segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

RELVAS: O CORTA SEARAS

 


Paulo Gaião – Expresso, opinião, em Blogues
 
Miguel Relvas está pronto para fazer campanha "de manhã à noite" a favor da eleição de Fernando Seara. Era para ser Passos Coelho a anunciar o homem como candidato à Câmara de Lisboa mas Relvas antecipou-se. E já lhe estragou mais a vida. O combate pela capital é difícil. Mas assim torna-se impossível.
 
Relvas, o ministro mais impopular das últimas décadas, alvo da chacota nacional com o caso da sua licenciatura, debaixo de fogo com o dossier polémico da RTP e (imagine-se) ministro que tutela a extinção de 1165 freguesias entretanto aprovada no Parlamento, era a última pessoa de que Seara precisava para ser o seu ariete de candidatura.
 
Ressabiado, tentando demonstrar que não o conseguem abater politicamente, Relvas tem ido a todas nas últimas semanas. Está em roda livre, sem olhar aos estragos que causa à sua volta, fortalecido pela confiança que o amigo Passos Coelho lhe confere.
 
É também um caso de sobrevivência política à custa da grandeza e efeitos da crise económica que leva a opinião pública a distrair-se dele e a comunicação social a largar o osso de vez em quando. Armando Vara, por exemplo, noutra conjuntura, alvo de uma ofensiva permanente, não teve remédio senão demitir-se do governo de António Guterres.
 
Que hipóteses restam a Seara depois disto?
 
Espera que o governo caia entretanto para livrar-se do seu cangalheiro.
 
Apela à quota parte lisboeta dos 6 milhões de benfiquistas para taparem o símbolo do PSD e votarem num coração que sangra pelo clube da Luz.
 
Dá um mergulho no Tejo como fez o desesperado Marcelo Rebelo de Sousa em 1989.
 
Desiste de vez de Lisboa, vai à vida dele ou tenta as trufas de Bruxelas um pouco mais à frente nas eleições para o Parlamento Europeu de 2014.
 

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