EMYP – VM - Lusa
Maputo, 08 dez
(Lusa) - A experiência internacional de artistas moçambicanos emergentes é o
conceito explorado na iniciativa Ocupações Temporárias 20.12, que arrancou esta
semana, em Maputo, e que conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Na sua terceira
edição, as Ocupações Temporárias apresentam à capital moçambicana cinco
artistas moçambicanos relativamente anónimos na cena artística de Moçambique,
e, pela primeira vez, um artista internacional, o angolano Paulo Kapela.
O Aeroporto
Internacional de Maputo, algumas ruas da capital moçambicana e ainda as
embaixadas de Portugal, da Noruega e da África do Sul são os espaços onde
poderão ser visitadas as instalações artísticas, numa escolha que pretende
"provocar" no público uma "experiência internacional".
"Há uma vaga
de quadros formados, a famosa diáspora, que está a regressar a Moçambique. São
pessoas que fizeram formação e têm competências, e que retomam o país e a sua
construção. Fazia sentido mostrar que também nas artes há uma diáspora", disse
à agência Lusa Elisa Santos, mentora do projeto.
Eugénia Mussa, João
Petit Graça, Rui Tenreiro, Sandra Muendane e Tiago Correia-Paulo são os cinco
artistas moçambicanos convidados. O tema "Estrangeiros" foi o ponto
de partida para a construção dos seus projetos de ocupações artísticas.
"A própria
natureza do projeto e o seu lado inédito e, de alguma forma original, suscitou
o interesse. Não é apenas uma exposição: é uma exposição num determinado
contexto e com determinados objetivos", avançou António Pinto Ribeiro,
curador da Calouste Gulbenkian, explicando o apoio da fundação.
Na apresentação
pública da iniciativa, os jovens fotógrafos moçambicanos Filipe Branquinho e
Camila de Sousa falaram sobre a sua experiência de participação nas Ocupações
Temporárias de 2011, que lhes garantiu uma exposição nos jardins da Fundação
Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Com o seu trabalho,
Filipe Branquinho foi ainda selecionado para a final do concurso BESPhoto 2013,
que, na última edição, teve como vencedor o fotógrafo moçambicano Mauro Pinto.
"Foi, de
alguma forma, um encontro entre dois tipos de interesses: do nosso ponto de
vista, apresentar obras notáveis e muito boas, do ponto de vista dos
fotógrafos, terem a oportunidade de se apresentarem em Lisboa e,
posteriormente, em Cabo
Verde ", disse António Pinto Ribeiro.
"(as
ocupações) Têm trazido uma capacidade de ligar os artistas e de os pôr a
trabalhar em conjunto, de falarem de linguagens e técnicas que, se calhar, não
falariam. Também têm trazido um reconhecimento internacional: temos feito um
esforço muito grande para divulgar o que estamos a fazer", sublinhou Elisa
Santos.
As Ocupações
Temporárias 20.12 estão em Maputo até ao dia 27 de dezembro. Seguem depois para
Angola, Cabo Verde e, finalmente, Portugal.
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