Hoje, aqui, trazemos o Expressso Curto da oficina do tio Balsemão Impresa pela mão e mente de João Silvestre, editor executivo daquela 'xafarica' de muitos anos na comunicação social.
Um luxo a contrastar com muito lixo que Portugal possui por entre emaranhados manhosos a que chamam jornais, revistas, rádios, televisões.
Setores de um pequeno país com a mania das grandezas mas pobre como Job, onde abundam analfabetos, iletrados e muita gente de cabeça dura e de miolos entupidos.
“Liberdade para pensar”, afirma-se e constatamos na prática, por slogan no Expresso. Que bom. Sigam a afirmação porque pensar não dói nada. Dizemos nós. Antes disso instruam-se, aprendam a ler e a interpretar corretamente. Leiam o Expresso e seus adicionais que valham.
O Curto já a seguir, para sempre recordar. Saúde e boa semana de trabalho, se conseguirem.
<> Redação PG
A BARBÁRIE
Um entre tantos campos de morte nazis, de horror e concentração da barbárie |
“Jazíamos num mundo de mortos e larvas. O último vestígio de civilização desaparecera à nossa volta e dentro de nós. A obra da animalização, começada pelos alemães triunfantes, fora levada a cabo pelos alemães derrotados”
Bom dia,
As palavras que abrem este Curto são do celebérrimo “Se Isto é um Homem” de
Primo Levi. Descrevem o estado dos prisioneiros do campo de
concentração de Auschwitz no dia 26 de janeiro de 1945, véspera da
anunciada chegada das tropas russas. A história é conhecida. Foi há 80
anos que os russos ‘libertaram’ Auschwitz, na Polónia. Inaugurado na primavera
de 1940, escassos meses depois da invasão, foi o destino de mais de um
milhão de prisioneiros, a maior parte judeus. Quando os soviéticos lá chegaram, só 7000 pessoas estavam vivas. Ontem, na oração
Angelus dominical, o Papa Francisco apelava a que a memória persista: “O
horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões
durante esses anos não pode ser esquecido nem negado." O momento vai ser
assinalado hoje em Auschwitz e vai contar com a presença do
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. A Polónia aprovou uma resolução para permitir a sua presença apesar
do mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI).
Nazismo e fascismo são duas palavras muito repetidas nos últimos tempos. A
ascensão da extrema-direita na Europa e o regresso de Donald
Trump tem trazido à memória tempos sombrios do século XX. Sejam as ideias
e os propósitos exatamente iguais ou não. Por exemplo, Elon Musk, que
tem namorado a extrema-direita europeia, em particular a AfD alemã, fez um gesto semelhante à saudação nazi num comício em
Washington que causou enorme polémica. O empresário recusa que tenha sido um
gesto nazi mas, como se costuma dizer, se voa como um pato, grasna como um
pato e tem penas como um pato, é natural que as pessoas pensem que é um pato. Henrique
Raposo concorda que Musk talvez não seja nazi mas provavelmente é algo pior, com
raízes no apartheid da África do Sul, o seu país natal.
São os ares dos tempos. Acabamos a fazer paralelismos com o que se viveu há
pouco menos de 100 anos. Tivemos um comício da campanha de Trump no final
de outubro, no Madison Square Garden
OUTRAS NOTÍCIAS
Tempestade Vários distritos em alerta vermelho por causa da agitação
marítima. Muitos outros com aviso laranja e amarelo por causa da tempestade
Hermínia. Além de alguns estragos, uma das consequências foi ter acelerado as
exportações de eletricidade para Espanha e levado o preço grossista para o valor mais baixo dos últimos
dois meses. E os alertas mantém-se.
Guerra O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, vai estar hoje em Lisboa para pedir maior despesa militar. Portugal é
um dos países da aliança com menor peso de gastos com Defesa no PIB.
Imigração A entrevista de Pedro Nuno Santos ao Expresso, onde reconheceu
erros na imigração e disse que os “imigrantes têm de respeitar a cultura e o
nosso modo de vida”, provocou uma série de reações
Trump Cada dia que passa é um carnaval de notícias de Donald Trump. Nas
últimas horas houve declarações a defender que os habitantes de Gaza sejam deslocados em massa
para a Jordânia e para o Egito, polémica sobre as condições de deportados e nova investida sobre a Dinamarca.
Andebol Portugal venceu ontem tranquilamente o Chile por 46-28 e confirmou o primeiro lugar do grupo no acesso aos quartos-final do
Mundial. O próximo adversário é a Alemanha, com embate marcado para
quarta-feira. Seja qual for o resultado, será o melhor de sempre da equipa
nacional.
Futebol O FC Porto empatou em casa com o Santa Clara (1-1) e voltou a perder pontos no campeonato. Num fim-de-semana em
que o Sporting venceu bateu o Nacional por 2-0 em Alvalade e o Benfica foi
derrotado por 3-1 com o Casa Pia.
FRASES
“Aquilo que aconteceu há 50 anos foi uma verdadeira vergonha e algumas pessoas
que estiveram lá fora continuam a gabar-se do que fizeram. Cinquenta anos
depois, e em nome da cidade do Porto, desculpem”, Rui Moreira, Presidente
da Câmara do Porto a pedir desculpa ao CDS pelo cerco ao Palácio de Cristal em
1975
“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os
proprietários dela. Qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, Paul
McCartney, músico e ex-Beatle a pedir leis que protejam direitos de autor
contra a inteligência artificial.
PODCASTS
No Expresso da Manhã de hoje, Paulo Baldaia conversa com Pedro
Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, sobre a ideia de Trump de enviar os habitantes de Gaza para a Jordânia
e para o Egito.
Pedro Andersson deixa algumas dicas para aproveitar todas as deduções e benefícios disponíveis do IRS em
mais um episódio de “Contas Poupança”.
Ricardo Marvão, co-fundador da beta-i, é o convidado de Cátia Mateus em “O
CEO é o limite”. O gestor assegura que “mais importante do que a pessoa saber o que faz bem, é
perceber o que não é bom a fazer”.
O QUE ANDO A LER
Não há muitos livros destes, menos ainda na área económica. “My Journeys
in Economic Theory” (sem tradução portuguesa) é a auto-biografia
científica de Edmund Phelps. A sua viagem por décadas na teoria económica
que o levou ao Nobel em 2006.
Não é tanto de uma descrição cronológica do seu trabalho, que também lá está,
mas antes uma história das ideias: como surgiram, como evoluíram , como
foram trabalhadas, como acabaram por se materializar. O aparecimento de
conceitos como a regra de ouro da poupança, a curva de Phillips
aumentada das expectativas ou os structural slumps, que fazem
parte hoje de qualquer manual de Macroeconomia, é aqui descrito com bastante
detalhe.
Phelps relata também a influência que tiveram alguns dos maiores
economistas do século XX (como Samuelson, Amartya Sen ou o próprio Phillips,
‘pai´da curva com o seu nome) mas também académicos de destaque noutras áreas,
como o matemático John von Neumann ou o filósofo John Rawls.
Imperdível para quem se interessa pela história da Economia mas também para
todos aqueles que pretendem compreender a forma como a ciência evoluiu e o
conhecimento se vai formando.
Este Expresso Curto fica por aqui. Encontre-nos a toda a hora no Expresso e na SIC. Tenha uma excelente semana.
*Título PG
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