segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PORTUGAL PERDEU 65 MIL JOVENS ATIVOS NUM ANO

 

Nuno Guedes - TSF
 
Especialistas admitem que desaparecimento de jovens da população activa se deve em grande parte à emigração. Muitos nem chegam a procurar emprego em Portugal.
 
Em apenas um ano, de Junho de 2011 a Junho de 2012, desapareceram 65 mil jovens com idades entre os 25 e os 34 anos da população activa portuguesa. Uma queda que se acelerou nos primeiros seis meses deste ano com uma perda de 44 mil jovens.
 
Uma parte da descida na população activa, ou seja nas pessoas que estão disponíveis para trabalhar (empregadas ou desempregadas), está relacionada com uma população portuguesa que vai ficando, aos poucos, cada vez mais velha, mas os especialistas contactados pela TSF admitem que grande parte se deve à emigração. O envelhecimento não explica tudo.
 
Os inquéritos do Instituto Nacional de Estatística ao mercado de trabalho revelam que a perda de população activa em Portugal é muito forte sobretudo nas idades entre os 25 e os 34 anos: entre Junho de 2011 e Junho de 2012 desapareceram 65 mil jovens activos com estas idades, numa descida de 4,7 por cento que se agravou nos primeiros seis meses deste ano quando deixaram de aparecer mais de 40 mil jovens activos.
 
À TSF, Jorge Malheiros, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, sublinha que a queda foi ainda maior entre os homens o que só pode estar relacionado com a emigração que se sabe que tende a ser maior entre o sexo masculino que foi ainda mais afectado pela crise e pelo desemprego.
 
Os números da população activa ajudam a confirmar que são os mais novos quem está a sair mais do país e Jorge Malheiros explica que tudo aponta para uma emigração que está a ser feita maioritariamente (mas não só) por quem tem idades até aos 30 e poucos anos.
 
As estatísticas do INE revelam ainda que a população activa com ensino superior está a crescer menos do que a população total com essa mesma formação. O geógrafo da Universidade de Lisboa acredita que essa diferença se deve ao facto de existirem jovens que acabam o seu curso e nem entram no mercado de trabalho ou procuram emprego em Portugal, pelo que nunca chegam a fazer parte a ser população activa nacional. Ou seja, contínua Jorge Malheiros, são jovens licenciados «que saem logo face à ideia que progressivamente se instala na sociedade portuguesa de que aqui não há muitas oportunidades».
 

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