Patrícia Viegas – AFP
– Diário de Notícias
Testemunhas ouvidas
esta manhã pela agência noticiosa AFP deram conta de uma troca de tiros num
quartel de uma unidade de elite do Exército da Guiné-Bissau, que fica situada
junto ao aeroporto de Bissau.
O tiroteio terá
demorado uma hora e eclodiu, alegadamente, quando um grupo de homens armados
tomou de assalto a caserna militar às 04.00 (03.00 em Lisboa). O assalto terá
falhado e os homens puseram-se em fuga, disseram as mesmas testemunhas que
foram ouvidas pela AFP em Bissau.
Não é certo, para
já, qual o número de vítimas. Um dos homens envolvidos no assalto foi morto e
dois outros presos, disse fonte militar à AFP, sem precisar, no entanto, se há
mortos ou feridos entre os membros dos "Boinas Vermelhas", cuja
caserna foi alvo do ataque.
O jornalista desta
agência noticiosa francesa diz que, apesar de a tensão andar no ar nas
imediações da caserna militar atacada, a situação parecia estar calma hoje de
manhã na capital guineense.
Não foi avançada
ainda qualquer informação oficial sobre a origem e motivações dos assaltantes,
mas, lembra a AFP, a recente promoção de alguns militares suscitou a cólera dos
que não foram promovidos, segundo observadores atentos da realidade guineense.
Palco de uma forte
instabilidade polític e plataforma para o narcotráfico, a Guiné-Bissau teve o
seu último golpe de Estado a 12 de abril deste ano, quando foram depostos o
primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino Raimundo Pereira
entre as duas voltas das eleições presidenciais.
Serifo Namadjo, um
dissidente do PAIGC, é o atual Presidente de transição da Guiné-Bissau e nomeou
primeiro-ministro Rui Duarte de Barros. Embora essa transição seja reconhecida
pela Comunidade Económica de Países da África Ocidental (CEDEAO), o mesmo não
acontece com a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa
(CPLP).Portugal, membro da CPLP e membro não pernanente do Conselho de
Segurança da ONU, condenou, aliás, este golpe, junto das Nações Unidas e
promoveu a aplicação se sanções contra os golpistas.
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