MB – HB - Lusa
Bissau, 18 dez
(Lusa) - O embaixador dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau, Lewis
Lukens, disse hoje que não existe solução militar para o problema do país e
afirmou ainda ser uma evidência o contínuo tráfico de droga.
Em conferência de
imprensa no escritório onde funciona a representação norte-americana em Bissau,
já que a embaixada foi transferida para Dacar, capital do Senegal desde a
guerra civil de 1998/99, Lewis Lukens fez uma "radiografia" completa
da situação da Guiné-Bissau sobretudo a partir do golpe de Estado de 12 de
abril passado.
O embaixador
americano, que visita Bissau pela terceira vez desde que está no cargo, disse
saudar os esforços em curso no país, nomeadamente o trabalho do Presidente de
transição, Serifo Nhamadjo, e a recente retoma das sessões no parlamento.
"Não existe
solução militar para os problemas da Guiné-Bissau. Só se pode chegar à
estabilização através do processo de transição consensual, inclusivo e
nacionalmente apropriado com base no diálogo genuíno, posto em prática pela
Resolução 2048 (das Nações Unidas) e posto em prática pela CEDEAO"
(Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), notou Lewis Lukens.
Quanto ao tráfico
de estupefacientes na Guiné-Bissau, o embaixador dos Estados Unidos diz que
existem provas que apontam para o envolvimento de dirigentes civis e militares
no negócio.
"É uma
evidência o contínuo envolvimento de alguns líderes civis e militares no
tráfico de estupefacientes. O Governo dos Estados Unidos apela a todos os
oficiais a cessar essa atividade criminosa", afirmou Lukens, sem contudo
citar nomes.
Questionado sobre
se o seu Governo reconhece as autoridades de transição, o diplomata americana
frisou que, por norma, os Estados Unidos não apoiam governos saídos de golpes
de Estado, mas mesmo assim encoraja os esforços da CEDEAO, a única organização
internacional que aceita as autoridades saídas da intentona.
Para o Governo
americano "é fundamental que as autoridades de facto em Bissau"
trabalhem para levar o país a realizar eleições "livres e credíveis",
brevemente, e a partir daí voltar a merecer a confiança dos Estados Unidos.
O embaixador Lukens
sublinhou também que o seu Governo está preocupado com "relatos de
violações de direitos humanos", pelo que apela à liderança do país a
demonstrar "o seu compromisso pela defesa das obrigações
internacionais" nessa matéria.
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