MB – JMR - Lusa
Bissau, 15 jan
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau concedeu licença a uma empresa
russa para explorar areias pesadas na estância balnear de Varela (norte), numa
área de 450 hectares, anunciou o ministro dos Recursos Naturais.
Citado pelo
semanário O Democrata, Daniel Gomes informou que o contrato, com a empresa Potô
Sociedade Anónima, foi assinado em finais de dezembro e que a exploração das areias
começará ainda este mês.
O ministro referiu
que só autorizou a concessão após receber estudos de impacto ambiental e
estimativas de resultados económicos da exploração das areias pesadas, que são
tidas como presentes em grande quantidade em Varela e em outras regiões da
Guiné-Bissau.
Das areias pesadas
podem ser extraídos minérios utilizados em indústrias de alta tecnologia.
"Devo dizer
que esta areia não existe só em Varela. Existe muita em diferentes pontos do
país, que não vou dizer agora. Só que temos que ser sérios, honestos e gerir
aquilo bem. Ter a capacidade de negociar, pôr os interesses do Estado acima dos
nossos interesses. Não andar a fazer trafulhas, passar licenças para ganhar
dinheiro a torto e a direito", afirmou Daniel Gomes.
O ministro dos
Recursos Naturais referia-se implicitamente ao governo deposto pelo golpe de
Estado de 12 de abril passado, que acusou de ter "vendido" 263
toneladas de areia a uma empresa chinesa que não terá pago nada ao Estado
guineense.
"Toda a gente
está a chorar que os chineses levaram 263 toneladas dessa areia. Ela foi levada
do porto de Bissau. Toda a gente viu que os chineses a levaram com a
cumplicidade dos guineenses. Falta de nacionalismo", observou Daniel
Gomes, prometendo cobrar aos chineses.
"Neste momento
estamos prestes a ter informação do custo da tonelada daquela areia no mercado
internacional. A empresa terá que pagar a areia que levou", acrescentou o
ministro dos Recursos Naturais guineense do governo de transição.
Fonte do ministério
dos Recursos Naturais disse à agência Lusa que o caso da venda de 263 toneladas
de areia de Varela a uma empresa chinesa já está na justiça, com os
responsáveis de então a serem investigados.
Sem comentários:
Enviar um comentário