terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau: PRIMEIROS JUÍZES, BARRACAS-ESCOLA RUIRAM, GREVE SUSPENSA

 

Guiné-Bissau tem primeiros juízes formados no país
 
04 de Dezembro de 2012, 14:06
 
Bissau, 04 dez (Lusa) - Os primeiros 14 juízes e magistrados formados na Guiné-Bissau terminam o curso no próximo dia 21, tendo começado esta semana um segundo curso, de 14 meses, para outros tantos profissionais.
 
Kanil Lopes, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), explicou hoje à Lusa que estão a terminar o curso sete futuros juízes estagiários e sete procuradores estagiários, tendo já começado um segundo curso, com uma duração idêntica.
 
Para ingressar na carreira de juiz e magistrado do Ministério Público é obrigatório frequentar o curso, ministrado nas instalações do Centro Nacional de Formação Judiciária (CENFOJ) da Guiné-Bissau, uma instituição apoiada pelo PNUD através do Programa de Fortalecimento do Estado de Direito e Segurança (FORTES), que também financia os cursos de formação.
 
Kanil Lopes, perito nacional do programa FORTES, falava à Lusa no âmbito da cerimónia de encerramento do primeiro curso de ingresso na carreira de advogados estagiários e que envolveu 14 formandos.
 
Na Guiné-Bissau, basta fazer-se estágio num escritório de advogados para depois se requerer a inscrição na Ordem, mas de acordo com Kanil Lopes "caminha-se" para que o ingresso na carreira seja precedido de formação e exame. O curso que hoje terminou foi feito mediante um acordo com a Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau.
 
"A ideia no futuro próximo é a Ordem realizar ações de formação e um exame geral de ingresso e só é advogado quem fizer a ação e passar no exame final", disse, acrescentando que o PNUD está disponível para apoiar técnica e financeiramente.
 
Julião Vieira Insumbo, diretor adjunto do CENFOJ, explicou também à Lusa que até agora a entrada para a magistratura judicial e do Ministério Público era feita sem exigência de curso, mas apenas através de "concurso documental", e que os selecionados iam depois para Portugal fazer formação, no Centro de Estudos Judiciários.
 
Atualmente a formação é obrigatória e faz-se em Bissau, embora os formados possam depois ir para Portugal especializar-se.
 
"O sistema caminha para que se faça com advogados o que já se faz com magistrados: exame escrito e oral, frequência e aproveitamento de curso", disse Julião Insumbo.
 
Além dos cursos para advogados, juízes e delegados do Ministério Público, o PNUD tem apoiado na Guiné-Bissau ações de formação pontuais. Este ano foram feitas seis ações de reciclagem no CENFOJ, envolvendo juízes, procuradores, advogados e oficiais de justiça.
 
"Tudo se enquadra no processo de reforma do setor judiciário e na linha da política nacional para o setor da Justiça, aprovada em 2010", disse Kanil Lopes.
 
FP // VM.
 
Barracas que serviam de escola desabam na Guiné-Bissau e deixam 500 crianças sem aulas
 
04 de Dezembro de 2012, 16:20
 
Bissau, 04 dez (Lusa) - Os alunos da Escola do Ensino Básico Unificado (EBU) "Congresso de Cassacá", na capital da Guiné-Bissau, estão sem aulas desde segunda-feira porque as barracas que serviam de salas ruíram no fim de semana.
 
De acordo com o professor João Batista, subdiretor da escola, são no total 570 alunos do ensino básico ao segundo ciclo afetados pela situação, que, disse, já é do conhecimento do Ministério da Educação.
 
Devido à escassez de escolas construídas de forma clássica (uma casa em condições de acomodar crianças) na Guiné-Bissau os diretores dos estabelecimentos constroem barracas com colmo e paus, e folhas de zinco como telhado.
 
Na escola EBU "Congresso de Cassacá", contou o subdiretor João Batista à Lusa, há mais de 10 anos que não havia obras de manutenção das barracas.
 
Corroídas pelo tempo, no último sábado as barracas caíram, uma situação que deixou os professores desesperados.
 
Por ser sábado, dia em que não há aulas nas escolas públicas guineenses, não existia uma única criança na escola, frisou o subdiretor da escola.
 
João Batista disse que, informado, o Ministério da Educação mandou dizer que talvez para a semana que vem é que terá meios para reabilitar as barracas. Até lá 85 por cento dos alunos da escola "Congresso de Cassacá" vão ficar nas suas casas.
 
"É uma situação lamentável", referiu o professor João Batista, que espera ter a solidariedade não só do Governo mas de outras instituições para que os alunos possam voltar a ter aulas.
 
Enquanto tal não acontece, os professores do "Congresso de Cassacá" passam horas a contemplar as ruínas das barracas e as carteiras que ainda se mantêm nos mesmos sítios onde os meninas e as meninas vinham apreendendo até à semana passada.
 
No espaço onde existiam as barracas hoje apenas se veem os escombros de amontoados de paus, "krintins" (colmo que serve de parede das salas de aulas), madeira, carteiras e um velho quadro ainda com parte da lição ensinada aos alunos um dia antes da queda das barracas.
 
No momento em que a Agência Lusa visitava a escola um aluno andava pelos escombros. Volta e meia parava e copiava para o seu caderno as palavras escritas no velho e decrépito quadro deixado entre as cadeiras amontoadas.
 
A associação dos pais e encarregados dos alunos de escola "Congresso de Cassacá" é que não vai ficar a ver a situação tal como está. E promete uma "posição dura" se até a semana que vem não houver uma solução para que as crianças voltem a ter aulas.
 
MB // HB
 
Trabalhadores do Ministério das Finanças da Guiné-Bissau suspendem greve
 
04 de Dezembro de 2012, 21:28
 
Bissau, 04 dez (Lusa) - A greve dos trabalhadores do Ministério das Finanças da Guiné-Bissau, que se iniciou na segunda-feira, foi hoje à noite desconvocada, disse o secretário-geral do Ministério.
 
Os trabalhadores do Ministério das Finanças tinham iniciado segunda-feira uma greve de uma semana reivindicando subsídios em atraso, que segundo o sindicato do setor deviam ter sido pagos até novembro.
 
Fonte do Sindicato dos Trabalhadores do Ministério das Finanças disse à agência Lusa, hoje à tarde, que uma reunião realizada com o Governo foi inconclusiva, mas já esta noite o secretário-geral do Ministério, José Lopes, anunciou na televisão pública que a greve foi levantada.
 
"A comissão negocial do sindicato e o Ministério das Finanças chegaram a consenso para suspender a greve", disse o mesmo responsável, adiantando que o Governo aceitou "atender" às reivindicações dos trabalhadores.
 
FP // ARA.
 

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