quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau: PAIGC ASSINOU PACTO DOS GOLPISTAS E FALA DE GOVERNO INCLUSIVO




PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, assinou Pacto de Transição

17 de Janeiro de 2013, 12:51

Bissau, 17 jan (Lusa) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) assinou hoje em Bissau o Pacto de Transição, instrumento que regula o período de transição no país e que o maior partido se recusava a assinar.

O Pacto de Transição foi assinado a 16 de maio pela maior parte dos partidos políticos da Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado de 12 de abril do ano passado. No entanto, o maior partido guineense, que estava no governo até ao golpe, recusou sempre participar, considerando na altura que assinar o documento seria como legitimar o golpe.

O documento estabelece a realização de eleições no prazo de um ano, aceita Serifo Nhamadjo como Presidente da República de transição, prorroga o mandato da Assembleia Nacional Popular, estabelece a escolha de um primeiro-ministro por consenso e diz que nem o Presidente nem o primeiro-ministro se podem candidatar nas próximas eleições.

Hoje, decorridos oito meses, o PAIGC e mais quatro pequenos partidos assinaram o documento numa cerimónia na Assembleia Nacional Popular, na presença de todo o governo e do Presidente de transição e das chefias militares, além dos principais responsáveis do Estado da Guiné-Bissau e de representantes da comunidade internacional.

Assinaram o documento, além dos cinco partidos, o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional (o presidente não esteve na cerimónia), Augusto Olivais, o primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de Barros, o representante do Fórum dos Partidos, Artur Sanhá, o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, António Injai, e representantes da comunidade civil e religiosa.

O documento foi depois entregue por Augusto Olivais ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá.

A cerimónia teve um importante valor simbólico por representar a união das forças políticas para o período de transição, permitindo um governo de inclusão, algo que a comunidade internacional tem exigido.

FP // APN.

Criadas condições para haver governo inclusivo na Guiné-Bissau, diz PAIGC

17 de Janeiro de 2013, 13:32

Bissau, 17 jan (Lusa) - O porta-voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse hoje no Parlamento guineense que agora estão criadas as condições para haver "um governo inclusivo, de base alargada e de emanação parlamentar".

Oscar Barbosa, que falava em nome do primeiro vice-presidente do maior partido da Guiné-Bissau, Saturnino da Costa, disse que o PAIGC está disposto a partilhar esforços "para fazer sair o país" da situação de crise, defendeu que "o consenso não pode ser uma retórica oportunista", e considerou importante o início do diálogo entre as autoridades guineenses e a comunidade internacional.

O discurso foi proferido no plenário da Assembleia Nacional Popular, repleto para assistir à assinatura pelo PAIGC e por mais quatro pequenos partidos (AD, PND, CD e PUSD) do Pacto e Acordo Político de Transição.

O documento já tinha sido assinado no ano passado mas o PAIGC, o maior partido, no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril de 2012, sempre se tinha recusado. No passado fim de semana, o Comité Central do partido deu "luz verde" à assinatura do documento, hoje rubricado por Saturnino da Costa.

Perante as autoridades de transição, chefias militares, autoridades civis e diplomatas o responsável lembrou que foi o Comité Central do partido que tomou a decisão e que o PAIGC "dá assim um contributo responsável e patriótico à sociedade guineense".

"O país vive um período de transição e uma profunda crise", afirmou, acrescentando que o partido está disponível para "facilitar ações e iniciativas que contribuam para o retorno progressivo à normalidade constitucional" e para encontrar soluções para tirar a Guiné-Bissau da crise através do diálogo com outros partidos, sociedade civil e comunidade internacional.

Victor Mandinga , da Aliança Democrática (AD), lembrou também na Assembleia que a Guiné-Bissau é dos países africanos que mais fez eleições justas e transparentes e que mesmo assim continua a conhecer instabilidade e violência, considerando que a transição só terá sucesso com "consensos políticos entre todas as forças".

Todas as intervenções coincidiram na importância do ato de hoje, que abre caminho ao consenso e que permite a formação de um governo de inclusão com a presença do PAIGC.

FP // APN.

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