terça-feira, 4 de dezembro de 2012

RTP-PSP-IMAGENS: A NOVELA CONTINUA E ALIMENTA JOGO VICIADO

 


Presidente RTP diz que é "inequívoco" que Nuno Santos acompanhou processo de visionamento
 
Lusa
 
O presidente da RTP afirmou hoje que ficou concluído "de forma inequívoca" que o ex-diretor de Informação Nuno Santos sabia do visionamento das imagens dos incidentes de 14 de novembro e que seguiu todo o processo.
 
Alberto da Ponte falava na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e Comunicação, no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda, sobre o caso do visionamento das imagens não editadas dos incidentes da manifestação de 14 de novembro pela PSP nas instalações da RTP.
 
"Ficou estabelecido de forma inequívoca, e está apenso ao relatório [interno da RTP] de que o diretor de Informação [Nuno Santos] tinha acesso à informação" e que, apesar de estar ausente do país, "durante todo o tempo seguiu o processo", afirmou Alberto da Ponte.
 
O gestor adiantou que no inquérito interno "foi inicialmente dito que não era necessária a declaração formal" de Nuno Santos, uma vez que "já tinha feito" quando se dirigiu por escrito ao Conselho de Redação da RTP.
 
Nuno Santos pediu para ser ouvido no âmbito deste inquérito, acabando por dar as respostas por escrito.
 
"Estou absolutamente certo que se o depoimento prestado por escrito tivesse mudado alguma coisa em relação ao que o inquérito já tinha apurado, isso teria sido tido em conta", sublinhou o gestor, que garantiu manter a "confiança no departamento jurídico".
 
Naquela que foi a sua primeira audição numa comissão parlamentar, desde que assumiu a presidência do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte defendeu que o inquérito interno, que concluiu que Nuno Santos autorizou o visionamento das imagens, foi "feito de maneira independente".
 
No final da audição, Alberto da Ponte afirmou aos jornalistas que "Nuno Santos era uma pessoa da confiança total da RTP até aos incidentes" que estão a ser analisados pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
 
Questionado sobre se ainda considerava que Nuno Santos estava em processo de auto-flagelação, o gestor disse: "Não sei se se vai manter em auto-flagelação. O que posso garantir é que entre mim e Pôncio Pilates há uma diferença muito grande".
 
O presidente da RTP escusou-se a comentar o modelo de alienação de 49% da RTP.
 
ALU // ATR.
 
Luís Castro nega ter autorizado polícia a ver imagens
 
O ex-subdiretor de Informação da RTP Luís Castro disse hoje não ter dado autorização à polícia para ver imagens dos confrontos de 14 de novembro, declarando que apenas cedeu o seu gabinete para tal.
 
"Eu não dei autorização à polícia para visionar imagens, para entrar nas instalações da RTP. Eu não assisti ao visionamento. A única coisa que fiz foi ceder o meu gabinete para que as imagens fossem lá visionadas, uma vez que o meu gabinete ia ficar livre. E fi-lo mediante uma decisão que fora tomada pelo diretor de informação [Nuno Santos]", afirmou Castro aos jornalistas no final de uma audição na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
 
Luís Castro tinha pedido para ser ouvido pelo regulador sobre o caso que levou o antigo diretor de Informação Nuno Santos a apresentar a demissão.
 
"Até agora mantive-me em silêncio porque sempre achei que esta matéria devia ser apurada nas sedes próprias, ou seja, no inquérito interno da RTP", sustentou o antigo membro da direção hoje ouvido pela ERC.
 
Segundo o relatório do inquérito interno da RTP, entregue na semana passada à ERC, a 14 de novembro a PSP pediu junto da RTP (subdireção de produção de informação) a escolha e cedência das imagens dos incidentes do dia da greve, recolhidas pela RTP, bem como o seu visionamento nas respetivas instalações.
 
O inquérito interno concluiu que o ex-diretor de Informação Nuno Santos autorizou a PSP a ver as imagens dos incidentes de 14 de novembro
 
"Não autorizei em momento algum, e quero deixar isso bem claro, o visionamento de 'brutos' sobre os incidentes de 14 de novembro", declarou posteriormente Nuno Santos, rejeitando as conclusões do trabalho.
 
PPF // ATR.
 
ERC abriu hoje processo de averiguações ao caso
 
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou hoje a abertura de um processo de averiguações sobre o acesso da polícia a imagens da RTP não emitidas e editadas (os chamados 'brutos') da manifestação de 14 de novembro
 
Em comunicado, o regulador diz que o processo se destina a "definir a conduta que um órgão de comunicação deve adotar quando solicitada a cedência dessas fontes documentais por terceiros", como as autoridades policiais.
 
Consequentemente, a ERC quer analisar a conduta da RTP no que se refere às imagens da manifestação de 14 de novembro.
 
O regulador ouviu esta tarde o antigo subdiretor de informação Luís Castro e pelas 20:45 estava ainda a ouvir a Comissão de Trabalhadores da RTP sobre o assunto.
 
PPF // ATR.
 

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