quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Portugal: PROTESTO JUNTO À RESIDÊNCIA OFICIAL DE PASSOS COELHO

 


Expresso, com foto – esta noite em Lisboa
 
Várias pessoas concentraram-se junto à residência oficial do primeiro-ministro, em protesto contra as novas medidas de austeridade do Governo, enquanto Passos Coelho dava a entrevista à RTP.
 
"25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!". "Os ladrões estão lá dentro e os polícias estão cá fora", gritaram, entre outras palavras de ordem, as várias pessoas que se concentraram junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, em protesto contra as novas medidas de austeridade do Governo.
 
O líder da Fenprof, Mário Nogueira, presente na manifestação, defendeu a demissão de Passos Coelho. Além das palavras de ordem, dos apitos e das buzinas, houve pessoas a baterem tampas de tachos, provocando um ruído ensurdecedor a escassos metros do local onde o primeiro-ministro estava a ser entrevistado.
 
O protesto começou cerca de meia hora antes da entrevista de Pedro Passos Coelho à RTP. Vigiados por um considerável aparato policial, os manifestantes - entre os quais a coordenadora da Federação de Sindicatos da Função Pública, Ana Avolila - estão confinados a uma distância de meia centena de metros da porta da residência oficial de Passos Coelho.
 
O trânsito esteve cortado junto à residência de São Bento e na rua contígua.
 
Função Pública promete novos protestos
 
A coordenadora da Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, afirmou hoje que vão ser realizadas manifestações de protesto onde houver iniciativas públicas com o Governo.
 
Em declarações à agência Lusa, a sindicalista, que falava no decorrer do protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, disse que a concentração é uma "iniciativa de gente indignada, de delegados e dirigentes sindicais".
 
"Em todo o lado, e enquanto pudermos", vai haver protestos promovidos por sindicalistas afetos à CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional), assegurou.
 
Enquanto os manifestavam gritavam "gatuno, gatuno, gatuno", Ana Avoila mostrava a sua indignação por o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, dar uma entrevista à RTP na residência oficial e não nos estúdios da estação de televisão.
 
"Medidas vão deixar portugueses de tanga"
 
"O primeiro-ministro veio esconder-se aqui, não sei do que tem medo", afirmou. Na opinião da sindicalista, desde que esta semana foram anunciadas novas medidas de austeridade pelo líder do Governo e pelo ministro das Finanças, há "uma grande indignação", porque são "medidas que vão deixar toda a gente de tanga".
 
O líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, outros dos presentes no protesto, disse que se o Governo "tivesse vergonha, demitia-se. Se houvesse um pouco de decoro e ética, este Governo ia-se embora".
 
Para além de criticar as políticas governativas, que "são más", Mário Nogueira condenou também "a atitude do Governo", dando como exemplo o facto de Passos Coelho ter anunciado que ia "dar mais um salário, mas depois saber-se que o vai tirar". Isso ultrapassa tudo, é uma atitude de desrespeito que não é aceitável, muito menos num primeiro-ministro", referiu.
 
Ana Avoila disse à Lusa que foi instalada no local uma televisão para que os manifestantes possam assistir à entrevista de Passos Coelho.
 

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