quinta-feira, 11 de outubro de 2012

“A GUINÉ-BISSAU E OS SEUS PARCEIROS DE DESENVOLVIMENTO: O PAPEL DA CPLP”

 

Ação Cidadã
 
Nesta edição nº 18 de Cidadania Ativa propusemo-nos refletir sobre as perceções dos nossos convidados e do cidadão comum a volta do papel da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) no processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau. Assim sendo, e espelhado nos estatutos desta organização, «CPLP estimulará a cooperação entre os seus membros com o objetivo de promover as práticas democráticas, a boa governação e o respeito pelos Direitos Humanos[1]», convém perceber, ao longo de quase 2 décadas de existência, como é que a CPLP tem promovido (se tem promovido) as práticas democráticas, a boa governação e o respeito pelos Direitos Humanos?
 
Aqui, é nossa intenção esmiuçar, tanto quanto possível, as ações concretas de práticas democráticas, de boa governação e de respeito pelos Direitos Humanos promovidas pela CPLP pois, curiosamente, é exatamente nas últimas duas décadas que este jovem país da Africa Ocidental tem vivido dramáticas práticas democráticas, flagelação da governação e um desprezo lamaçal sobre os Direitos Humanos.
 
Por outro lado, o Plano Indicativo de Cooperação (PIC)[2] para o Médio Prazo, «Tem por objetivo apoiar os esforços de desenvolvimento humano dos Estados membros e reforçar as suas capacidades. O objetivo dos eixos de cooperação programados pelo PIC é o de “Melhorar os Índices de Desenvolvimento Humano dos Estados membros, orientando a cooperação para a prossecução dos ODM”, pode-se saber o que foi feito pela CPLP desde Cimeira de Bissau no sentido de apoiar a melhoria de Índices Desenvolvimento Humano?
 
Partindo do documento acima citado, quais foram as estratégias definidas e ações implementadas com o Estado da Guiné-Bissau nas áreas, por exemplo, de educação, ciência e tecnologia, saúde, justiça-defesa-segurança?
 
A Comunidade de Países da Língua Portuguesa, na sua declaração constitutiva[3], não deixa dúvidas: «(…) a Língua Portuguesa Constitui, entre os respetivos Povos, um vínculo histórico e um património comum resultantes de uma convivência multissecular que deve ser valorizada». Consolidando esta ideia, os estatutos prevêem como um dos objetivos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa: «promoção, defesa, enriquecimento e difusão da Língua Portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico, tecnológico (…)». Posto isso, é importante perceber de que forma ILP tem materializado este objetivo na Guiné-Bissau? Que estratégias e ações de promoção, de defesa e de difusão foram levados a cabo até a data presente? Isto, num país em que a larga maioria da sua população, incluindo as crianças e jovens em idade escolar não fala e têm tremendas dificuldades em falar português; num país, pela sua localização geográfica (entre outros aspetos), onde a população, Instituições de Estado e alguns governantes, adotam, cada vez mais, a língua francesa como a primeira língua.
 
Por fim, o que se pode esperar da relação Guiné-Bissau – CPLP, a médio e longo prazos face aos interesses geoestratégicos dos seus estados membros num período da fragilização político-institucional da Guiné-Bissau? Em que medida que os interesses dos guineenses poderão ser projetados no concerto das nações, através da sua pertença à esta comunidade?
 
Notas:
[2] “Cooperação na CPLP – uma visão estratégica de cooperação pós Bissau” - in http://www.cplp.org
 

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