António Veríssimo
Os dramas que
invadem milhões de famílias em Portugal e pelos países do sul da Europa
esbarram na couraça da indiferença de um neofascista chefe da igreja em Portugal
a quem chamam cardeal patriarca. Julgava que o sujeito merecesse o respeito
devido na devida inovação e democratização da igreja católica apostólica romana…
mas não. Quem nos falta ao respeito merece a indiferença ou o mesmo trato. É
disso que se trata.
José Policarpo, o
tal patriarca, mostrou ontem que é arraçado de uma figura negra da igreja
portuguesa apoiante do fascismo salazarista, o também cardeal Cerejeira, um seu
antecessor e companheiro do ditador Salazar. Uma besta de barriga cheia que
vivia no fausto enquanto os portugueses sobreviviam na escravidão, a morar em
barracas, com fome, sem roupas, descalços ou maltratados nas masmorras da sua
abençoada PIDE (polícia política) quando não eram ali assassinados depois de
hediondas torturas.
Agora, no lugar de
Cerejeira revelou-se Policarpo. O tal cardeal indiferente à fome que grassa por
Portugal, à miséria, à exploração, aos roubos do governo, está contra a
indignação do povo. Isso mesmo se percebe nas suas declarações em Fátima.
Milagre seria Nossa Senhora descarregar um raio sobre ele, porque para aquele revelado
sabujo cardinalino - que desacredita o significado e as preces dos devotos – os
portugueses não deviam manifestar-se… E mais, como transcrevemos parcialmente
através da TSF:
“O cardeal
patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal, José Policarpo,
criticou esta sexta-feira, em Fátima, as manifestações que têm criticado as
políticas de austeridade, defendendo que não deve ser a rua a dizer como se
deve governar.
«O que está a
acontecer é uma corrosão da harmonia democrática da nossa Constituição e do
nosso sistema constitucional», considerou.
José Policarpo
considerou que nem uma revolução pode resolver problemas do país, que são
antigos e que foram criados ao longo de muitos anos.
«Não se resolve
nada contestando, vindo para grandes manifestações. Não se nada nem com uma
revolução se resolvia», afirmou.”
Eis as declarações
de um chefe religioso que nos transportam ainda a mais indignação. Um chefe para
quem a sobrevivência da igreja depende enormemente de uma sociedade reprimida,
estupidificada, empobrecida, esfomeada e escravizada. Se é isto que a besta lê
na Biblia Sagrada estamos conversados. Certo é que a igreja portuguesa está
entregue a um indigno representante da palavra de Deus. Jesus Cristo foi um dos
seres que mais se manifestou contra injustiças e sofreu por isso. Mas para a
besta fascizante ou neoliberal e cardinalina não concorda, pelo dito. Está de barriga
cheia e indiferente à tragédia para onde caminha Portugal se os portugueses
nada fizerem e não manifestarem a sua reprovação e a sua indignação.
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