sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Brasil: TUDO BEM COM ANGOLANOS, CAOS HUMANITÁRIO COM HAITIANOS NO ACRE

 


Brasil oferece residência permanente a angolanos e liberianos
 
Vinícius Soares - Repórter da Agência Brasil
 
Brasília - Novas regras pulicadas nesta sexta-feira (26) no Diário Oficial da União pelo Ministério da Justiça definiram como deve ser feito o pedido de residência permanente no Brasil por refugiados de Angola e da Libéria. O pedido é necessário porque o Ministério da Justiça suspendeu a condição de refugiados dos dois grupos, orientado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, porque os conflitos reconhecidos como de risco para eles terminaram nos dois países.
 
Com a residência permanente, angolanos e liberianos, que estavam nessa situação, poderão se manter regulares no Brasil. Os estrangeiros terão prazo de 90 dias para solicitar o registro na Polícia Federal. Eles precisam entregar declaração reconhecida em cartório de que não respondem a processos criminais, inquéritos policiais, nem sofreram condenação penal no Brasil e no exterior.
 
Para obter a permissão de permanência no Brasil, o refugiado deve ainda se enquadrar em uma das seguintes condições: morar no país há pelo menos quatro anos, ser contratado por instituição registrada no Ministério do Trabalho, ter capacitação reconhecida por um órgão da área pertinente ou ter um negócio estabelecido com capital próprio. Menores de 18 anos terão que se apresentar acompanhados pelos pais.
 
De acordo com o ministério, vivem hoje no Brasil 1.688 angolanos e 258 liberianos. O país abriga 4.656 refugiados, a maioria do continente africano.
 
Edição Beto Coura
 
Chega ao caos situação de ajuda humanitária a haitianos no Acre, diz secretário
 
Marcos Chagas - Repórter da Agência Brasil, com foto
 
Brasília - A entrada ilegal de haitianos em Brasileia (AC) levou ao caos a situação de ajuda humanitária prestada pelo governo do estado, de acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão. No total, 204 imigrantes estão na cidade. Com dívida de seis meses de aluguel da casa que abriga essas pessoas e sem dinheiro para pagar os empresários da cidade pelo fornecimento diário de alimentação, ele disse à Agência Brasil que a situação é insustentável.
 
O secretário admitiu que não tem como o governo acriano bancar mais alimentação e abrigo aos haitianos que entram em Brasileia por Cobija, na Bolívia, em grupos diários de 20 a 30 pessoas. Segundo Nilson Mourão, a partir de agora, a decisão é suspender o fornecimento de comida e abrigo. Na prática, o fornecimento está suspenso desde 19 de setembro, e os haitianos sobrevivem de doações nem sempre regulares.
 
Ele reclamou que há quase dois meses encaminhou ao Ministério do Desenvolvimento Social um plano de trabalho de ajuda financeira pelo governo federal. “O que eu sei é que eles estão estudando o projeto, mas não temos qualquer recurso [federal] internalizado”, acrescentou o secretário.
 
Diante da situação, o governo acriano decidiu suspender a ajuda humanitária com recursos próprios e manter apenas o que é repassado por convênios com o Ministério da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos do Acre.
 
O representante da secretaria em Brasileia, Damião Borges, relatou que “a situação é de calamidade”. Fora os poucos que ainda têm dinheiro para comprar comida no comércio local, os demais contam com doações, especialmente dos empresários que buscam mão de obra. Isso faz com que eles fiquem até dois dias sem ter o que comer destacou.
 
“Pode ter certeza que, pelo volume com que chegam por Cobija, na segunda-feira [29] teremos 250 ou mais”, disse Damião.
 
Outra agravante, segundo ele, é a redução do número de empresas que vão à cidade para contratar os haitianos. Ele disse que o empresariado também “está chegando ao limite” na capacidade de absorver a mão de obra haitiana.
 
Damião Borges não sabe o que fazer com as mulheres grávidas que estão na cidade. Até o momento, ele informou que há no abrigo entre dez e 15 mulheres nessa situação, que não são contratadas pelos empresários. Segundo ele, o hospital da cidade não tem como fazer o trabalho de parto dessas haitianas.
 
O problema aumenta, segundo Damião, porque a população de Brasileia “cansou e não está ajudando mais em nada [doações de alimentos, por exemplo]”. Brasileia e Cobija são cidades de fronteira divididas pelo Rio Acre. Os haitianos que chegaram ao Brasil usam os serviços de taxistas bolivianos e entram em Brasileia por duas pontes que unem as cidades.
 
Edição: Talita Cavalcante
 
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*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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