Bissau
(GBissau.com, 21 de Outubro de 2012) – seis mortos e um ferido ligeiro é o
balanço provisório de um tiroteio que teve lugar na madrugada deste domingo, em
Bissau, quando um grupo de assaltantes liderados pelo capitão Pansau Intchama —
que até recentemente se encontrava em Portugal – tentou tomar de assalto o
Regimento de Para-Comandos em Bissau. A informação foi-nos confirmada pelo
Ministro da Defesa Nacional, Celestino de Carvalho.
O Regimento de
Para-Comandos é uma unidade de elite “Boinas Vermelhas”, situada junto ao
aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissau.
De acordo com o
titular da pasta da defesa, o capitão Pansau Intchama “liderava o grupo
constituído maioritariamente pelos rebeldes de Cassamance”. Mas, de acordo com
Celestino de Carvalho, o assalto só foi possível com a “cumplicidade de alguns
oficiais guineenses, dois elementos da Polícia Militar Judicial e um oficial de
Para-Comandos”. Foram os primeiros dois elementos que “facilitaram o roubo de
algumas armas no Tribunal Supremo Militar (situado no antigo Quartel
General-QG)” momentos antes do assalto à unidade de Para-Comandos, adiantou
Celestino de Carvalho. De acordo com o mesmo, os dois elementos da Polícia
Militar Judicial foram recentemente “recrutados”.
No decurso do
assalto, o capitão Pansau Intchama “telefonou ao Comandante do Regimento de
Para-Comandos informando-lhe de que a sua unidade já estava sob o seu controlo
e pedindo para que as tropas se rendessem”, informou o ministro da defesa.
Supostamente, os assaltantes foram conduzidos para o interior do quartel de
Para-Comandos por um oficial guineense que se encontrava em serviço nessa
altura. Foi esse oficial que também “facilitou o roubo de algumas armas no
dormitório dessa unidade militar”, alega Celestino de Carvalho.
E, de acordo com
ele, houve “resistência e um tiroteio” por um tempo indeterminado durante o
qual os assaltantes “perderam um homem dentro da unidade militar”. Depois,
“foram prosseguidos para a residência de um militar guineense – a mesma pessoa
que lhes facultara a entrada à unidade de Para-Comandos — onde houve mais
tiroteios”. Foi junto à residência desse oficial que mais cinco pessoas foram
mortas, adiantou.
Entretanto, o
capitão Pansau Intchama ainda não foi encontrado e está supostamente a ser
perseguido pelos militares guineenses, concluiu o Ministro da Defesa Nacional.
Confirma-se, no entanto, a prisão de três pessoas alegadamente envolvidas no
assalto.
Pansau Intchama é
acusado “informalmente” nos meios políticos e militares guineenses de estar
supostamente envolvido no assassinato de antigo Presidente guineense, General
João Bernardo Vieira e, ao que se sabe, até muito recentemente ele se
encontrava em Portugal.
Recorde-se que a
Guiné-Bissau sofreu um golpe de Estado no passado dia 12 de Abril.
*Título alterado
por PG
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