domingo, 23 de setembro de 2012

Portugal é "um país com muitas cigarras e poucas formigas" - Miguel Macedo

 

RB, Lusa - RTP
 
O ministro da Administração Interna (MAI), Miguel Macedo, disse hoje em Campia, Vouzela, que Portugal "não pode continuar um país de muitas cigarras e poucas formigas". Ao mesmo tempo que enaltecia o "esforço do povo" para ultrapassar a crise.
 
Miguel Macedo chegou hoje a Campia, Vouzela, onde inaugurou o novo edifício do destacamento local dos bombeiros, debaixo de assobios e protestos de um grupo de elementos da comissão de luta contra as portagens nas auto-estradas A24, A25 e A23.
 
O ministro desvalorizou a presença dos manifestantes, cerca de duas dezenas, considerando que o protesto constitui "um direito das pessoas".
 
O recado, no entanto, mais forte foi a referência à fábula da formiga, a trabalhadora, e da cigarra, a preguiçosa, que contextualizou no cenário de crise que o país atravessa, um cenário que para Miguel Macedo "é muito, muito difícil".
 
Alegou com os "constrangimentos de soberania financeira", numa alusão ao memorando da troika, e sublinhou que a alusão à fábula consistia em "pedagogia para os tempos difíceis".
 
Miguel Macedo admitiu, perante uma plateia constituída essencialmente por bombeiros, que uma grande parte das corporações de voluntários "atravessam dificuldades", adiantou que no próximo ano estas já vão ter o seu modelo de financiamento revisto, de forma a dar "mais eficácia" ao seu desempenho.
 
No entanto, o ministro, que se mostrou feliz pela chegada da chuva, por causa dos fogos florestais, elogiou fortemente o desempenho de todo o sistema de proteção civil "num ano particularmente difícil", onde, lembrou, vários bombeiros perderam a vida.
 
Ainda sobre o novo modelo de financiamento para o sistema de proteção civil, Miguel Macedo, informou que esta já está em fase de reflexão para aplicação em 2013, apontando algumas novidades num contexto em que admite a necessidade de "mais meios e estruturas".
 
Mas estes podem vir a ter uma dimensão supra-municipal, de forma a potenciar "melhor" o investimento, dando como exemplo a possibilidade de um conjunto de municípios poderem ver os seus corpos de bombeiros serem serviços por uma mesma autoescada.
 
O novo quartel do destacamento dos bombeiros de Vouzela em Campia, onde estão colocados cerca de 30 operacionais, custou 380 mil euros.
 
AO CONTRÁRIO: AS FORMIGAS ESTÃO A SUSTENTAR EXAGERADAMENTE IMENSOS CHULOS
 
Página Global só pode considerar altamente ofensiva a frase de Miguel Macedo, ministro do governo moribundo, quando afirma que Portugal é “um país com muitas cigarras e poucas formigas” e se está a referir às famílias e trabalhadores portugueses que têm vindo a contestar as políticas do governo que estão a miserabilizar o país ainda mais do que quando tomaram posse há cerca de 15 meses. Não é por acaso que Macedo faz parte de um Bando de Vaiados, incluindo o PR Cavaco Silva.
 
Sendo verdade que na fábula que ele visou “A Cigarra e a Formiga” os que trabalham têm verdadeiras possibilidades de aprovisionar alimentos e melhores condições de vida, não pode Macedo esquecer-se que é exatamente o governo de que faz parte o principal responsável pelo aumento de desempregados, pelo aumento da miséria, pela queda da produtividade. Sendo ele e os seus congéneres do governo moribundo de Passos responsáveis pelo descalabro a que vêm conduzindo o país obviamente que terão sempre descontentes a vaiá-los nas deslocações que fizerem perto do povo. Será útil para Macedo que compreenda isso de uma vez e que se demitam – já que não capazes de corrigir as políticas erradas que têm vindo a implementar.
 
Portugal tem formigas suficientes para produzir riqueza bastante se acaso não se verificar uma percentagem tão elevada de desemprego e se os portugueses não tiverem de sustentar com tanto exagero (reformas e mordomias milionárias) tantos chulos, tantos gananciosos do estilo dos deputados que se reformam com pouco mais de uma dezena de anos de serviço, de ex-ministros e primeiros-ministros verdadeiramente adeptos do cambalacho e da corrupção, de Presidentes da República que pesam nos Orçamentos do Estado valores inadmissíveis, etc., etc. A isso, vulgarmente, chama-se chulos. Esses são as cigarras ociosas que vivem repimpadamente à custa das formigas. Formigas que até trabalham mesmo passando fome para que ao menos a comida não falte aos seus filhos.
 
Evidentemente que o descaramento de Miguel Macedo foi reflexo daquilo que ele pensa por via da sua má formação de cidadão e de democrata, uma ideia desrespeitosa do povo português. Sem justiça não há democracia e o facto é que em Portugal a justiça pouco ou raramente existe. É assim mesmo que convém aos Macedos deste país… Até um dia. Tudo indica que esse dia está para muito breve e que a verdadeira democracia irá ser restaurada. Será aí que os Macedos, os Cavacos, os Passos, os Relvas, os Borges e tantos outros, passarão ao capítulo da história triste e negra de Portugal.
 
Em tudo isto Macedo leva-nos a lembrar que o disse acontece exatamente ao contrário: Portugal tem muitas formigas a sustentar exageradamente muitos chulos. (PG)
 

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