Ana Sá Lopes – i online
O i inicia hoje a
publicação de um barómetro, produzido em colaboração com a Pitagórica –
Investigação e Estudos de Mercado. Veja no PDF em baixo os resultados gráficos
da sondagem
O Orçamento do
Estado conseguiu dar cabo do que restava da boa imagem do governo. No barómetro
i/Pitagórica, realizado já depois de serem conhecidas as linhas gerais do
documento Gaspar, 85,5% dos inquiridos “desaprova” a forma como o executivo
está a governar o país: 8 em cada 10 inquiridos está contra a acção do governo.
E apenas um reduzido número de 18,5% a aprovam. Os maiores “desaprovadores” do
governo têm entre 18 e 54 anos, pertencem a classes mais baixas e nas últimas
eleições votaram PS ou CDU.
Confrontados com
uma escala de 0 a 20 pontos, 6 em cada 10 inquiridos atribui pontuação igual ou
inferior a 7 à actuação do governo. As avaliações mais baixas são atribuídas
pelos inquiridos que têm entre 18 e 34 anos, de classes sociais mais baixas e
que nas últimas eleições votaram à esquerda. Numa escala de 0 a 20, 29% dos
inquiridos avaliam o governo na faixa entre os 8 e os 14 pontos. Apenas 10,2%
dos inquiridos se aproximam da avaliação entusiástica (na escala, entre os 15 e
os 20).
Mesmo assim, com o
apoio popular ao governo nas ruas da amargura, são bastante mais os que apoiam
o PSD do que os que apoiam o executivo e que votariam neste partido se as
eleições se realizassem hoje – com a distribuição de indecisos o PSD atinge um
número de 29,5%. Quanto ao PS, passa para o primeiro partido mais votado do
barómetro e já tem o voto garantido – fossem hoje as eleições – de 34,1% da
amostra. Recorde-se que nas eleições de 5 de Junho de 2011 o PSD foi o partido
mais votado com 38,7% dos votos, enquanto o PS, na altura liderado por José
Sócrates, obteve apenas 28,5%. Ainda menos do que o barómetro prevê hoje para o
PSD.
Dos partidos mais
pequenos, a CDU surge no barómetro como o terceiro partido mais votado – 9,1%.
Nas eleições de 2011, tinha sido o CDS a ocupar o posto de terceiro mais
votado, com 11,7% dos votos e a CDU apenas recolheu 7,9%. A intenção de voto no
CDS desce, no barómetro i/Pitagórica, para os 8,3%.
O Bloco de Esquerda
aparece como o partido que recolhe menos intenções de voto dos inquiridos pelo
barómetro – 7,2%. No entanto, este número significa um aumento de dois pontos
face à votação obtida em 5 de Junho de 2011, quando o Bloco de Esquerda obteve
5,2% nas eleições legislativas.
No entanto, a
percentagem dos inquiridos pelo barómetro que se manifestou indecisa atinge
34,7%, enquanto o departamento dos brancos/nulos obtém 7,7%. Esta percentagem
foi distribuída nos números relativos à intenção de voto em cada partido que
apresentamos aqui – enquanto a previsão da abstenção se situa entre os 40,2% e
os 49,2%.
Relativamente ao
partido que neste barómetro aparece como mais votado – o PS – conclui-se que a
maioria dos que tencionam votar no Partido Socialista é do sexo masculino, tem
idade superior a 35 anos, pertence à classe média-baixa e reside nas regiões
centro e Algarve.
Também a maioria
dos eleitores que manifesta a intenção de votar no PSD é do sexo masculino. Mas
pertence a classes sociais mais altas e reside no Norte ou nas ilhas. O CDS tem
apoios também no eleitorado masculino, que se distribuem pela classe social
mais alta e pela mais baixa. Vivem nas regiões Norte, Lisboa e ilhas. Os
indecisos são maioritariamente mulheres, pessoas com mais de 55 anos,
provenientes das classes sociais mais baixas e residentes na região de Lisboa.
Veja em PDF os resultados gráficos da sondagem - com ficha técnica
Sem comentários:
Enviar um comentário