segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Angola: MALANGE INICIA ESTE ANO PRODUÇÃO DE DIAMANTES




João Dias – Jornal de Angola

O presidente do Conselho de Administração da Endiama, Carlos Sumbula, anunciou, em Luanda, a entrada em funcionamento, ainda este ano, da primeira mina de diamante na província de Malange, o aluvião de Maua.

De acordo com Carlos Sumbula, a entrada em funcionamento dessa mina e da primeira mina aluvionar do Tchege, na província da Lunda-Sul, constitui um “sinal favorável” para o subsector dos diamantes no ano que começa.

Mas de perspectiva não é tudo. No primeiro trimestre deste ano está prevista a retoma das actividades nas minas do Calonda e Uari (antiga SML), numa altura em que foi já retomada a produção da mina do Cambange (ex-Luarica). Ainda nas Lundas Norte e Sul vão ser inauguradas este ano, ou o mais tardar no início de 2014, novas minas de kimberlitos, como as minas de Chiri e Tchiuzo.

O cenário favorável no subsector dos diamantes, que resulta do trabalho desenvolvido pela Endiama e associadas, levou a que a empresa iniciasse o ano 2013 com alguma estabilidade. Para este estágio contribuiu a estratégia de estabilização do preço do diamante angolano, implementada pela Endiama, o que permitiu atrair investidores, tendo daí resultado a assinatura de contratos de prospecção para jazigos primários e secundários. Daí o aumento do número de projectos de prospecção para 43.

Mapa Geofísico

Carlos Sumbula disse estar em preparação a elaboração do Mapa Geofísico e Mineralógico das áreas diamantíferas de Angola, uma parceria entre a Endiama e a empresa ALROSA. Neste momento decorrem trabalhos de investigação geológico-mineira para a criação do mapa.

O trabalho encontra-se em fase adiantada e quando for concluído vai permitir que se saiba das características dos kimberlitos. “Era como se tivéssemos identificado antecipadamente o ADN dos kimberlitos desconhecidos, o que facilita o trabalho das equipas de prospecção”, disse Carlos Sumbula, acrescentando que se trata de uma valiosa contribuição ao Plano Geológico Nacional.

Exploração artesanal

Quanto à exploração artesanal de diamantes, através de um programa recentemente criado com o apoio do Executivo, foi possível entregar 433 senhas mineiras, numa primeira fase, nas províncias da Lunda-Norte e da Lunda-Sul, o que permitiu a criação de aproximadamente 3.000 postos de trabalho.

“Continuaremos a implementar este programa e entraremos na sua segunda fase, registando novas concessões e estendendo a exploração artesanal às províncias de Malange, Moxico, Bié e Uíge”, afirmou Carlos Sumbula.

Trata-se de um programa que exige um trabalho conjunto com outros sectores e demais autoridades, o que beneficia mais angolanos residentes nas áreas concedidas para a exploração artesanal e impede o acesso aos imigrantes ilegais. Ao lado do programa, está também a criação de condições de investimento para o empresariado nacional.

Estabilização do preço

Carlos Sumbula garante que a empresa vai continuar a engajar-se na estabilização do preço do diamante angolano no mercado mundial, uma medida que passa por uma estratégia de stockagem de diamantes. Com isso, pretende-se criar défice no mercado e induzir ao aumento da procura e consequente subida dos preços.

Em relação a outras áreas de negócios da empresa, Carlos Sumbula anunciou para este ano a inauguração do Hotel Diamante, em Luanda, e a entrega das primeiras 150 casas de um lote de 3.500, em construção na Lunda-Sul, no âmbito do projecto Vila Sagrada Esperança, destinado a trabalhadores da Sociedade Mineira do Catoca. Em Viana, estão a ser construídos 200 apartamentos para os trabalhadores da Endiama.

Recursos humanos

A empresa pretende prestar especial atenção à área dos recursos humanos, já que o permanente desenvolvimento da indústria mineira obriga a que se olhe para este factor com redobrada atenção.

“Nunca devemos esquecer que hoje as ciências do saber evoluem a uma velocidade vertiginosa, obrigando a uma permanente actualização dos quadros”, disse Carlos Sumbula, lançando um convite às empresas associadas e participadas a juntarem-se aos esforços de alavancagem do subsector dos diamantes.

“Todos nós somos poucos para o árduo trabalho que temos pela frente”, frisou, acrescentando que o Plano Nacional de Geologia e o Código Mineiro são instrumentos que contribuem para a promoção do subsector dos diamantes.

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