quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Portugal: Deputados saem sob insultos do Parlamento com ajuda da polícia

 


Fabíola Maciel – Público, com foto Miguel Manso
 
No momento em que a votação do Orçamento do Estado para 2013 na generalidade terminou na Assembleia da República (AR), um grupo de manifestantes foi para a lateral do edifício e impediu a saída dos deputados.
 
Terminado o debate sobre o OE2013, os deputados foram impedidos de usar as habituais saídas da AR. Perto de duas centenas de manifestantes barraram as saídas laterais do Parlamento, em Lisboa, e gritaram “vergonha”, “demissão” e “gatunos”.

Os veículos foram desviados pelos agentes da polícia para a lateral direita da AR, em direcção à Calçada da Estrela. Com as duas saídas do lado esquerdo bloqueadas, os deputados foram obrigados a passar pela rampa da parte da frente do Parlamento, que apenas é utilizada em cerimónias oficiais e em paradas.

Em frente ao Parlamento estão centenas de manifestantes da CGTP desde perto das 15h, hora marcada para o início do protesto. Perto das 16h20, juntou-se ao grupo a marcha de protesto da Frente Comum dos Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública e do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), afecta à Intersindical, que tinha partido cerca de uma hora antes do Marquês de Pombal, empunhando bandeiras pretas.

Fonte das forças policiais disse ao PÚBLICO que o corpo policial foi reforçado em comparação com a
última grande manifestação, a 15 de Outubro. Um reforço que é visível nos cordões policiais montados na periferia de todo o edifício. No local está também o treinador dos cães de patrulha.

Vários petardos rebentaram à frente do Parlamento. Num tom menos violento, os manifestantes entoaram Grândola, Vila Morena, canção de José Afonso que serviu de senha na Revolução dos Cravos, ainda a meio da tarde.

Com o cair da noite, os manifestantes derrubaram as vedações que se encontravam a proteger a escadaria do Parlamento, onde o corpo de intervenção da PSP formou dois cordões de protecção ao edifício cerca das 18h30. Há objectos a serem arremessados para a escadaria e é frequente o rebentamento de petardos. Os cães da Polícia foram levados para a linha da frente.

Já depois das 19h, os manifestantes atearam uma fogueira em frente à AR. Fizeram-na no mesmo sítio em que, a 15 de Outubro, se fez outra. Nessa altura, o protesto acabou numa carga policial. Agora, eram mais os petardos que se ouviam rebentar e mais as pessoas de cara tapada.

O contingente policial posicionado na escadaria da Assembleia da República (AR) foi reduzido pouco depois das 21h, numa altura em que apenas algumas dezenas de pessoas continuavam concentradas em frente ao parlamento, de forma mais ordeira.
 

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