SIM/SBR – VC – Lusa,
com foto
Lisboa, 10 nov
(Lusa) – Os militares concentrados hoje em Lisboa aprovaram uma moção em que
garantem que “tudo farão” para não participar na repressão do
“descontentamento” dos portugueses e agendaram uma vigília contra o Orçamento
do Estado junto à Presidência da República.
As três associações
que convocaram a marcha que se realizou hoje, entre a Praça do Município e a
Praça dos Restauradores, garantiram que “tudo farão para impedir a utilização
dos militares em ações que visem reprimir a expressão democrática das
preocupações e indignação dos portugueses e do seu correspondente
descontentamento”.
A resolução final,
aprovada por unanimidade, pelos milhares de militares que esta tarde se
concentraram na Praça dos Restauradores, sublinha ainda que se “desenvolvem
pressões que vão no sentido de, na segurança interna, ser atribuído um papel
aos militares que vai muito para além do que a Constituição permite”.
Os militares
decidiram ainda fazer uma vigília junto à Presidência da República, a 27 de
novembro, dia em que deverá acontecer a votação final do Orçamento do Estado
para 2013, na Assembleia da República.
Salientando a
necessidade de ser avaliada a conformidade do Orçamento do Estado com a
Constituição, as três associações - Associação de Oficiais das Forças Armadas,
Associação de Praças e Associação Nacional de Sargentos – apelam ao Presidente
da República e comandante supremo das Forças Armadas, Cavaco Silva, para que
não promulgue o documento e peça a sua fiscalização preventiva.
Os militares
decidiram entregar, também a 27 de novembro, um ofício ao presidente do
Tribunal Constitucional e ao Provedor de Justiça, alertando-os “para a injustiça
das medidas” contida no Orçamento.
Alguns militares
vão estar presentes no Parlamento, no momento em que for votado o Orçamento,
para que possam testemunhar “a iniquidade das gravosas medidas”.
Vão igualmente
promover “ações” de protesto contra as medidas que “tão profundamente vêm
afetando os portugueses em geral”.
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