quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau: PRESIDENTE DA CNE TOMOU POSSE, MISSÃO CONJUNTA VAI A BISSAU

 


Novo presidente da comissão eleitoral da Guiné-Bissau tomou posse
 
13 de Dezembro de 2012, 15:45
 
Bissau, 13 dez (Lusa) - O novo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Rui Nené, tomou hoje posse, apesar da polémica suscitada por um conjunto de pequenos partidos que questionam a sua nomeação para o cargo.
 
Em declarações aos jornalistas momentos após ter sido empossado pelo presidente do parlamento, Rui Nené disse ser normal a contestação de que tem sido alvo por parte de os partidos signatários de Pacto de transição.
 
"A crítica em democracia é normal, desde que seja bem fundamentada", observou Rui Nené, que a partir de hoje substituiu formalmente Desejado Lima da Costa como presidente da CNE. Lima da Costa faleceu recentemente em Portugal, vítima de doença.
 
Os partidos que contestam a nomeação de Rui Nené depositaram na quarta-feira no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de impugnação da eleição do juiz para o cargo de presidente da CNE.
 
Para o grupo, constituído por partidos que apoiam o Governo de transição, formado na sequencia do golpe de Estado de 12 de abril, a eleição de Rui Nené, decidida no Parlamento, "não obedeceu aos critérios plasmados no pacto de transição e nem ao acordo politico que regem o período de transição", em curso na Guiné-Bissau.
 
Rui Nené minimiza as críticas à sua nomeação, lembrando ser um magistrado de carreira e quadro sénior do STJ, pelo que toda sua ação enquanto presidente da CNE será desenvolvida no respeito à lei.
 
O novo presidente da CNE diz que já pediu a suspensão de mandato enquanto juiz conselheiro do STJ e consequentemente não ira ocupar o cargo de vice-presidente do órgão para o qual foi eleito pelos seus pares no mesmo dia em que foi indigitado presidente da comissão eleitoral.
 
O presidente do Parlamento, Ibraima Sory Djaló afirmou, por seu lado, que a eleição de Rui Nené para presidente da CNE "obedeceu aos critérios legais" e que este irá substituir Lima da Costa e "prosseguir com o excelente trabalho" desenvolvido pelo defunto presidente do organismo eleitoral.
 
MB //JMR.
 
Lusa/Fim
 
Missão conjunta da comunidade internacional na Guiné-Bissau entre 16 e 21 deste mês
 
13 de Dezembro de 2012, 17:29
 
Bissau, 13 dez (Lusa) - Uma missão de representantes de várias organizações internacionais vai estar na Guiné-Bissau entre 16 e 21 deste mês para se inteirar da situação do país, disse hoje Ovídeo Pequeno, representante da União Africana (UA).
 
Representante permanente da UA na capital guineense, Ovídeo Pequeno falava aos jornalistas à saída de uma audiência com o procurador-geral da Guiné-Bissau, Abdu Mané, a quem, disse, foi informar da chegada e dos objetivos da missão.
 
De acordo com o diplomata de origem santomense, a missão, liderada pela União Africana, será integrada por representantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia e Nações Unidas.
 
De acordo com Ovídeo Pequeno, a decisão da deslocação da missão à Guiné-Bissau foi tomada numa reunião realizada no princípio deste mês em Adis-Abeba, sede da União Africana.
 
"A missão vem ver com as autoridades de transição, com a sociedade civil, com o povo em geral, com os movimentos sociais do país, as possibilidades de se ter uma dinâmica local sobre aquilo que se está a passar e apresentar recomendações que possam servir de base a um trabalho harmonizado da comunidade internacional", defendeu Pequeno.
 
Questionado sobre se terá abordado com o procurador-geral guineense as alegadas denúncias de abusos dos direitos humanos na Guiné-Bissau, como tem sido referido pela comunidade internacional, o diplomata da UA disse que não.
 
"A minha visita era para conhecer institucionalmente o procurador-geral da Republica e também falar-lhe da missão", vincou Ovídeo Pequeno, rejeitando a fazer uma análise à situação atual do país.
 
"A mim não me compete fazer uma análise da situação do país, estamos a preparar a vinda da missão, depois quando ela chegar vai fazer a análise política daquilo que se está a passar", sublinhou o representante da UA em Bissau.
 
A Guiné-Bissau é governada há oito meses por um governo e um Presidente de transição, ambos designados na sequência de um golpe de Estado militar ocorrido em 12 de abril. Com exceção da CEDEAO, a quase totalidade da comunidade internacional recusou reconhece as novas autoridades.
 
MB //JMR.
 

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