LAS – PMC - Lusa - com foto António Silva
Maputo, 19 nov
(Lusa) - A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, rejeitou negociar
as suas reivindicações com uma comissão criada pela Frelimo, partido no poder,
e exige que o diálogo seja feito com o governo de Maputo.
"Em nenhum
momento fizemos contacto com a Frelimo. No dia 22 de outubro, pedimos uma
audiência ao governo, na pessoa do primeiro-ministro e ainda não obtivemos
resposta", disse hoje à Lusa o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga.
A Renamo está a
exigir negociações com o governo de Maputo, considerando que não estão a ser
respeitados os acordos de paz assinados entre as duas partes, em 1992, em Roma.
Na sequência dessa
exigência, o líder do partido, Afonso Dhlakama, retirou-se da sua residência em
Nampula, norte de Moçambique, para uma antiga base militar do movimento na
Serra da Gorongosa, no centro do país.
Na última semana, a
Frelimo anunciou a constituição de uma comissão para negociar a situação com a
Renamo, afirmando que, oficialmente, não conhece as reivindicações do partido da
oposição.
"Nós não
queremos negociar com eles. A Renamo assinou os acordos de Roma com o governo e
não com a Frelimo. Neste preciso momento estou a escrever uma carta ao
Presidente da República a informá-lo que já pedimos audiência ao governo e não
tivemos resposta", disse Mazagana.
"Se o
Presidente entende que o pedido ao governo é respondido pelo partido, então
está, mais uma vez, a dar-nos razão nas nossas denúncias sobre a crescente
partidarização do Estado moçambicano", acrescentou o porta-voz da Renamo.
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