domingo, 9 de dezembro de 2012

MILHARES DE ESPANHÓIS PROTESTAM CONTRA CORTES NO SETOR DA SAÚDE

 


SIC Notícias – Lusa, com foto
 
Milhares de espanhóis, entre os quais médicos, manifestaram-se hoje pelas principais ruas de Madrid contra os cortes no serviço nacional de saúde e medidas que incluem a privatização de áreas do setor.
 
Mais de cinco mil pessoas concentraram-se na Puerta del Sol, de acordo com as estimativas da polícia, enquanto a organização da manifestação apontou cerca de 25 mil manifestantes, na sua maioria vestidos de branco e azul.
 
O movimento de protestos de hoje, denominado de "maré branca" pelos organizadores, é a terceira maior manifestação deste ano, de acordo com a Associated Press (AP).
 
Fatima Branas, porta-voz dos organizadores dos protestos, considerou que o plano de privatização tem uma "visão curta" e não tem em conta a poupança que pode ser feita sem a venda de serviços."Os planos significam uma completa mudança do nosso modelo de cuidados de saúde e um desmantelamento do sistema utilizado".
 
O governo de Madrid mantém que os cortes são necessários para assegurar os serviços de saúde durante uma recessão profunda. A saúde e a educação são administradas pelas 17 regiões semi-autonómas de Espanha e cada uma tem os seus próprios orçamentos e planos de custos. As regiões são responsáveis por cerca de 40% da despesa pública. A região de Madrid é governada pelo Partido Popular, o centro de direita que está no poder sob a liderança do primeiro-ministro, Mariano Rajoy.
 
A maioria das regiões atravessa dificuldades, uma fez que a economia espanhola está em recessão, e algumas delas têm dívidas elevadas e estão agora a aplicar cortes nos seus orçamentos. "Temos uma situação difícil porque o serviço de saúde espanhol está sob a ameaça de ser vendido", afirmou o médico Gerardo Anton, 58, que disse que as mudanças propostas irão atrair investidores mais interessados no lucro do que no serviço público.
 
As regiões de Espanha têm uma dívida combinada de 145 mil milhões de euros e cerca de 36 mil milhões têm de ser refinanciados este ano. O país está a tentar evitar recorrer à ajuda externa, como aconteceu com a Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre.
 

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