Governo de
transição da Guiné-Bissau condena espancamento de políticos
23 de Outubro de
2012, 14:48
Bissau, 23 out
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau condenou hoje o espancamento
por militares de dois líderes políticos do país e prometeu identificar e
castigar os agressores.
Em conferência de
imprensa em Bissau, o ministro da Presidência do conselho de ministros e
porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz, afirmou que o executivo
"é completamente alheio às detenções e espancamento" de Silvestre
Alves e Iancuba Indjai, líderes do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST) e
do Movimento Democrático Guineense (MDG), respetivamente.
"Ao tomar
conhecimento das detenções ilegais e do espancamento de políticos, nomeadamente
dos doutores Silvestre Alves e Iancuba Indjai, o Governo de transição vem
posicionar-se face aos graves atropelos que se têm verificado, violando
flagrantemente um preceito constitucional que é a garantia dos direitos
fundamentais dos cidadãos", afirmou Fernando Vaz.
Partido de antigo
primeiro-ministro acusa Portugal pelo "atual momento" da Guiné-Bissau
23 de Outubro de
2012, 15:10
Bissau, 23 out
(Lusa) - O PADEC, pequeno partido da Guiné-Bissau liderado pelo antigo
primeiro-ministro Francisco Fadul responsabilizou hoje Portugal, entre outras
entidades e figuras, "pelo atual momento que o país atravessa".
Num comunicado
divulgado em Bissau, o Partido para a Democracia, Desenvolvimento e Cidadania
(PADEC) condenou o "ato de vandalismo e de tentativa de roubo de
equipamento bélico de propriedade pública, com intenções beligerantes",
referindo-se ao ataque a um quartel militar no passado domingo que provocou
seis mortos.
O comunicado
responsabiliza o PAIGC, o maior partido da Guiné-Bissau, a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), Portugal, o primeiro-ministro deposto em
abril passado, Carlos Gomes Júnior, o Presidente interino deposto na mesma
data, Raimundo Pereira e o antigo chefe das Forças Armadas guineenses, Zamora
Induta, pelo momento de instabilidade que o país atravessa.
O partido de
Francisco Fadul, atualmente a viver em Portugal, afirma estranhar "o facto
de a CPLP e Portugal se preocuparem tanto com Carlos Gomes Júnior e nada com os
adversários políticos deste que foram vítimas do regime totalitário e
terrorista implantado por ele".
Diz o PADEC que
Carlos Gomes Júnior pede agora uma força internacional para a Guiné-Bissau
quando após os "espancamentos e assassinatos ocorridos em 2009" a
"rejeitou categoricamente", quando Francisco Fadul a pediu.
Também o Movimento
Democrático Guineense (MDG), outro pequeno partido do país, fez hoje sair um
comunicado a condenar o uso da violência contra o seu líder, Silvestre Alves,
que na segunda-feira foi "sequestrado" por "militares fortemente
armados" que o "espancaram desumanamente".
O partido
responsabiliza o Estado Maior das Forças Armadas, o Presidente de transição e o
governo de transição pelo sucedido.
Silvestre Alves
está a ser tratado no Hospital Simão Mendes, em Bissau.
Iancuba Injai,
outro líder partidário também espancado na segunda-feira e abandonado num local
ermo, está a ser tratado no Hospital Militar por médicos da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os dois casos
levaram hoje a Liga Guineense dos Direitos Humanos a dizer que a situação de
domingo levou a que se instalasse na Guiné-Bissau "um clima de medo
protagonizado pelos indivíduos afetos às Forças Armadas, numa autêntica caça
aos adversários políticos".
O "ato
vergonhoso e ignóbil e instrumento para silenciar os cidadãos sobre os assuntos
da vida política nacional e semear o terror na sociedade guineense",
mostra a necessidade de encontrar uma solução definitiva e duradoura para a
crise no país, diz a Liga, que condena os "atos de brutalidade" e
responsabiliza as autoridades de transição "pelas atrocidades que estão a
ser perpetradas no país sem qualquer resposta necessária e eficaz".
A Liga lamenta
também a "ineficácia" da força da CEDEAO presente no país (ECOMIB),
que não evitou nem o ataque de domingo nem "os atentados contra a
integridade física dos cidadãos", e pede às Forças de Defesa e Segurança
para que parem de imediato "os atos atentatórios dos direitos
humanos".
E alerta a
comunidade internacional "para os riscos de uma situação insustentável e
de crise sem precedentes, se medidas urgentes e adequadas não forem acionadas
imediatamente".
FP //JMR.
Ministério Público
guineense pede apoio de Portugal para levar Gomes Júnior a tribunal
23 de Outubro de
2012, 18:28
Bissau, 23 out
(Lusa) - O Ministério Público da Guiné-Bissau enviou às autoridades portuguesas
uma carta rogatória no sentido de Carlos Gomes Júnior, o primeiro-ministro
deposto e atualmente em Lisboa, ser ouvido no âmbito do processo de Helder
Proença, assassinado em 2009.
A carta, a que a
Agência Lusa teve acesso, pede às autoridades portuguesas para que notifiquem
Carlos Gomes Júnior para comparecer na Vara Crime do Tribunal Regional de
Bissau no dia 10 de dezembro de 2012, às 15:00, "na qualidade de suspeito
sobre os factos de que vem sendo acusado".
A carta rogatória
foi enviada para Portugal no passado dia 10 e tem anexada uma queixa de Ester
Proença, mulher de Helder Proença, assassinado em 2009, quando Carlos Gomes
Júnior era primeiro-ministro.
ONU e parceiros da
Guiné-Bissau seriamente preocupados com acontecimentos dos últimos dois dias
23 de Outubro de
2012, 19:50
Bissau, 23 out
(Lusa) - Os parceiros internacionais da Guiné-Bissau manifestaram hoje
"sérias preocupações relativamente aos acontecimentos de 21 e 22 de
outubro" no país e pediram às autoridades o respeito e salvaguarda dos
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
"Os parceiros
internacionais instam as autoridades na Guiné-Bissau a respeitarem e
salvaguardarem os direitos e liberdades fundamentais de todos os cidadãos do
país, enquanto são conduzidas as investigações, mantendo os padrões
internacionais estabelecidos", lê-se numa nota assinada por Joseph
Mutaboba, representante em Bissau do secretário-geral das Nações Unidas.
Os parceiros
internacionais, acrescenta Joseph Mutaboba, juntam-se ao apelo da ONU no
sentido "de empreender as ações necessárias para promover o diálogo
nacional inclusivo, como forma de alcançar soluções pacíficas duráveis para os
problemas da Guiné-Bissau".
A declaração
conjunta resultou de uma reunião hoje realizada entre Joseph Mutaboba e os
parceiros internacionais presentes no país.
No passado domingo,
um grupo supostamente comandado por um oficial guineense que tinha pedido asilo
a Portugal tentou assaltar um quartel militar, uma ação da qual resultaram seis
mortos, segundo as autoridades.
Na segunda-feira
militares espancaram dois dirigentes partidários, abandonando-os depois em
locais ermos nos arredores de Bissau.
FP // SB
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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sobre Guiné-Bissau (símbolo na barra lateral)
2 comentários:
A culpa é das mães!!!
... Eles não deviam ter nascido, deviam ter sido abortos!...
... Masceram, cresceram e deram nisto!...
A culpa é das mães!!!
ESTA É A DEMOCRACIA À MODA DA CEDEAO E DE ACORDO COM AS REGRAS DA FRANÇAFRIQUE !!!
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