Vasco Lourenço |
Luís Claro com Sónia Cerdeira – i online
No sábado, mais de
mil pessoas vão reunir-se no Congresso Democrático das Alternativas. Vasco
Lourenço diz que da “futura movimentação” pode surgir uma candidatura à
Presidência da República
O capitão de Abril,
e um dos principais promotores do Congresso Democrático das Alternativas, Vasco
Lourenço, admite que possa sair deste movimento uma candidatura à Presidência
da República. Em declarações ao i, Vasco Lourenço realça que esta
iniciativa não tem como objectivo lançar um candidato, mas espera que “desta
movimentação e da futura movimentação” surja “uma candidatura que seja
diferente” e com “capacidade para ganhar as presidenciais” (ver entrevista ao
lado no i).
O capitão de Abril
acredita que a partir deste congresso – que vai realizar-se no dia 5 de Outubro
– será “possível gerar uma dinâmica que gere alternativas”. “Só se pode ser
alternativa democrática conquistando o poder”, acrescenta. Uma das figuras mais
faladas para Belém, à esquerda, é Carvalho da Silva, que está também envolvido
na organização do evento. “Pode ser uma solução”, admite o presidente da
Associação 25 de Abril.
É porém comum,
entre os organizadores, a preocupação de afastar a ideia de que o encontro pode
levar à criação de um partido político ou ser a base de uma candidatura a
Belém. “O Congresso não pretende lançar qualquer tipo de candidatura para
qualquer tipo de eleições, nem criar um novo partido político. O que será
possível fazer dependerá do debate”, afirma ao i Daniel Oliveira,
outro dos promotores desta iniciativa.
O ex-dirigente do
BE rejeita ainda que a iniciativa pretenda unir as forças políticas de
esquerda. “Não cabe a nós dizer quem se deve unir com quem, não somos
casamenteiros, não é essa a nossa função”. Contudo, admite, o objectivo é dar à
sociedade portuguesa “caminhos alternativos” e “obviamente os partidos são aí
actores”. “Mais do que dizer quem se deve entender com quem é perceber em torno
do quê vale a pena entenderem- -se”, defende Daniel Oliveira.
Também José Manuel
Pureza, um dos promotores e dirigente do BE, rejeita a pretensão de uma união
da esquerda mas admite que é “urgente haver alternativas e é importante que
tenham condições políticas e força política para serem executadas”.
CONTRA A TROIKA
A iniciativa nasceu
com o objectivo de criar um movimento comum contra o acordo da troika. Ao todo
já se inscreveram quase mil pessoas para participarem no congresso de 5 de
Outubro e cerca de três mil subscreveram a convocatória que defende a
necessidade de “denunciar o Memorando da troika e as suas revisões e abrir uma
negociação com todos os credores para a reestruturação da dívida pública”.
A ideia é que este
encontro entre as várias sensibilidades da esquerda portuguesa seja apenas um
ponto de partida. “O congresso é um começo e não um fim, para que o diálogo
continue a funcionar”, afirma Daniel Oliveira. E acrescenta: “Não nos cabe
dizer como podem ser feitas as convergências, mas queremos mostrar que há mais
coisas do que se pensa a juntar quem está na oposição contra o caminho de
austeridade.”
Desde que o
congresso foi marcado – há quase três meses – muita coisa aconteceu e subiu de
tom a contestação contra o governo e contra as medidas de austeridade. “Os
maiores propagandistas deste congresso foram o primeiro- -ministro e o
Presidente da República com estes últimos acontecimentos”, sintetiza Vasco
Lourenço.
Sem comentários:
Enviar um comentário