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Bruxelas, 11 out
(Lusa) – O presidente da Comissão Europeia disse hoje, em Bruxelas, ser
fundamental que se perceba que os Governos nacionais são responsáveis pelas
medidas de austeridade que aplicam, e não a Comissão Europeia, o Banco Central
Europeu ou o Fundo Monetário Internacional.
José Manuel Durão
Barroso, que intervinha numa conferência sobre o “Estado da Europa” consagrada
ao tema da política de austeridade, sublinhou que “as decisões não são tomadas
pelas instituições europeias, mas sim pelos Governos da Europa, e isso é muito
importante em termos de responsabilidade, porque esta é parte do problema”, já
que alguns governos tentam passar a ideia de que as medidas que adotam lhes são
impostas, “o que não é verdade”.
“Quando vamos aos
países sob programa – Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo
Monetário Internacional (FMI) -, estamos a atuar sob um mandato que temos. Não
é a Comissão que toma as decisões. A Comissão faz uma avaliação da situação,
apresenta algumas propostas, mas depois, todas as decisões - e, repito, todas
as decisões - foram aprovadas unanimemente - e, repito, unanimemente -, pelos
Estados-membros da zona euro, incluindo os governos dos países sob programa”,
apontou.
Segundo Durão
Barroso, “é muito importante que se clarifique esta questão da responsabilidade”,
porque “alguns governos dizem ao seu público que têm problemas porque ‘eles’,
aqueles ‘fulanos’ em Bruxelas, ou em Frankfurt, no caso do BCE, ou em
Washington, no caso do FMI” estão a impor-lhes algo, “e isto simplesmente não é
verdade”, e dificulta ainda mais a aceitação de medidas já de si
“dolorosas".
Sublinhando que “o
ajustamento (económico e orçamental) é indispensável”, o presidente do
executivo comunitário defendeu que estes programas só funcionam se forem
“explicados politicamente” e se tiverem condições políticas e sociais para
serem viáveis.
Durão Barroso
participava numa conferência organizada pelo grupo de reflexão “Friends of
Europe” (Amigos da Europa), que contou com a participação de cerca de uma
centena de responsáveis políticos, líderes empresariais e membros da sociedade
civil.
Nesta nona edição
anual da conferência, realizada à sombra da crise do euro, o debate foi
dominado pela “questão de como a Europa pode alcançar o equilíbrio certo entre
cortes orçamentais e o crescimento”.
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