quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Moçambique: CONGRESSO MDM, MAIS GENERAL MENOS GENERAL, ALTA NA CARGA

 


Terceiro maior partido moçambicano reúne-se a partir de hoje no seu primeiro congresso
 
05 de Dezembro de 2012, 05:12
 
Beira, 05 dez (Lusa) - Mais de 700 pessoas são esperadas a partir de hoje no I Congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que deverá consagrar Daviz Simango na liderança do partido que fundou e projetou para terceira maior força política moçambicana.
 
Mais de três anos após a sua fundação numa dissidência na Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), principal partido da oposição, o MDM reúne-se pela primeira vez em congresso, na Beira, Sofala, centro de Moçambique, para "radiografar a saúde política" do movimento e eleger órgãos centrais, conselho nacional, novas comissões política e de jurisdição, disse à Lusa o porta-voz do congresso, José Manuel de Sousa.
 
Depois de romper a bipolaridade no parlamento moçambicano, dominado pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, e Renamo, "metendo" na atual legislatura oito deputados do MDM nas eleições gerais de 2009, Daviz Simango vai ao congresso da Beira como candidato assumido e incontestável do partido às eleições presidenciais de 2014.
 
"Pelo desenrolar dos acontecimentos, não restam dúvidas de que continuarei a ser o presidente do MDM e serei o candidato à Presidência da República nas próximas eleições gerais. Que não haja dúvidas", disse Simango aos jornalistas no fim de uma reunião da Comissão Política do MDM, .
 
"O congresso irá apenas formalizar a intenção dos militantes", assegurou Daviz Simango, que vai concorrer pela segunda vez à presidência do país, após ficar em terceiro lugar nas presidenciais de 2009.
 
Segundo José Manuel de Sousa, o congresso, que decorre até domingo, deverá também permitir à comissão de jurisdição corrigir os erros processuais que impediram o partido de concorrer em sete dos 11 círculos eleitorais do país.
 
"O I Congresso deverá aprovar os estatutos, o hino e programas do partido para o próximo quinquénio. Olharemos para as várias agendas, que inclui a mulher e jovens, mas também apresentaremos moções de censura e analisaremos as realizações nas cidades da Beira e Quelimane (dirigidas pelo MDM)" disse ainda o porta-voz.
 
Ainda segundo a fonte, o I Congresso deverá traçar estratégias para os próximos atos eleitorais, autárquicas de 2013 e gerais (presidenciais e assembleias da República e provinciais) de 2014, mas não apresentará para já os nomes dos candidatos (às autarquias) para "não os desgastar".
 
Na Beira são esperadas mais de 700 pessoas, entre delegados e convidados de partidos políticos nacionais, Frelimo e Renamo, e internacionais como Movimento para a Mudança Democrática (MDC), do primeiro-ministro do Zimbabué, Morgan Tsvangirai, e Chadema, principal partido da oposição da Tanzânia, de Wilbrod Slaa.
 
FPA/AYAC/PMA. // HB
 
Renamo acusa Governo moçambicano de manter no topo das forças armadas apenas quatro generais da antiga guerrilha
 
05 de Dezembro de 2012, 10:32
 
Maputo, 05 dez (Lusa) - O chefe da delegação da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, na formação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) acusou o Governo de manter apenas quatro oficiais superiores da antiga guerrilha contra 27 da Frelimo.
 
A formação de um exército misto, composto por 15 mil militares indicados pelo Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e igual número da antiga guerrilha da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), foi uma das decisões do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992 para acabar com 16 anos de guerra civil no país.
 
Desde há alguns anos, que a Renamo, hoje o principal partido da oposição em Moçambique, tem acusado a Frelimo, partido no poder, de levar a cabo uma campanha de partidarização no setor militar, através de "passagens compulsivas à reserva" ou exoneração de quadros militares da antiga guerrilha.
 
Em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, o chefe da delegação da Renamo no acordo de formação das FADM, Hermínio Morais, afirmou que dos 31 oficiais superiores e generais no ativo, apenas quatro são da Renamo, sendo os restantes da Frelimo.
 
"A maior evidência é que neste momento, depois de 20 anos das FADM, de 31 oficiais superiores e generais, 27 são originários da Frelimo e apenas quatro da Renamo", disse Hermínio Morais, que mostrou ao Canal de Moçambique as listas da composição da hierarquia do exército moçambicano.
 
Em declarações à Lusa, Hermínio Morais, com a patente de general, esclareceu que "sete generais oriundos da Renamo passaram compulsivamente à reserva, enquanto a maioria continua no ativo, mas sem nenhuma função".
 
"Vão todos os dias ao quartel ler jornais", enfatizou Morais.
 
A reintegração dos oficiais da Renamo é uma das exigências que o partido apresentou ao Governo, nas negociações que as duas partes iniciaram na segunda-feira para a resolução da tensão criada pelo regresso em outubro do presidente do partido, Afonso Dhlakama, à antiga base central do movimento, mas que estão num impasse.
 
PMA // VM.
 
Porto de Maputo quase duplica manuseamento de carga em relação a 2008
 
05 de Dezembro de 2012, 10:43
 
Maputo, 05 dez (Lusa) - A empresa responsável pelo Porto de Maputo previu um manuseamento na ordem de 15 milhões de toneladas de carga diversa, principalmente minerais, até ao final do ano, contra sete milhões de toneladas movidos em 2008.
 
Osório Lucas diretor da empresa MPDC, que gere o porto da capital moçambicana, que falava na terça-feira, em conferência de imprensa para apresentar os resultados do ano, disse que, somente no segundo semestre deste ano, o Porto conseguiu manusear 9 milhões de toneladas.
 
O "aumento da procura deve-se, em parte, a campanhas comerciais que a instituição vem realizando junto dos clientes na África do Sul, de onde provêm cerca de 80 por cento das mercadorias", disse Osório Lucas.
 
"Conseguimos alterar o entendimento que os clientes tinham sobre o Porto de Maputo. Havia um sentimento de que se tratava de infraestruturas com algumas deficiências, mas conseguimos demonstrar o contrário", concluiu.
 
PMA // VM.
 
Movimento Democrático de Moçambique homenageia 36 "presos politicos" no I Congresso
 
05 de Dezembro de 2012, 12:15
 
Beira, Moçambique, 05 dez (Lusa) - O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) homenageou hoje na Beira, Sofala, centro de Moçambique, os 36 "presos políticos" detidos em 2011 durante a campanha as eleições intercalares em Inhambane (Sul).
 
Do total dos 36 "presos políticos", libertados na segunda-feira, uma militante da organização continua presa, faltando por cumprir uma pena de 15 dias.
 
A homenagem ocorreu durante a abertura do I Congresso do MDM na Beira.
 
"Quero reconhecer a bravura e manifestar o nosso apreço por terem consentido tanto sofrimento, com risco de morrer, pelo partido e pela democracia" disse Daviz Simango, presidente do MDM durante o seu discurso.
 
Simango também transmitiu solidariedade por outros "presos políticos" nas cadeias de Inhambane, Maxixe, Homoine, Morrumbene e Ndlavela (sul).
 
Em declaração à Lusa, Aida Raposo, uma das homenageadas no I Congresso do partido, disse sentir-se "firme" pela luta pela democracia do país "embora tenha vivido momentos dolorosos na prisão, por vezes com tratamento humilhante".
 
O MDM iniciou hoje o seu I Congresso para "radiografar a saúde política" e projetar as eleições autárquicas de 2013 e gerais de 2014, com discursos críticos sobre a gestão do Estado, máquina administrativa da Justiça, exclusões sociais e económicas, além da falta de transparência na distribuição dos recursos.
 
AYAC // VM.
 

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