Presidente RTP diz que é "inequívoco" que Nuno Santos acompanhou processo
de visionamento
Lusa
O presidente da RTP
afirmou hoje que ficou concluído "de forma inequívoca" que o
ex-diretor de Informação Nuno Santos sabia do visionamento das imagens dos
incidentes de 14 de novembro e que seguiu todo o processo.
Alberto da Ponte
falava na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e Comunicação, no
âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda, sobre o caso do visionamento
das imagens não editadas dos incidentes da manifestação de 14 de novembro pela
PSP nas instalações da RTP.
"Ficou
estabelecido de forma inequívoca, e está apenso ao relatório [interno da RTP]
de que o diretor de Informação [Nuno Santos] tinha acesso à informação" e
que, apesar de estar ausente do país, "durante todo o tempo seguiu o
processo", afirmou Alberto da Ponte.
O gestor adiantou
que no inquérito interno "foi inicialmente dito que não era necessária a
declaração formal" de Nuno Santos, uma vez que "já tinha feito"
quando se dirigiu por escrito ao Conselho de Redação da RTP.
Nuno Santos pediu
para ser ouvido no âmbito deste inquérito, acabando por dar as respostas por
escrito.
"Estou
absolutamente certo que se o depoimento prestado por escrito tivesse mudado
alguma coisa em relação ao que o inquérito já tinha apurado, isso teria sido
tido em conta", sublinhou o gestor, que garantiu manter a "confiança
no departamento jurídico".
Naquela que foi a
sua primeira audição numa comissão parlamentar, desde que assumiu a presidência
do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte defendeu que o inquérito
interno, que concluiu que Nuno Santos autorizou o visionamento das imagens, foi
"feito de maneira independente".
No final da
audição, Alberto da Ponte afirmou aos jornalistas que "Nuno Santos era uma
pessoa da confiança total da RTP até aos incidentes" que estão a ser
analisados pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
Questionado sobre
se ainda considerava que Nuno Santos estava em processo de auto-flagelação, o
gestor disse: "Não sei se se vai manter em auto-flagelação. O
que posso garantir é que entre mim e Pôncio Pilates há uma diferença muito
grande".
O presidente da RTP
escusou-se a comentar o modelo de alienação de 49% da RTP.
ALU // ATR.
Luís
Castro nega ter autorizado polícia a ver imagens
O ex-subdiretor de
Informação da RTP Luís Castro disse hoje não ter dado autorização à polícia
para ver imagens dos confrontos de 14 de novembro, declarando que apenas cedeu
o seu gabinete para tal.
"Eu não dei
autorização à polícia para visionar imagens, para entrar nas instalações da
RTP. Eu não assisti ao visionamento. A única coisa que fiz foi ceder o meu
gabinete para que as imagens fossem lá visionadas, uma vez que o meu gabinete
ia ficar livre. E fi-lo mediante uma decisão que fora tomada pelo diretor de
informação [Nuno Santos]", afirmou Castro aos jornalistas no final de uma
audição na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
Luís Castro tinha
pedido para ser ouvido pelo regulador sobre o caso que levou o antigo diretor
de Informação Nuno Santos a apresentar a demissão.
"Até agora
mantive-me em silêncio porque sempre achei que esta matéria devia ser apurada nas
sedes próprias, ou seja, no inquérito interno da RTP", sustentou o antigo
membro da direção hoje ouvido pela ERC.
Segundo o relatório
do inquérito interno da RTP, entregue na semana passada à ERC, a 14 de novembro
a PSP pediu junto da RTP (subdireção de produção de informação) a escolha e
cedência das imagens dos incidentes do dia da greve, recolhidas pela RTP, bem
como o seu visionamento nas respetivas instalações.
O inquérito interno
concluiu que o ex-diretor de Informação Nuno Santos autorizou a PSP a ver as
imagens dos incidentes de 14 de novembro
"Não autorizei
em momento algum, e quero deixar isso bem claro, o visionamento de 'brutos'
sobre os incidentes de 14 de novembro", declarou posteriormente Nuno
Santos, rejeitando as conclusões do trabalho.
PPF // ATR.
ERC
abriu hoje processo de averiguações ao caso
A Entidade
Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou hoje a abertura de um
processo de averiguações sobre o acesso da polícia a imagens da RTP não
emitidas e editadas (os chamados 'brutos') da manifestação de 14 de novembro
Em comunicado, o
regulador diz que o processo se destina a "definir a conduta que um órgão
de comunicação deve adotar quando solicitada a cedência dessas fontes
documentais por terceiros", como as autoridades policiais.
Consequentemente, a
ERC quer analisar a conduta da RTP no que se refere às imagens da manifestação
de 14 de novembro.
O regulador ouviu
esta tarde o antigo subdiretor de informação Luís Castro e pelas 20:45 estava
ainda a ouvir a Comissão de Trabalhadores da RTP sobre o assunto.
PPF // ATR.
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