quinta-feira, 27 de setembro de 2012

São Tomé e Príncipe: HOSPITAIS ESTÃO A VIVER “REALIDADE DIFÍCIL” - PR

 

MYB - Lusa
 
São Tomé, 27 set (Lusa) - O Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, disse hoje que o seu país está a viver "uma realidade difícil" por estar "está muito aquém do que deveria em matéria de prestação de cuidados de saúde".
 
"O nosso país está muito aquém do que deveria estar em matéria de prestação de cuidados de saúde. Esta é uma realidade que não pode, em conjuntura alguma, ser escondida ou omitida", disse o chefe de estado são-tomense, que concluiu na quarta-feira uma semana de 'presidência direta' no setor da saúde.
 
Em declarações a jornalistas, Pinto da Costa disse ter constatado "a extrema e contínua degradação das infraestruturas de saúde, a insatisfação e desespero dos profissionais e utentes com a escassez ou inexistência de utensílios básicos e medicamentos", durante as visitas que efetuou.
 
O governante louvou "a dedicação, o empenho e o espírito de sacrifício dos médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde, pessoal dirigente e administrativos", que considera serem "profissionais que todos os dias enfrentam, com elevado espírito de missão, altruísmo e solidariedade, situações extremas e difíceis, a dor, o sofrimento e muitas vezes até o desespero de quem não tem um dos bens mais preciosos na vida que é a saúde".
 
Durante estas visitas, o chefe de Estado apontou os vários problemas do setor e estas críticas estiveram na origem do incidente com a ministra da Saúde, Ângela Pinheiro, e que levou à demissão da governante.
 
Pinto da Costa considerou que a imagem atual do setor da saúde são-tomense não é abonatória para a imagem do país.
 
"O impacto negativo desta situação para o desenvolvimento turístico do nosso arquipélago é evidente, tendo em conta que o turismo é uma das nossas principais riquezas, tratando-se, por isso, de uma variável determinante no crescimento económico ao serviço da melhoria das condições de vida de todos os são-tomenses", acrescentou.
 
"Um diagnóstico permanentemente atualizado do sistema nacional de saúde é decisivo para impulsionar e motivar os decisores políticos a empreender as reformas estruturais que garantam a prestação de cuidados de saúde de qualidade ao nosso povo, tendo sempre em conta a realidade do país", defendeu o chefe de Estado são-tomense.
 
Pinto da Costa reconheceu "as limitações orçamentais do Estado", apelando por isso para "o rigor na gestão e ao combate permanente ao desperdício para melhorar e tornar mais eficaz a prestação de cuidados de saúde mais humanizados a todos os cidadãos".
 
O dirigente são-tomense apelou ainda ao governo para que no próximo orçamento "assegure um financiamento sustentável do sistema, de modo a evitar, no futuro, situações alarmantes de rutura".
 
"A saúde pertence àquele núcleo de direitos fundamentais que exige responsabilidade acrescida, seriedade e sentido de Estado na sua abordagem", acrescentou Pinto da Costa.
 
Neste sentido, o Presidente são-tomense referiu que "o direito à saúde é de todos e não pode, nunca, assentar em ter ou não ter meios financeiros para viajar para o estrangeiro" para se receber cuidados de saúde adequados.
 

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