Público - Lusa
Advogado representa
dois manifestantes
O advogado Garcia
Pereira considerou, esta segunda-feira, que o processo relativo aos incidentes
com a polícia na manifestação de 14 de Novembro, que se encontra em fase de
inquirição no Ministério Público, está "cheio de completas
ilegalidades".
Garcia Pereira, que
representa dois manifestantes convocados para se apresentarem no Departamento de
Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa nos próximos dias, disse que
"o processo tem situações muito graves".
No entender do
advogado, a convocação para apresentação no DIAP através de telefonema assume
"grande gravidade", uma vez que a polícia "utiliza, de forma
ilegal, sem mandado de um juiz, a triangulação de antenas de telemóvel para
localizar pessoas".
Também as fotos que
constam do processo em investigação no DIAP, algumas "que não se sabe se
são montagens", suscitam a indignação de Garcia Pereira.
"Não se sabe
quem tirou as fotos e se foram tiradas abusivamente", explicou o advogado,
que, a 23 de Novembro, pediu esclarecimentos ao director nacional da Polícia de
Segurança Pública, "dada a gravidade das indiciadas violações de direitos,
liberdades e garantias" na carga policial.
Paula Montez, uma
das activistas presentes na manifestação junto ao Parlamento, foi uma das
manifestantes ouvidas pelo DIAP, por suspeitas de ter atirado pedras à polícia.
A activista foi constituída arguida e ficou com a medida de coacção mais baixa
(termo de identidade e residência).
Entretanto, Ana
Rajado, do Movimento Sem Emprego, confirmou que "um número indeterminado
de pessoas está a ser chamado ao DIAP, mas não é possível dizer ao certo
quantas são, porque grande parte não quer dizer que vai ser ouvida no
Ministério Público".
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