FYC/ (ATF) - Lusa
Peniche, 10 nov
(Lusa)- O coronel Otelo Saraiva de Carvalho alertou hoje em Peniche que o
protesto dos militares é “um aviso para o Governo recuar na austeridade”, sob
pena de poder haver uma revolução popular apoiada pelas forças de segurança e
militares.
O capitão de Abril
afirmou aos jornalistas que a manifestação militar de hoje “é um aviso para
que, ou através da renegociação da dívida ou de qualquer outro meio, o Governo
possa recuar nas medidas brutais de austeridade”.
Se não for tido em
conta, o militar, que comandou o golpe de 25 de Abril de 1974, defendeu que,
perante o descontentamento popular, o Governo pode-se ver confrontado com “uma
revolução a sério por parte do povo, incontrolável, em que as forças armadas e
de segurança podem vir a não dar apoio ao Governo e só intervir para evitar um
surto de violência extremo”.
Para Otelo Saraiva
de Carvalho, as razões do protesto de hoje “são perfeitamente justificadas”,
tendo em conta “a retirada de receitas” que “está a prejudicar e a violentar as
garantidas de contrato” dadas aos militares, como são exemplos a redução das
pensões e subsídios e a alteração dos limites de idade para passarem à reserva.
Otelo Saraiva de
Carvalho falava à margem de um almoço de ex-combatentes, promovido pela
Associação de Ex-Combatentes de Peniche.
As três associações
sócio-profissionais de militares, Associação de Oficiais das Forças Armadas
(AOFA), Associação Nacional de Sargentos (ANS) e Associação de Praças (AP),
estão a promover uma concentração junto à Praça do Município de Lisboa,
seguindo-se um desfile de protesto até aos Restauradores.
As associações
dizem que há um sentimento de "desacordo e revolta" nas Forças Armadas
e que estão a ser "empurradas para um beco" pelo poder político,
tendo em conta os cortes aplicados pelo Governo.
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