MYB - Lusa
São Tomé, 27 set
(Lusa) - O Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, disse hoje que o seu
país está a viver "uma realidade difícil" por estar "está muito
aquém do que deveria em matéria de prestação de cuidados de saúde".
"O nosso país
está muito aquém do que deveria estar em matéria de prestação de cuidados de
saúde. Esta é uma realidade que não pode, em conjuntura alguma, ser escondida
ou omitida", disse o chefe de estado são-tomense, que concluiu na
quarta-feira uma semana de 'presidência direta' no setor da saúde.
Em declarações a
jornalistas, Pinto da Costa disse ter constatado "a extrema e contínua
degradação das infraestruturas de saúde, a insatisfação e desespero dos
profissionais e utentes com a escassez ou inexistência de utensílios básicos e
medicamentos", durante as visitas que efetuou.
O governante louvou
"a dedicação, o empenho e o espírito de sacrifício dos médicos,
enfermeiros, auxiliares de saúde, pessoal dirigente e administrativos",
que considera serem "profissionais que todos os dias enfrentam, com
elevado espírito de missão, altruísmo e solidariedade, situações extremas e
difíceis, a dor, o sofrimento e muitas vezes até o desespero de quem não tem um
dos bens mais preciosos na vida que é a saúde".
Durante estas
visitas, o chefe de Estado apontou os vários problemas do setor e estas
críticas estiveram na origem do incidente com a ministra da Saúde, Ângela
Pinheiro, e que levou à demissão da governante.
Pinto da Costa
considerou que a imagem atual do setor da saúde são-tomense não é abonatória
para a imagem do país.
"O impacto
negativo desta situação para o desenvolvimento turístico do nosso arquipélago é
evidente, tendo em conta que o turismo é uma das nossas principais riquezas,
tratando-se, por isso, de uma variável determinante no crescimento económico ao
serviço da melhoria das condições de vida de todos os são-tomenses",
acrescentou.
"Um
diagnóstico permanentemente atualizado do sistema nacional de saúde é decisivo
para impulsionar e motivar os decisores políticos a empreender as reformas
estruturais que garantam a prestação de cuidados de saúde de qualidade ao nosso
povo, tendo sempre em conta a realidade do país", defendeu o chefe de
Estado são-tomense.
Pinto da Costa
reconheceu "as limitações orçamentais do Estado", apelando por isso
para "o rigor na gestão e ao combate permanente ao desperdício para
melhorar e tornar mais eficaz a prestação de cuidados de saúde mais humanizados
a todos os cidadãos".
O dirigente
são-tomense apelou ainda ao governo para que no próximo orçamento
"assegure um financiamento sustentável do sistema, de modo a evitar, no
futuro, situações alarmantes de rutura".
"A saúde
pertence àquele núcleo de direitos fundamentais que exige responsabilidade
acrescida, seriedade e sentido de Estado na sua abordagem", acrescentou
Pinto da Costa.
Neste sentido, o
Presidente são-tomense referiu que "o direito à saúde é de todos e não
pode, nunca, assentar em ter ou não ter meios financeiros para viajar para o
estrangeiro" para se receber cuidados de saúde adequados.
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