Henrique Monteiro –
Expresso, opinião, em Blogues
Passam hoje quatro
anos sobre a nacionalização do BPN. E passam mais de 3,5 mil milhões de
euros (quase o corte necessário na reforma do Estado) em custos para os
contribuintes, segundo estimativas de técnicos especializados. E podem passar
até 6,5 mil milhões, se os ativos nacionalizados se continuarem a degradar.
Eu fui contra a
nacionalização, apesar dos conselhos avisados do então ministro das Finanças o
qual, para ser justo, foi acompanhado por quase todos - senão todos - os
economistas e comentadores, que alertavam para um risco sistémico caso
se deixasse o banco falir.
Não pretendo que
eles não tinham razão, ou que eu previ o descalabro que hoje conhecemos. Apenas
quero chamar a atenção para um facto muito claro: as decisões políticas
não podem ter racionais apenas económicos; têm de levar em conta aspetos de
confiança, de ética e, sobretudo, de justiça. Em 15 de novembro de 2008, tive
oportunidade de escrever estas linhas na edição do Expresso:
"O sinal que o
Estado dá, ao nacionalizar o banco e garantir o dinheiro daqueles que lá o
puseram, é de que, afinal, não havia risco nenhum (no BPN). Quem perde?
Simples: o contribuinte que vai pagar e o investidor prudente que, por não
acreditar na espécie de 'bacalhau a pataco' que Oliveira Costa vendeu, pôs o
dinheiro noutros bancos, embora a render menos".
Passados quatro
anos não acrescento nem retiro uma linha.
Twitter:
@HenriquMonteiro https://twitter.com/HenriquMonteiro
Facebook:Henrique
Monteiro http://www.facebook.com/hmonteiro
Sem comentários:
Enviar um comentário