A capital de
Moçambique, Maputo, tem razões para celebrar os seus 125 anos de história, mas
problemas na recolha do lixo e a falta de sanitários públicos ainda são
deficiências claras e visíveis.
A cidade de Maputo,
capital de Moçambique, completa 125 anos no sábado (10.11). Com um histórico de
mais de cem anos, enfrenta problemas que vão desde a deficiência na recolha do
lixo a vias degradadas.
A população de um
pouco mais de dois milhões de habitantes precisa lidar diariamente, além do
problema do lixo, com crescimento desordenado e a falta de sanitários públicos.
Urinar pela cidade
A ausência das
casas de banho tem incentivado a população, principalmente masculina, a urinar
em árvores, vedações ou sucatas, exalando assim um odor insuportável. Um problema
público que preocupa também os ambientalistas. Na opinião de António Reina, da
organização não governamental Livaningo, o governo precisa sensibilizar as
pessoas mas também fazer cumprir a lei.
"Não estamos a
dizer que temos que bater nas pessoas, ou criar um estado de sítio por causa
disto. Mas é preciso que a população pense antes de agir [como urinar em
árvores, por exemplo] e saiba o que lhes pode acontecer", esclarece
António Reina.
O presidente do
Conselho Municipal, David Simango, garantiu que já existem soluções para esta
falta na cidade de Maputo. "Nós temos dois contratos que permitem, nos
próximos dois ou três anos, construir 90 sanitários públicos."
O lixo e as sacolas
plásticas
Outro problema é a
deficiência na recolha dos resíduos sólidos. O ambientalista Carlos Serra
Júnior, mostra-se mais preocupado com o uso do saco plástico e outras
embalagens.
"Estamos muito
preocupados com o problema do lixo. Mas com relação às embalagens, podemos
fazer algo em termos legislativos. Os deputados podem, com a nossa ajuda,
aprovar um instrumento legal que ponha regras para a produção, comercialização
e destino final das embalagens."
O ambientalista
lembra que grande parte da população joga o saco plástico no chão após usá-lo,
um grande problema quando chove. As embalagens acabam por parar nas valas de
drenagem, impedindo desta forma a passagem da água.
"Faz mal à
cidade, faz mal ao sistema. É presciso restringir o saco plástico e arranjar
alternativas. Deve-se falar com as indústrias para fabricarem um plástico mais
resistente que possa ser reutilizável", defende o comerciante Issufo
Mohamed.
Quanto a criação de
uma legislação para a gestão do lixo em Maputo, os deputados da Assembleia da
República, ambientalistas e vendedores já entraram em um acordo. O uso do saco
plástico será regulamentado.
"É necessário
traçar uma legislação que possa ajudar na situação do fabrico do
plástico", explica a deputada Antónia Chare.
Maputo foi elevada
à categoria de vila em 1876. Onze anos mais tarde, em 10 de Novembro de 1887,
recebeu o estatuto de cidade devido ao bom desempenho econômico, numa época em
que os principais pólos eram Transvaal e o porto de Durban, na África do Sul.
Autor: Romeu da
Silva (Maputo) - Edição: Bettina Riffel / António Rocha
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