segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Portugal: LUSA CUMPRIU GREVE DE QUATRO DIAS E JÁ ESTÁ A EMITIR NOTÍCIAS

 


Governo diz que com corte de 31% não pede “nenhum esforço especial” à Lusa
 
Público, com foto de Filipe Arruda
 
O Governo garante não pedir “nenhum esforço especial” à Lusa ao cortar 31% no pagamento do serviço público de informação, acrescentando que falta concluir o contrato que definirá esse serviço em 2013 e que cabe à administração dizer se haverá despedimentos.
 
“Não está em causa o futuro da Lusa, apenas o contrato de prestação de serviços cujo objecto ainda não se encontra completamente estabelecido nesta data”, lê-se numa resposta a um requerimento do grupo parlamentar do PS, assinado pelo chefe de gabinete do ministro Miguel Relvas, e a que a Lusa teve acesso.

Os deputados do PS tinham questionado em meados de Setembro o ministro com a tutela da comunicação social sobre os cortes financeiros na Lusa, tendo perguntado se esta decisão foi precedida pela realização de algum estudo que estimasse os “reais impactos” na agência e no serviço que presta ao Estado.

Na resposta a esta última questão, o gabinete de Miguel Relvas escreve que “a Lusa tem, como qualquer outro organismo, despesas e receitas” e que perante o corte das verbas públicas, incluído na proposta de Orçamento do Estado entregue pelo Governo ao Parlamento, “cabe ao conselho de administração da agência calibrar os movimentos de despesa e de receita por forma a atingir os objectivos que a gestão fixará”. “Sendo certo que o Governo não solicita nenhum esforço especial à Lusa que não tenha pedido, em termos de despesa e de receita públicas, aos organismos públicos em geral, às empresas e às famílias”, lê-se no mesmo texto.

Sobre a possibilidade de este corte de financiamento levar a cortes no pessoal, o gabinete do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares responde que “é tipicamente matéria de gestão da agência pela qual o seu conselho de administração deve responder”, o mesmo acontecendo em relação ao futuro das delegações regionais e internacionais.

A verba atribuída à Lusa, acrescenta, “não é segregada em função da organização interna da agência e, antes, atribuída genericamente à agência” no âmbito do contrato de prestação do serviço público de informação, não existindo “nenhum princípio de consignação prévia nesta matéria”. Apesar de o novo contrato de prestação de serviço ainda estar a ser negociado, o gabinete de Relvas afirma que “o Governo considera prioritário o vector da Lusofonia e, evidentemente, o core business da Agência, a prestação de serviços de informação”.

“O Governo salienta que em 2012, e ao contrário de outros organismos sob tutela financeira total ou parcial do Estado, a agência não foi objecto de nenhuma alteração no montante alocado no Âmbito de prestação de serviços que foi denunciado este ano”, lê-se ainda no mesmo texto, assinado por Vítor Sereno.

Os trabalhadores da Lusa terminaram as 00h00 desta segunda-feira uma greve de quatro dias contra o corte no valor do contrato de serviço público prestado ao Estado.
 
*Título PG
 

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