quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Moçambique: IDOSOS MALTRATADOS, 20 ANOS PARA A PAZ, RENAMO AMEAÇA, MAIS MILHÕES




Acusações de feitiçaria e conflitos ideológicos expulsam idosos moçambicanos das famílias

02 de Outubro de 2012, 15:45

Chimoio, Moçambique, 02 out (Lusa) - Pelo menos 17 pessoas foram obrigadas a recorrer ao único abrigo para idosos em Barué, Manica, centro de Moçambique, após serem rejeitados ou expulsos por familiares, devido a acusações de feitiçaria e conflitos ideológicos, disse hoje à Lusa fonte governamental.

Isabel Raimundo, diretora provincial da agência Mulher e Ação Social, disse haver uma crescente onda de rejeição de idosos pelas famílias, sobretudo por acusações de práticas de feitiçaria ou por falta de simpatia com a ideologia política dos seus filhos.

"Temos cada vez maior o número de idosos rejeitados pelas famílias. Alguns, conseguimos reintegrar e outros perderam todos os parentes e são mantidos no abrigo. Mas também temos trabalhado para responsabilizar as pessoas que rejeitam os idosos" explicou à Lusa Isabel Raimundo.

Em Tambara um idoso foi espancado, pelo filho, um funcionário público, por simpatizar com a Renamo (principal partido da oposição),enquanto em Gondola um idoso foi forçado a abandonar a casa por mostrar simpatia com o Movimento Democrático de Moçambique (MDM). No distrito de Macossa uma idosa foi expulsa da casa por ter recebido e usado uma capulana (pano tradicional, que pode servir de saia) da Frelimo (partido no poder).

Em Moçambique ainda está em fase consulta uma Lei dedicada à proteção de idosos.

Em declaração à Lusa, Manuel Bzancodocodo, 70 anos, disse que as pensões de velhice de 130 meticais (3,5 euros) mensais para uma pessoa e de 380 meticais (10,2 euros) para agregados com cinco pessoas, estão desajustados da realidade do país e são uma das razões que empurram os idosos para a mendicidade.

De acordo com o Instituto Nacional de Ação Social (INAS), cerca de 21.265 idosos em Manica recebem pensões de velhice.

Este ano cerca de mil candidatos entraram para o programa, numa lista de espera de perto de 10 mil idosos, devido ao défice que acusa as contas da INAS.

AYAC //JMR

Protagonistas da paz em Moçambique comemoram 20.º aniversário em cerimónias distintas

03 de Outubro de 2012, 07:16

Maputo, 03 out (Lusa) - O 20.º aniversário do Acordo Geral de Paz, que pôs termo a 16 anos de guerra civil em Moçambique, vai ser comemorado em separado pelo Governo e pela Renamo, os protagonistas que rubricaram o pacto em 1992.

Na quinta-feira, 04 de outubro, quando se completam 20 anos sobre a assinatura, em Roma, do acordo, as cerimónias centrais serão dirigidas pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, na Praça da Paz, na capital do país, Maputo, enquanto o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, irá reunir os seus militantes na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, no centro de Moçambique.

O líder do então movimento rebelde Afonso Dhlakama, que, de resto, tem primado pela ausência nestas cerimónias, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de transformar o ato em evento de cariz partidário, foi quem assinou o acordo de paz, na capital italiana, Roma, com o então Presidente moçambicano, Joaquim Chissano.

Até quinta-feira, Afonso Dhlakama vai orientar, em Quelimane, uma reunião de dois dias da comissão política da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que deverá homologar a ameaça da não realização de eleições autárquicas do próximo ano, caso o país não aprove uma nova lei que torne o processo eleitoral transparente.

Afonso Dhlakama avisou que "vai haver problema sério" caso algum partido político insista em participar no escrutínio.

Ainda no âmbito da comemoração dos 20 anos de paz, hoje vai estrear-se o filme "Caminhos da Paz", um documentário feito por cineastas e participantes que através de retratos procuram dar o testemunho deste período importante de história de Moçambique.

"Esta paz é também uma responsabilidade que nos chama a mudar", adverte, entretanto, em comunicado, a Comunidade de Sant`Egídio, um dos mediadores do acordo paz.

"Cada 04 de outubro, e a cada dia, a nossa própria história nos indica um caminho melhor. Se há 20 anos os moçambicanos foram capazes de parar com a violência da guerra, hoje são chamados - somos chamados - a construir uma sociedade mais humana, onde não se pague o mal com o mal, onde o sentimento de desprezo para com o mendigo, o idoso, o estrangeiro, deixe espaço a uma cultura de acolhimento e de solidariedade", assinala a mesma nota.

MMT // VM.

Maior partido da oposição em Moçambique volta a ameaçar com manifestações

03 de Outubro de 2012, 07:48

Maputo, 03 out (Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, voltou a ameaçar com a realização de manifestações em Moçambique, contra o Governo da Frelimo, se não forem atendidas as suas exigências.

Na véspera da comemoração dos 20 anos de paz em Moçambique, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) promoveu uma reunião do seu conselho nacional, alargada a quadros, que decorre em Quelimame, capital provincial da Zambézia, onde o partido realizará na quinta-feira as suas comemorações dos acordos de Roma.

Falando no final do primeiro dia de debates, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, denunciou a "partidarização do Estado" moçambicano e a "perseguição" que disse atingir os militantes e ex-guerrilheiros do seu partido.

Alemanha vai apoiar setor financeiro de Moçambique com 28,5 ME

03 de Outubro de 2012, 08:37

Maputo, 03 out (Lusa) - O Governo alemão anunciou na terça-feira em Maputo o desembolso de 28,5 milhões de euros para o apoio ao setor financeiro moçambicano, incluindo a expansão dos serviços bancários no país.

A verba será canalizada no quadro de um acordo assinado em Maputo pelo ministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang, e pelo diretor do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), Ralf Orlik.

Segundo declarações dos signatários, o fundo destina-se a apoiar cinco componentes, nomeadamente uma linha de crédito para micro, pequenas e médias empresas, promoção de serviços bancários e garantia de depósitos.

A formação financeira básica e suporte de medidas de acompanhamento do GAPI, uma instituição financeira de apoio ao desenvolvimento em Moçambique, estão também inscritos no conjunto dos beneficiários da verba anunciada pelo KfW.

PMA // VM.

ONU financia agricultura em 19 distritos de Moçambique com 39ME

03 de Outubro de 2012, 09:10

Maputo, 03 out (Lusa) - O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) vai disponibilizar 30 milhões de euros para financiar a agricultura em 19 distritos de três províncias moçambicanas, no âmbito de um acordo hoje assinado na capital italiana, Roma.

Denominado Projeto de Desenvolvimento das Cadeias de valor nos corredores de Maputo e Limpopo (PROSUL), a iniciativa do FIDA, agência das Nações Unidas, visa apoiar pequenos produtores através de uma intervenção na cadeia de valores: horticultura irrigada, mandioca e pecuária.

O projeto permitirá os produtores "melhorarem os índices de produção e produtividade, facilitar as ligações de mercado e melhorar a organização dos produtores", indica um comunicado de imprensa hoje divulgado pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique.

"O PROSUL incluirá componentes específicas para suportar o desenvolvimento da hortícola, mandioca, pecuária e serviços financeiros", apostando na "reabilitação e expansão de regadios, nas zonas de produção de hortícolas, incluindo a conceção, construção e manutenção de obras de construção civil", refere a mesma nota.

MMT // VM.

*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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