SIC Notícias –
Lusa, com foto
Milhares de espanhóis,
entre os quais médicos, manifestaram-se hoje pelas principais ruas de Madrid
contra os cortes no serviço nacional de saúde e medidas que incluem a
privatização de áreas do setor.
Mais de cinco mil
pessoas concentraram-se na Puerta del Sol, de acordo com as estimativas da
polícia, enquanto a organização da manifestação apontou cerca de 25 mil
manifestantes, na sua maioria vestidos de branco e azul.
O movimento de
protestos de hoje, denominado de "maré branca" pelos organizadores, é
a terceira maior manifestação deste ano, de acordo com a Associated Press (AP).
Fatima Branas,
porta-voz dos organizadores dos protestos, considerou que o plano de
privatização tem uma "visão curta" e não tem em conta a poupança que
pode ser feita sem a venda de serviços."Os planos significam uma completa
mudança do nosso modelo de cuidados de saúde e um desmantelamento do sistema
utilizado".
O governo de Madrid
mantém que os cortes são necessários para assegurar os serviços de saúde
durante uma recessão profunda. A saúde e a educação são administradas pelas 17
regiões semi-autonómas de Espanha e cada uma tem os seus próprios orçamentos e
planos de custos. As regiões são responsáveis por cerca de 40% da despesa
pública. A região de Madrid é governada pelo Partido Popular, o centro de
direita que está no poder sob a liderança do primeiro-ministro, Mariano Rajoy.
A maioria das
regiões atravessa dificuldades, uma fez que a economia espanhola está em
recessão, e algumas delas têm dívidas elevadas e estão agora a aplicar cortes
nos seus orçamentos. "Temos uma situação difícil porque o serviço de saúde
espanhol está sob a ameaça de ser vendido", afirmou o médico Gerardo
Anton, 58, que disse que as mudanças propostas irão atrair investidores mais
interessados no lucro do que no serviço público.
As regiões de
Espanha têm uma dívida combinada de 145 mil milhões de euros e cerca de 36 mil
milhões têm de ser refinanciados este ano. O país está a tentar evitar recorrer
à ajuda externa, como aconteceu com a Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre.
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