domingo, 28 de outubro de 2012

Família do primeiro-ministro chinês nega possuir qualquer “fortuna escondida

 

AC - Lusa, com foto
 
Pequim, 28 out (Lusa) - A família do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, rejeitou as recentes acusações acerca da sua "fortuna escondida" e afirmou que o governante "não desempenhou qualquer papel" nos negócios de familiares, revelou hoje um jornal de Hong Kong.
 
"A chamada 'fortuna escondida' de membros da família de Wen Jiabao relatada pelo New York Times não existe", diz um comunicado de dois advogados da família, publicado pelo South China Morning Post.
 
É a primeira vez que um alto lider chinês emite um comunicado refutando um artigo de um orgao de informação estrangeiro, realça o South China Morning Post.
 
O comunicado, emitido sabado à noite em Pequim pelos advogados Bai Taojun e Wang Weidong, refere que alguns familiares do primeiro-ministro chinês "estiveram envolvidos em actividades económicas, mas não cometeram qualquer ilegalidade e nunca detiveram ações de qualquer companhia".
 
"Wen Jiabao nunca desempenhou qualquer papel nos negócios de familiares e muito menos consentiu que esses negócios tivessem qualquer influência na definição e execução das suas políticas", afirma o comunicado.
 
De acordo com os resultados de uma investigação publicada na passada quinta-feira pelo New York Tines, a mae, a mulher, o filho e outros familiares de Wen Jiabao conseguiram acumular "uma fortuna de pelo menos de 2,7 mil milhões de dolares" (2,08 mil milhões de euros)
 
A mãe de Wen Jiabao, Yang Zhiyun, é uma professora reformada que, segundo o New York Times, detinha em 2007 uma participação no capital de uma grande seguradora estatal avaliada em 120 milhões de dolares (92,6 milhoes de euros).
 
"Além da pensão de reforma regulamentar que recebe, a mãe de Wen Jiabao nunca teve outra fonte de rendimento ou propriedade", afirma o comunicado.
 
Os dois advogados afirmam ainda que estão "mandatados" por familares de Wen Jiabao para "continuar a prestar esclarecimentos acerca dos inverdadeiros relatos do New York Times" e admitem "processar" o jornal.
 
Na sexta-feira, questionado sobre o assunto, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Hong Lei limitou-se a responder que "alguns relatos difamam a China e têm segundas intenções".
 
Wen Jiabao, 70 anos, conotado com a corrente reformista do Partido Comunista Chinês (PCC), termina em março de 2013 o segundo e último mandato à frente do governo.
 
As alegações do New York Times foram recebidas como "uma bomba" entre os diplomatas e jornalistas estrangeiros colocados em Pequim por atingir um lider descrito habitualmente como uma "figura paternal" e de "origem humilde", que tem defendido o "aprofundamento das reformas políticas e económicas".
 
Há cerca de um mês, um destacado lider do PCC, Bo Xilai, foi expulso do partido por corrupção, abuso de poder e "outras graves violações da disciplina", mas, neste caso, trata-se de uma personalidade conotada com a chamada corrente "esquerdista" ou "neo-maoista".
 

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