sábado, 13 de outubro de 2012

POLICARPO CEREJEIRA DE BARRIGA CHEIA FALOU E DISSE…

 

António Veríssimo
 
Os dramas que invadem milhões de famílias em Portugal e pelos países do sul da Europa esbarram na couraça da indiferença de um neofascista chefe da igreja em Portugal a quem chamam cardeal patriarca. Julgava que o sujeito merecesse o respeito devido na devida inovação e democratização da igreja católica apostólica romana… mas não. Quem nos falta ao respeito merece a indiferença ou o mesmo trato. É disso que se trata.
 
José Policarpo, o tal patriarca, mostrou ontem que é arraçado de uma figura negra da igreja portuguesa apoiante do fascismo salazarista, o também cardeal Cerejeira, um seu antecessor e companheiro do ditador Salazar. Uma besta de barriga cheia que vivia no fausto enquanto os portugueses sobreviviam na escravidão, a morar em barracas, com fome, sem roupas, descalços ou maltratados nas masmorras da sua abençoada PIDE (polícia política) quando não eram ali assassinados depois de hediondas torturas.
 
Agora, no lugar de Cerejeira revelou-se Policarpo. O tal cardeal indiferente à fome que grassa por Portugal, à miséria, à exploração, aos roubos do governo, está contra a indignação do povo. Isso mesmo se percebe nas suas declarações em Fátima. Milagre seria Nossa Senhora descarregar um raio sobre ele, porque para aquele revelado sabujo cardinalino - que desacredita o significado e as preces dos devotos – os portugueses não deviam manifestar-se… E mais, como transcrevemos parcialmente através da TSF:
 
“O cardeal patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal, José Policarpo, criticou esta sexta-feira, em Fátima, as manifestações que têm criticado as políticas de austeridade, defendendo que não deve ser a rua a dizer como se deve governar.
 
«O que está a acontecer é uma corrosão da harmonia democrática da nossa Constituição e do nosso sistema constitucional», considerou.
 
José Policarpo considerou que nem uma revolução pode resolver problemas do país, que são antigos e que foram criados ao longo de muitos anos.
 
«Não se resolve nada contestando, vindo para grandes manifestações. Não se nada nem com uma revolução se resolvia», afirmou.”
 
Eis as declarações de um chefe religioso que nos transportam ainda a mais indignação. Um chefe para quem a sobrevivência da igreja depende enormemente de uma sociedade reprimida, estupidificada, empobrecida, esfomeada e escravizada. Se é isto que a besta lê na Biblia Sagrada estamos conversados. Certo é que a igreja portuguesa está entregue a um indigno representante da palavra de Deus. Jesus Cristo foi um dos seres que mais se manifestou contra injustiças e sofreu por isso. Mas para a besta fascizante ou neoliberal e cardinalina não concorda, pelo dito. Está de barriga cheia e indiferente à tragédia para onde caminha Portugal se os portugueses nada fizerem e não manifestarem a sua reprovação e a sua indignação.
 

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