João Dias – Jornal de
Angola
O presidente do Conselho de Administração da Endiama, Carlos Sumbula, anunciou,
em Luanda, a entrada em funcionamento, ainda este ano, da primeira mina de
diamante na província de Malange, o aluvião de Maua.
De acordo com Carlos Sumbula, a entrada em funcionamento dessa mina e da
primeira mina aluvionar do Tchege, na província da Lunda-Sul, constitui um
“sinal favorável” para o subsector dos diamantes no ano que começa.
Mas de perspectiva não é tudo. No primeiro trimestre deste ano está prevista a
retoma das actividades nas minas do Calonda e Uari (antiga SML), numa altura em
que foi já retomada a produção da mina do Cambange (ex-Luarica). Ainda nas
Lundas Norte e Sul vão ser inauguradas este ano, ou o mais tardar no início de
2014, novas minas de kimberlitos, como as minas de Chiri e Tchiuzo.
O cenário favorável no subsector dos diamantes, que resulta do trabalho
desenvolvido pela Endiama e associadas, levou a que a empresa iniciasse o ano
2013 com alguma estabilidade. Para este estágio contribuiu a estratégia de
estabilização do preço do diamante angolano, implementada pela Endiama, o que
permitiu atrair investidores, tendo daí resultado a assinatura de contratos de
prospecção para jazigos primários e secundários. Daí o aumento do número de
projectos de prospecção para 43.
Mapa Geofísico
Carlos Sumbula
disse estar em preparação a elaboração do Mapa Geofísico e Mineralógico das
áreas diamantíferas de Angola, uma parceria entre a Endiama e a empresa ALROSA.
Neste momento decorrem trabalhos de investigação geológico-mineira para a
criação do mapa.
O trabalho encontra-se em fase adiantada e quando for concluído vai permitir
que se saiba das características dos kimberlitos. “Era como se tivéssemos
identificado antecipadamente o ADN dos kimberlitos desconhecidos, o que
facilita o trabalho das equipas de prospecção”, disse Carlos Sumbula,
acrescentando que se trata de uma valiosa contribuição ao Plano Geológico
Nacional.
Exploração artesanal
Quanto à exploração artesanal de diamantes, através de um programa recentemente
criado com o apoio do Executivo, foi possível entregar 433 senhas mineiras,
numa primeira fase, nas províncias da Lunda-Norte e da Lunda-Sul, o que
permitiu a criação de aproximadamente 3.000 postos de trabalho.
“Continuaremos a implementar este programa e entraremos na sua segunda fase,
registando novas concessões e estendendo a exploração artesanal às províncias
de Malange, Moxico, Bié e Uíge”, afirmou Carlos Sumbula.
Trata-se de um programa que exige um trabalho conjunto com outros sectores e demais
autoridades, o que beneficia mais angolanos residentes nas áreas concedidas
para a exploração artesanal e impede o acesso aos imigrantes ilegais. Ao lado
do programa, está também a criação de condições de investimento para o
empresariado nacional.
Estabilização do preço
Carlos Sumbula garante que a empresa vai continuar a engajar-se na
estabilização do preço do diamante angolano no mercado mundial, uma medida que
passa por uma estratégia de stockagem de diamantes. Com isso, pretende-se criar
défice no mercado e induzir ao aumento da procura e consequente subida dos
preços.
Em relação a outras áreas de negócios da empresa, Carlos Sumbula anunciou para
este ano a inauguração do Hotel Diamante, em Luanda, e a entrega das primeiras
150 casas de um lote de 3.500, em construção na Lunda-Sul, no âmbito do
projecto Vila Sagrada Esperança, destinado a trabalhadores da Sociedade Mineira
do Catoca. Em Viana, estão a ser construídos 200 apartamentos para os
trabalhadores da Endiama.
Recursos humanos
A empresa pretende prestar especial atenção à área dos recursos humanos, já que
o permanente desenvolvimento da indústria mineira obriga a que se olhe para
este factor com redobrada atenção.
“Nunca devemos esquecer que hoje as ciências do saber evoluem a uma velocidade
vertiginosa, obrigando a uma permanente actualização dos quadros”, disse Carlos
Sumbula, lançando um convite às empresas associadas e participadas a
juntarem-se aos esforços de alavancagem do subsector dos diamantes.
“Todos nós somos poucos para o árduo trabalho que temos pela frente”, frisou,
acrescentando que o Plano Nacional de Geologia e o Código Mineiro são
instrumentos que contribuem para a promoção do subsector dos diamantes.
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