sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Portugal: Soares não vai ao 5 de Outubro em protesto por abandono da CML

 

Ana Sá Lopes e Luís Claro – i online
 
Ex-Presidente acha “indecente” recusa de Cavaco de comemorar o 5 de Outubro no seu local histórico
 
O ex-Presidente da República Mário Soares não vai estar hoje presente nas comemorações oficiais do 5 de Outubro, em protesto contra o facto de a Câmara Municipal ter decidido abandonar a Praça do Município, por motivos de segurança.
 
“Não vou ao 5 de Outubro porque acho indecente a recusa de um Presidente da República de ir a um sítio histórico. Não faz sentido deslocar as comemorações para um sítio escondido por medo de se ser apupado”, disse ontem Mário Soares ao i. “Parece que se vive numa espécie de clandestinidade”, acrescentou o ex-Presidente, invocando que se está a romper uma tradição das comemorações do 5 de Outubro que nem durante o salazarismo deixaram de ser realizadas na Praça do Município. “A tradição é comemorar o 5 de Outubro na Praça do Município. Metem-se num pátio para fugir.” Mário Soares participará, no entanto, num jantar em Alenquer, promovido por republicanos da região Oeste, que se realiza todos os anos desde 1910. Seguro também estará presente
 
As comemorações oficiais do dia 5 de Outubro não vão ser realizadas, pela primeira vez desde 1910, na Praça do Município, transitando para um recinto fechado chamado Pátio da Galé.
 
O Presidente da República, Cavaco Silva, segundo apurou o i, pediu ao Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que alterasse o local das comemorações, invocando o risco de manifestações populares e decidiu não abrir este ano os jardins do Palácio de Belém ao público.
 
Belém argumenta que vai fechar as portas do palácio por “razões de contenção de custos” e remete uma explicação sobre a mudança dos discursos para o Pátio da Galé para a Câmara de Lisboa, que organiza as comemorações.
 
Também António Costa apresenta publicamente o argumento económico para justificar a alteração do local das comemorações. Segundo o presidente da CML, “sai mais caro” organizar as comemorações na Praça do Município, devido à “infra-estrutura que se tem de montar” do que no Pátio da Galé. António Costa negou que a passagem dos discursos para aquele local se deva a receios de manifestações, afirmando que “as manifestações são normais em democracia”. Outra das originalidades destas comemorações é a ausência do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. O ministro da Defesa, Aguiar-Branco, vai representar o chefe do governo. Passos Coelho vai estar ausente por se encontrar em Bratislava, capital da Eslováquia, a participar num encontro do grupo Amigos da Coesão. Este grupo é constituído pela Bulgária, pela República Checa, pela Estónia, pela Grécia, pela Espanha, pela Hungria, pela Letónia, pela Lituânia, pela Polónia, pela Roménia, pela Eslovénia, pela Eslováquia, pela Espanha e por Portugal.
 

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