domingo, 18 de novembro de 2012

Cabo Verde: LEI DE ESTRANGEIROS, JOSÉ SARAMAGO, TENTOU MATAR MAGISTRADO

 


Cabo Verde prepara nova Lei de Estrangeiros
 
16 de Novembro de 2012, 16:27
 
Cidade da Praia, 16 nov (Lusa) - O Governo de Cabo Verde está a ultimar uma nova Lei de Estrangeiros, que irá estabelecer o quadro de instalação de imigrantes no arquipélago, revelou hoje a ministra-adjunta e da Saúde cabo-verdiana.
 
"Está em preparação a nova lei de estrangeiros, onde estabelecemos o quadro da instalação dos estrangeiros, porque queremos estabelecer regras, exercer a soberania neste domínio e dizer o que é ou não permitido para que a navegação seja orientada", disse Cristina Fontes Lima, sem adiantar pormenores.
 
Sem dados oficiais fiáveis, face à livre circulação existente no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e à imigração ilegal, estimativas apontam para que cerca de três por cento da população do arquipélago - cerca de 15 mil entre os quase meio milhão de habitantes -, seja estrangeira.
 
Segundo a ministra, citada pela agência Inforpress, o Governo cabo-verdiano não quer que os imigrantes estejam ilegais no país, sem segurança social e sem contar para as estatísticas, por exemplo, da Educação e da Saúde.
 
"Temos de pôr ordem nesta matéria. Estamos a estabelecer regras, a aprovar uma nova Lei de Estrangeiros e a trabalhar com a CEDEAO para garantir a livre circulação, permitindo também saber como gerir os fluxos em consonância com os interesses nacionais", indicou.
 
JSD //JMR.
 
Lusofonia tem todas as razões para celebrar José Saramago, diz poeta e escritor cabo-verdiano
 
17 de Novembro de 2012, 15:17
 
Cidade da Praia, 17 nov (Lusa) - O mundo lusófono, e o cabo-verdiano, em particular, tem todas as razões para celebrar os 90 anos do nascimento de José Saramago, por este escritor ter elevado a Língua Portuguesa a nível internacional, diz o artista Abraão Vicente.
 
O pintor, fotógrafo, escritor e cronista cabo-verdiano Abraão Vicente, que organizou, sexta-feira à noite, uma tertúlia numa livraria da Cidade da Praia destinada a celebrar os 90 anos do único Nobel da Literatura do mundo lusófono (1998), falecido a 18 de junho de 2010, diz que, "para os cabo-verdianos, faz todo o sentido celebrar o homem que nos abriu o mundo, que nos abriu a possibilidade de ser produtores de palavras, não só para os 500 mil habitantes que falam crioulo (Cabo Verde), mas também para o mundo", disse.
 
"Não só por ser um grande admirador da sua literatura, mas de facto, gostando ou não dele, foi um homem que pegou no Português e disse que é uma língua que se pode comunicar a língua e nível internacional. Temos todas as razões do Mundo para celebrar Saramago", acrescentou.
 
Na tertúlia, que decorreu na livraria Nhô Eugénio, na Cidade da Praia, vários poetas, escritores e jornalistas cabo-verdianos, como Abraão Vicente, Daniel Medina, Péricles Barros e Marilene Pereira leram textos, frases, poemas e histórias de Saramago, pelo meio de garrafas de vinho tinto português.
 
A iniciativa partiu do que responde desta forma a um convite feito recentemente em Lisboa pela viúva do escritor, Pilar del Rio, depois o também deputado ter apresentado o seu mais recente livro "Traços Rosa Choque", a lançar em Cabo Verde em dezembro.
 
"Cabo Verde tem um grande património, que é a Língua Portuguesa, e Saramago foi quem nos colocou, a nós, os falantes, no mais alto patamar. É o Nobel da Literatura e não há nenhuma razão para não celebrarmos o homem que nos abre mercados, que nos dá a possibilidade de comunicar na nossa língua com o mundo", realçou.
 
"Com Saramago, temos mercado no Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Portugal", concluiu Abraão Vicente.
 
JSD. // RJP.
 
Oito anos e meio de prisão efetiva para homem que tentou matar magistrado cabo-verdiano
 
17 de Novembro de 2012, 16:56
 
Cidade da Praia, 17 nov (Lusa) - O tribunal da Comarca da Cidade da Praia condenou a oito anos e meio de prisão efetiva o autor de uma tentativa de homicídio de um magistrado cabo-verdiano em julho de 2011.
 
Segundo a imprensa cabo-verdiana de hoje, Charles Eusébio Pereira, ex-membro da Legião Francesa, que passou por vários cenários de guerra em África, foi ainda condenado por posse de arma de fogo regulamentada, além de ter de pagar uma indemnização de 350 mil escudos (3.170 euros) ao juiz Faustino Monteiro.
 
No entanto, Charles Pereira, que foi preso preventivamente na Cadeia de São Marinho poucos dias depois do incidente, vai recorrer da sentença, após negar a autoria do suposto crime durante o julgamento.
 
Faustino Monteiro, juiz criminal da Comarca da Cidade da Praia, foi atingido em julho de 2011 com um tiro por um homem encapuçado que fez ainda outro disparo e que se pôs depois em fuga.
 
Um dos tiros atingiu o juiz numa mão e o outro um automóvel estacionado próximo do Hospital Agostinho Neto, na capital de Cabo Verde, fazendo partir os vidros.
 
Na altura do incidente, Faustino Monteiro estava ligado, como juiz, às ações policiais de então que levaram à apreensão de uma quantidade importante de droga e de armas de pequeno calibre nalgumas zonas da Achada de Santo António, na Cidade da Praia.
 
JSD // ROC.
 
Jovens empresários querem melhoria do "ambiente de negócios" em Cabo Verde
 
18 de Novembro de 2012, 14:05
 
Cidade da Praia, 18 nov (Lusa) - O Governo de Cabo Verde e a Associação de Jovens Empresários Cabo-Verdianos (AJEC) vão estudar a possibilidade de assinar um pacto para melhorar o "ambiente de negócios" no país e aumentar a competitividade económica.
 
A informação foi adiantada no sábado à noite à agência Lusa pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, e pelo presidente da AJEC, Paulino Dias, no final de uma "reunião de alto nível" sobre empreendedorismo que envolveu também seis ministros, representantes universitários e empresariais, inclusive da empresa portuguesa Magensinus - Escola de Negócios e Tecnologias, e figuras da sociedade civil.
 
"A AJEC irá elaborar um conjunto de propostas para assinar um pacto com o Governo em relação a mudanças a introduzir no ambiente de negócios, no apoio às micro, pequenas e médias empresas e às empresas criadas por jovens, para podermos acelerar o crescimento da economia e a geração de emprego", disse José Maria Neves.
 
A ideia, segundo o chefe do executivo, é acelerar as reformas para que o arquipélago, atualmente no 122.º lugar do ranking do "Doing Business", possa chegar ao 'top 50' dentro de dois a três anos, contanto, para tal, com o apoio do setor privado.
 
"Queremos estabelecer uma forte relação, assinar um convénio e continuar o diálogo, para realizarmos reformas conjuntamente para que Cabo Verde possa, em dois três anos, chegar ao 'top 50' no 'Doing Business' e melhorar significativamente a competitividade da economia", acrescentou o primeiro-ministro cabo-verdiano.
 
Negando que tal possa constituir uma "utopia", José Maria Neves disse acreditar que as metas são possíveis e alegou que o Governo, no quadro do Programa Mudar para Competir, tem em curso um conjunto de medidas para melhorar o ambiente de negócios e subir no 'ranking' de competitividade.
 
Questionado pela Lusa sobre as críticas dos empresários, que acusam o Governo de ser muito teórico e de, depois, na prática, nada concretizar, José Maria Neves refutou-as, lembrando, por exemplo, que Cabo Verde, há poucos anos, nem sequer era avaliado no ranking do "Doing Business" e da competitividade.
 
"As pessoas são extremamente severas. Cabo Verde não era, até há uns anos atrás, sequer avaliado nos dois rankings. Hoje, graças às reformas, Cabo Verde já entrou no ranking. Em 2010/11 estivemos no 'top 10' em termos dos países reformadores, no quadro do 'Doing Business'", sustentou.
 
Paulino Dias, por seu lado, sublinhou à Lusa que as principais dificuldades sentidas pelas empresas privadas passam sobretudo pelo acesso ao crédito, "um dos principais constrangimentos", bem como ao "elevado custo/contexto" - transporte inter-ilhas, infraestruturas, comunicação, energia e água.
 
Manifestando disponibilidade para dialogar e assinar o pacto, o responsável pediu ao Governo a revisão da legislação laboral, medidas orientadas para o fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas, a definição e implementação de políticas para incentivar a internacionalização das empresas e a promoção do empreendedorismo no ensino.
 
JSD // ROC.
 

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