Nuno Guedes - TSF
Especialistas
admitem que desaparecimento de jovens da população activa se deve em grande
parte à emigração. Muitos nem chegam a procurar emprego em Portugal.
Em apenas um ano,
de Junho de 2011 a Junho de 2012, desapareceram 65 mil jovens com idades entre
os 25 e os 34 anos da população activa portuguesa. Uma queda que se acelerou
nos primeiros seis meses deste ano com uma perda de 44 mil jovens.
Uma parte da
descida na população activa, ou seja nas pessoas que estão disponíveis para
trabalhar (empregadas ou desempregadas), está relacionada com uma população portuguesa
que vai ficando, aos poucos, cada vez mais velha, mas os especialistas
contactados pela TSF admitem que grande parte se deve à emigração. O
envelhecimento não explica tudo.
Os inquéritos do
Instituto Nacional de Estatística ao mercado de trabalho revelam que a perda de
população activa em Portugal é muito forte sobretudo nas idades entre os 25 e
os 34 anos: entre Junho de 2011 e Junho de 2012 desapareceram 65 mil jovens
activos com estas idades, numa descida de 4,7 por cento que se agravou nos primeiros
seis meses deste ano quando deixaram de aparecer mais de 40 mil jovens activos.
À TSF, Jorge
Malheiros, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, sublinha
que a queda foi ainda maior entre os homens o que só pode estar relacionado com
a emigração que se sabe que tende a ser maior entre o sexo masculino que foi
ainda mais afectado pela crise e pelo desemprego.
Os números da
população activa ajudam a confirmar que são os mais novos quem está a sair mais
do país e Jorge Malheiros explica que tudo aponta para uma emigração que está a
ser feita maioritariamente (mas não só) por quem tem idades até aos 30 e poucos
anos.
As estatísticas do
INE revelam ainda que a população activa com ensino superior está a crescer
menos do que a população total com essa mesma formação. O geógrafo da
Universidade de Lisboa acredita que essa diferença se deve ao facto de
existirem jovens que acabam o seu curso e nem entram no mercado de trabalho ou
procuram emprego em Portugal, pelo que nunca chegam a fazer parte a ser
população activa nacional. Ou seja, contínua Jorge Malheiros, são jovens
licenciados «que saem logo face à ideia que progressivamente se instala na
sociedade portuguesa de que aqui não há muitas oportunidades».
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