terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Angola: UM DEZEMBRO MAIS FELIZ

 


José Ribeiro – Jornal de Angola, opinião, em A Palavra ao Diretor

O sector social tem, em previsão, no próximo ano, mais 30 por cento dos fundos globais do Orçamento Geral do Estado. São números extraordinários que têm uma repercussão directa no combate à pobreza, pela via da criação de emprego, dos créditos à produção agrícola, dos juros bonificados aos empresários que querem lançar ou desenvolver os seus negócios. Estes números são o prenúncio de um novo ano em que a economia deve continuar a crescer e as condições sociais dos angolanos devem melhorar exponencialmente. É preciso ter mais saúde, melhor educação em todos os níveis, mais empregos, melhores salários, mais protecção materna e infantil, menos pobreza e mais protecção social.

Mas as notícias sobre a especulação nos preços de produtos essenciais para os consumidores, como o gás de cozinha, nesta época do ano, são preocupantes. Esta semana um grande supermercado estava a comercializar carne putrefacta, o cheiro não enganava ninguém. Em zonas da cidade vendem-se animais vivos em condições que configuram crueldade.

As autoridades têm que começar a intervir, com dureza, nestas situações. Ano após ano acontecem açambarcamentos e os preços especulativos criam dificuldades aos angolanos que vivem dos seus salários. Se há ocasiões em que faz sentido a expressão “tolerância zero” esta é uma delas. E quanto mais intolerantes com os que fazem do comércio um assalto ao bolso do trabalhadore e um atentado à saúde pública, mais as famílias vão aplaudir. Não se pense o contrário. Toda a gente quer ver as coisas a melhorar.

Os nossos consumidores não têm o hábito de exigir os seus direitos e por isso as denúncias dos crimes não chegam às autoridades que têm a responsabilidade de inspeccionar e fiscalizar as actividades económicas. Mas a autoridade do Estado está hoje mais forte do que ontem e é preciso que essa autoridade se imponha a todos, sobretudo aos que se aproveitam de uma época do ano especial, que convida ao consumo, para obterem lucros de qualquer maneira. Se as autoridades vigiarem a especulação, as famílias vão ser beneficiadas e vão ter um Dezembro mais feliz.

As autoridades estão atentas. O aviso feito pelo Executivo aos patrões, a respeito dos salários, é justo e vai também nesse sentido. Todos os trabalhadores têm direito ao subsídio de Natal e esse salário suplementar deve ser pago com o salário de Novembro ou nos primeiros dias de Dezembro. A situação é clara e não admite subterfúgios. Sabe bem, neste último mês do ano, receber um pouco mais do que é habitual. Esse salário extra é pago porque os trabalhadores fazem tudo para que lhes seja pago. Claro que muitos trabalhadores ainda não têm uma cultura de assiduidade e produtividade. Por isso esta também é a altura de todos compreendermos que só há mais distribuição de riqueza se a produção e a produtividade nacional aumentarem. Os que neste Dezembro receberam um subsídio de Natal estão felizes porque quer dizer que têm um emprego. Todos os angolanos em idade activa têm direito ao trabalho. As políticas do governo para criação de postos de trabalho têm dado resultados notáveis. Com as políticas adoptadas e as que já foram anunciadas, até ao fim desta legislatura, mais angolanos vão ter trabalho e um salário digno. Este é o instrumento mais importante do combate à pobreza.

Neste Dezembro, pelo menos, já há mais luz. É de felicitar o Ministério da tutela e a Edel por terem cumprido as promessas. Prometeram que em Dezembro o fornecimento de energia eléctrica ia conhecer melhorias e estão a cumprir. A cidade de Luanda tem agora mais energia e com mais regularidade. Ainda não se atingiu a perfeição, mas é evidente o esforço que está a ser feito para ultrapassar os problemas. Festas com mais luz, é um bom “subsídio de Natal” para todos os que demasiadas vezes entram em desespero por não terem energia eléctrica em casa, em alguns casos por longos períodos.

Chegam dias melhores, neste Dezembro que queremos repleto de felicidade. Todo o caminho a percorrer é difícil e tem muitos obstáculos. Mas em Angola nunca tivemos uma vida fácil. Ricos e pobres viveram sempre, lado a lado, os mesmos problemas, as mesmas deficiências, as mesmas dificuldades. Por isso temos, todos juntos de continuar a trabalhar.

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