Correio do Brasil com
RBA, de São Paulo
Pesquisa do Ibope
divulgada neste domingo confirma a tendência percebida nas urnas pelo PSDB,
de se transformar em um partido associado aos mais ricos e em queda no total
das preferências do eleitorado. Segundo a sondagem publicada no diário
conservador paulistano O Estado de S. Paulo, os tucanos são apontados como
a sigla preferida de 23% dos entrevistados com renda familiar superior a dez
salários mínimos.
Neste estrato, o PT
foi de 23% em 1995 a 35% em 2001, caindo a 13% em outubro do ano passado, mês em
que foi realizado o levantamento. No geral, porém, os petistas se mantêm bem à
frente dos adversários, e os tucanos demonstram queda acentuada em todas as
regiões. 24% dizem ter como sigla o Partido dos Trabalhadores, contra 6% do
PMDB, em recuo desde a redemocratização, em 1985, e 5% do PSDB. Por
região, o PT é indicado como partido preferido de 27% dos nordestinos, e tem
26% entre os moradores do Sudeste, 22% no Sul e 11% no Norte e no Centro-oeste.
Quando se leva em
conta os dados econômicos, a pesquisa Ibope simplesmente confirma a tendência
flagrada pelo cientista político André Singer, professor da Universidade de São
Paulo (USP). Singer vem demonstrando que após a chegada ao Palácio do Planalto
o PT passou a conquistar a simpatia entre os estratos mais baixos de renda, ao
passo que o caso do “mensalão”, em 2005, significou um afastamento das classes
mais altas.
No final do ano
passado, 56% dos brasileiros diziam não nutrir preferência por nenhuma sigla.
Na primeira pesquisa, feita 24 anos antes, 61% dos entrevistados indicavam
predileção por algum partido. No geral, todos apresentaram queda. O PT caiu
nove pontos desde 2010, segundo o Ibope, quando 33% afirmaram preferência pela
legenda do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O PSDB, porém, foi
o que apresentou a queda mais dramática nas preferências. De 1995 a 2012, foi
de 14% para 7% no Sudeste, tradicional reduto de políticos tucanos alçados ao
plano nacional, especialmente São Paulo e Minas Gerais. Ainda assim, estes
estados parecem continuar concentrando a base mais importante para a sigla de
Fernando Henrique Cardoso, já que os patamares de preferência baixam a 5% no
Norte e no Centro-oeste, 4% no Nordeste e 3% no Sul.
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