segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Angola: REFUGIADOS, POLÍCIAS REGRESSAM A BISSAU, UNITA PREOCUPADA

 


Angola está a negociar moratória para refugiados que ainda estão em países vizinhos
 
22 de Outubro de 2012, 15:49
 
Luanda, 22 out (Lusa) - As autoridades de Angola estão a negociar com os governos de países vizinhos uma moratória para os 119 mil refugiados angolanos que ainda se encontram nesses Estados, mas que pretendem regressar a casa.
 
A informação foi hoje prestada à imprensa pelo ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoti, na abertura de um seminário sobre "A Revitalização da Cooperação Transfronteiriça", que teve como objetivo analisar, entre outras questões, o regresso dos refugiados ao país.
 
"Existem 119 mil refugiados reconhecidos por nós, pelas Nações Unidas e por esses países, dos quais na sua maioria pretendem regressar, que são 580 na República do Congo, 76 mil na República Democrática do Congo, 23 mil na Zâmbia, 5.800 na África do Sul, 510 no Botsuana e 7.000 na Namíbia", referiu o ministro.
 
Segundo o governante angolano, o Ministério das Relações Exteriores está a negociar com os Governos desses países no sentido de "não fazerem muita pressão sobre estas pessoas".
 
"É verdade que eles já não são refugiados e não sendo vamos ter que fazer uma negociação bilateral, uma moratória para que as pessoas possam regressar num tempo devidamente estudado e continuarmos com essa ação", salientou.
 
Relativamente às condições de receção dessas pessoas, o chefe da diplomacia angolana apontou a necessidade de se reforçar os meios dos vários setores envolvidos no processo, destacando o Ministério da Assistência e Reinserção Social.
 
Além de África, alguns refugiados angolanos na Europa e na América têm igualmente manifestado o interesse em regressar ao país, disse o ministro, exemplificando com casos que estão já a ocorrer na Holanda.
 
As Nações Unidas estabeleceram a data de 30 de junho deste ano como término para o estatuto de refugiados angolanos, depois de Angola ter alcançado a paz em abril de 2002, após mais de três décadas de conflito armado.
 
NME //JMR.
 
Segundo grupo de polícias guineenses retidos em Angola regressa na terça-feira a Bissau
 
22 de Outubro de 2012, 16:28
 
Luanda, 22 out (Lusa) - Um segundo grupo de efetivos da polícia guineenses que se encontravam retidos em Angola depois da receberem formação, há quase três meses, parte na terça-feira para Bissau, depois de um primeiro grupo ter já seguido no domingo.
 
Em declarações à imprensa, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, disse que foram programados três voos para o regresso dos 349 polícias guineenses, processo que deverá ser concluído na quinta-feira.
 
Segundo o ministro angolano, nas últimas semanas houve contactos entre os dois Governos que permitiram o regresso dos polícias.
 
"Já foram ontem (domingo) 102 e vai ser necessário três voos para poderem partir. Houve uma certa instabilidade na Guiné-Bissau, mas esperemos que isso não prejudique o processo da conclusão do repatriamento dos guineenses que estão aqui em Angola", referiu o ministro.
 
Georges Chicoti garantiu que, apesar do ataque contra o quartel de uma unidade de elite das forças armadas guineenses no domingo, o primeiro grupo chegou bem.
 
"Com as pessoas que foram e com os nossos pilotos até agora não houve problemas. A embaixada informou que estavam todos bem", salientou.
 
Na madrugada de domingo, um grupo de homens armados tentou tomar pela força o quartel dos para-comandos, tendo resultado seis mortos dos confrontos, todos do grupo assaltante.
 
A informação foi prestada pelo governo de transição, que diz que o grupo era comandado pelo capitão Pansau N´Tchama e acusa Portugal, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, de envolvimento no ataque.
 
Os efetivos guineenses chegaram a Angola em dezembro de 2011, no âmbito do acordo de cooperação militar existente entre os dois países, que ficou suspenso na sequência do golpe de Estado a 12 de abril passado na Guiné-Bissau.
 
O impasse no seu regresso deveu-se à falta de interação entre os dois Governos desde o momento do golpe de Estado, que levou igualmente ao fim de uma missão militar que Angola levava a cabo na Guiné-Bissau.
 
Os polícias guineenses, um total de 350, dos quais um morreu por doença, terminaram a formação em julho.
 
NME //JMR.
 
UNITA manifestou "elevada preocupação" com o atual estado da nação angolana
 
22 de Outubro de 2012, 19:12
 
Luanda, 22 out (Lusa) - O líder da UNITA, Isaías Samakuva, disse hoje em Luanda que o partido está "muito preocupado" com o atual estado da nação angolana, porque ela "precisa de uma transformação profunda das suas estruturas de poder".
 
A preocupação foi expressa por Isaías Samakuva numa comunicação aos angolanos sobre o atual estado do país, ao qual assistiram dirigentes daquele partido e convidados de outras formações políticas.
 
Para Isaías Samakuva, "a nação angolana precisa de uma nova constituição política", já que a atual "ofende o republicanismo e não reflete o sentimento geral da coletividade".
 
"Os angolanos querem um Estado republicano e não um Estado tipo monarquia, em que todo o poder fica concentrado apenas numa pessoa", prosseguiu o líder da UNITA, o maior partido da oposição angolana.
 
Samakuva afirmou que "a política é o motor da transformação social e da ambição para um futuro melhor" e não "para ganhar dinheiro".
 
Numa alusão a uma passagem do discurso de posse proferido pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, no passado dia 26 de setembro, o líder da UNITA sublinhou que "ser presidente de todos sem exceção implica despartidarizar a sociedade, a administração pública e a economia".
 
"Não basta querer ser Presidente de todos. É necessário que todos acreditem no Presidente como seu presidente. É assim na democracia", reforçou, acrescentando que "esses atos se implementados serão considerados pela comunidade nacional como uma demonstração inequívoca de crescimento, crescimento moral e amadurecimento político".
 
O principal slogan da campanha eleitoral do MPLA, partido vencedor das eleições gerais de 31 de agosto, mereceu também referência na intervenção de Isaías Samakuva, que pede uma definição dos seus objetivos "para permitir encontrar-se as melhores vias para a sua materialização".
 
"Quando se diz distribuir melhor, o senhor presidente está a falar da distribuição ou da redistribuição, seja como for, o primeiro passo é revelar com transparência o tamanho da riqueza nacional, onde ela está investida ou guardada e em nome de quem está registada", ironizou.
 
Na sua intervenção de mais de uma hora, num discurso totalmente crítico, o presidente da UNITA reiterou que José Eduardo dos Santos violou a Constituição angolana ao não ter dirigido aos angolanos uma mensagem sobre o estado da nação como exige o artigo 118.
 
O chefe de Estado angolano anunciou a substituição desta comunicação pelo discurso da sua investidura, que já fazia referência ao estado da nação.
 
NME //JMR.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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