Paulo Gaião –
Expresso, opinião, em Blogues
Miguel Relvas está
pronto para fazer campanha "de manhã à noite" a favor da eleição de
Fernando Seara. Era para ser Passos Coelho a anunciar o homem como candidato à
Câmara de Lisboa mas Relvas antecipou-se. E já lhe estragou mais a vida. O
combate pela capital é difícil. Mas assim torna-se impossível.
Relvas, o ministro
mais impopular das últimas décadas, alvo da chacota nacional com o caso da sua
licenciatura, debaixo de fogo com o dossier polémico da RTP e (imagine-se)
ministro que tutela a extinção de 1165 freguesias entretanto aprovada no
Parlamento, era a última pessoa de que Seara precisava para ser o seu ariete de
candidatura.
Ressabiado,
tentando demonstrar que não o conseguem abater politicamente, Relvas tem ido a
todas nas últimas semanas. Está em roda livre, sem olhar aos estragos que causa
à sua volta, fortalecido pela confiança que o amigo Passos Coelho lhe confere.
É também um caso de
sobrevivência política à custa da grandeza e efeitos da crise económica que
leva a opinião pública a distrair-se dele e a comunicação social a largar o
osso de vez em
quando. Armando Vara , por exemplo, noutra conjuntura, alvo de
uma ofensiva permanente, não teve remédio senão demitir-se do governo de
António Guterres.
Que hipóteses
restam a Seara depois disto?
Espera que o
governo caia entretanto para livrar-se do seu cangalheiro.
Apela à quota parte
lisboeta dos 6 milhões de benfiquistas para taparem o símbolo do PSD e votarem
num coração que sangra pelo clube da Luz.
Dá um mergulho no
Tejo como fez o desesperado Marcelo Rebelo de Sousa em 1989.
Desiste de vez de
Lisboa, vai à vida dele ou tenta as trufas de Bruxelas um pouco mais à frente
nas eleições para o Parlamento Europeu de 2014.
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