terça-feira, 9 de outubro de 2012

CHE 45 ANOS DEPOIS

 

Martinho Júnior, Luanda
 
A passagem do Che por África deve ser relembrada por todos os povos africanos, pelos povos de todo o mundo, por que marca a ânsia de libertação das nações surgidas da rota dos escravos e da colonização do continente, como marca a aspiração à adopção duma lógica com sentido de vida, em alternativa à lógica do capitalismo, com todo o seu cortejo de desequilíbrios, assimetrias, injustiças, tensões, conflitos e guerras.
 
A 9 de Outubro de 2012 assinala-se a data do assassinato do Che na Bolívia, relembrando-se seus feitos, sua memória e sobretudo o seu legado que é tão expressivo no presente.
 
Che revive onde a luta contra a opressão não terminou, onde se constrói a paz e o socialismo, onde se aprofunda a democracia em proveito de mais cidadania, mais participação e mais justiça social.
 
Che revive na América Latina como em África, como ainda em todo o mundo, agora muito em particular, quando a crise do capitalismo faz com que uma aristocracia financeira mundial surgida principalmente com a Revolução Industrial, se impõe de forma tão brutal e hegemónica, de forma tão desprezível para com a humanidade e o próprio planeta.
 
Che acabou de reviver nas últimas eleições na Venezuela Bolivariana…
 
Eis o texto publicado no Página Um (Zip, Zip nº 44), no início de Junho de 2010, quando o Congo perfazia 50 anos de independência.
 
Nota prévia:
 
Junho de 2010 é o mês que a República Democrática do Congo completará 50 anos de “independência” melhor, a continuação do “pacto colonial” mediante uma contínua ingerência e a fabricação de agentes capazes de “construir” os “jogos africanos” da conveniência do que considero “aristocracia financeira mundial”, uma casta de banqueiros e industriais colocados “acima” da “vontade” das potências, instrumentalizadas todas elas em proveito dos seus interesses.
 
Por isso vou recordar ao longo dos próximos ZIP ZIP e em retrospectiva, os textos que foram publicados no desaparecido semanário “ACTUAL” de Luanda, que são o resultado das minhas pesquisas sobre o Congo após 30 de Junho de 1960 e de acordo com uma lógica que nada tem a ver com a do capitalismo, mas procuram ser fieis à linha de pensamento de Patrice Lumumba, do Che, de Amilcar Cabral, de Agostinho Neto, de Tomas Sankara, de Laurent Kabila…
 
A história contemporânea do Congo interessa a toda a África e à humanidade, mas particularmente a Angola pois a evolução da situação nos dois países foi-se sempre inter-relacionando e inter-influenciando.
 
No momento em que o capitalismo neo liberal alastra em África, a história transporta elementos preciosos de análise sobre a continuidade do “pacto colonial” após as “independências”.
 
Os textos vou reproduzir mantendo tanto quanto possível a redacção original e sem notas em rodapé. (continua)
 
 

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