terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Empresa russa explora areias pesadas em Varela, norte da Guiné-Bissau




MB – JMR - Lusa

Bissau, 15 jan (Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau concedeu licença a uma empresa russa para explorar areias pesadas na estância balnear de Varela (norte), numa área de 450 hectares, anunciou o ministro dos Recursos Naturais.

Citado pelo semanário O Democrata, Daniel Gomes informou que o contrato, com a empresa Potô Sociedade Anónima, foi assinado em finais de dezembro e que a exploração das areias começará ainda este mês.

O ministro referiu que só autorizou a concessão após receber estudos de impacto ambiental e estimativas de resultados económicos da exploração das areias pesadas, que são tidas como presentes em grande quantidade em Varela e em outras regiões da Guiné-Bissau.

Das areias pesadas podem ser extraídos minérios utilizados em indústrias de alta tecnologia.

"Devo dizer que esta areia não existe só em Varela. Existe muita em diferentes pontos do país, que não vou dizer agora. Só que temos que ser sérios, honestos e gerir aquilo bem. Ter a capacidade de negociar, pôr os interesses do Estado acima dos nossos interesses. Não andar a fazer trafulhas, passar licenças para ganhar dinheiro a torto e a direito", afirmou Daniel Gomes.

O ministro dos Recursos Naturais referia-se implicitamente ao governo deposto pelo golpe de Estado de 12 de abril passado, que acusou de ter "vendido" 263 toneladas de areia a uma empresa chinesa que não terá pago nada ao Estado guineense.

"Toda a gente está a chorar que os chineses levaram 263 toneladas dessa areia. Ela foi levada do porto de Bissau. Toda a gente viu que os chineses a levaram com a cumplicidade dos guineenses. Falta de nacionalismo", observou Daniel Gomes, prometendo cobrar aos chineses.

"Neste momento estamos prestes a ter informação do custo da tonelada daquela areia no mercado internacional. A empresa terá que pagar a areia que levou", acrescentou o ministro dos Recursos Naturais guineense do governo de transição.

Fonte do ministério dos Recursos Naturais disse à agência Lusa que o caso da venda de 263 toneladas de areia de Varela a uma empresa chinesa já está na justiça, com os responsáveis de então a serem investigados.

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