa manifestação não está autorizada e que "se aplicará a lei com todas as suas consequências".
 
Já na terça-feira à noite o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, tinha declarado o seu apoio à ação policial, afirmando aos jornalistas - numa curta declaração no Congresso de Deputados - que reagiram à "violência extrema" de alguns manifestantes.
 

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