RTP - Lusa
O presidente de
Cabo Verde defendeu hoje, na Cidade da Praia, que sem uma intervenção
"firme, determinada e interessada" das Nações Unidas, a Guiné-Bissau
corre o risco de não ter solução.
Falando à agência
Lusa e à RTPÁfrica, à margem de uma reunião dos presidentes dos Tribunais de
Contas lusófonos, Jorge Carlos Fonseca considerou "lamentáveis e
inaceitáveis" os acontecimentos de domingo de manhã em Bissau, onde um
alegado ataque a um quartel provocou seis mortos.
"Estamos a
acompanhar os acontecimentos e a tentar perceber a sua real dimensão e efetivo
significado. É muito lamentável e inaceitável que se continuem a registar atos
de violência, que haja continuidade da intervenção de forças militares no
processo político", afirmou Jorge Carlos Fonseca.
Para o chefe de
Estado cabo-verdiano, a "complexidade" das sucessivas crises
político-militares na Guiné-Bissau mostra que uma solução definitiva e
duradoura terá de passar por uma intervenção mais firme da comunidade
internacional, nomeadamente das Nações Unidas.
"Sem uma
intervenção das Nações Unidas, forte, decidida e interessada, a situação pode
deteriorar-se e, depois, poderá não haver um controlo de possíveis soluções
para o país", alertou, lembrando que qualquer compromisso deve ter em
conta a defesa dos interesses do povo guineense.
"Temos a
lamentar a violência exercida contra pessoas e bens, numa demonstração evidente
de violação de direitos fundamentais das pessoas. Esperamos que haja apuramento
de responsabilidades e que haja a concretização da condenação dessas
responsabilidades", concluiu.
Na madrugada de
domingo, um grupo de homens armados tentou tomar pela força o quartel dos
para-comandos, uma unidade de elite das forças armadas da Guiné-Bissau, tendo
resultado seis mortos dos confrontos, todos do grupo assaltante.
A informação foi
prestada pelo governo de transição, que diz que o grupo era comandado pelo
capitão Pansau N´Tchama e acusa Portugal, a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa e o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, de
envolvimento no ataque.
Na segunda-feira
militares espancaram dois dirigentes partidários, abandonando-os depois em
locais ermos nos arredores de Bissau.
1 comentário:
CPLP - GOVERNOS ULTRA CONSERVADORES ESQUECEM OS POVOS POR QUE SÓ ESTÃO AO SERVIÇO DO CAPITAL!
1 - É com um vazio no estômago e com repulsa que observamos a insistência dos governos da CPLP em encontrar soluções que não atendem ao principal prejudicado por toda a situação corrente na Guiné Bissau, o povo da Guiné Bissau.
2 - O exemplo de Cuba, que de forma internacionalista e solidária tem pautado a não ingerência por que entende prioritário dar todo o appoio possível ao povo da Guiné Bissau, não só cala fundo, mas é um exemplo que a CPLP deveria antes do mais integrar e incentivar.
3 - África precisa urgentemente de reencontrar-se, reencontrando a identidade que tem perdido para com seus próprios povos!
PAZ SIM, NATO NÃO!
CUBA PARA A CPLP!
Martinho Júnior.
Luanda.
Enviar um comentário