DM – HB - Lusa
Hong Kong, China,
04 jan (Lusa) - As autoridades de Hong Kong anunciaram hoje a apreensão de mais
de uma tonelada de marfim avaliado em 10,6 milhões de dólares de Hong Kong
(1,05 milhões de euros), num carregamento proveniente do Quénia.
Os Serviços de
Alfândega da antiga colónia britânica apreenderam, na quinta-feira, 779 presas
de elefante, com um peso total de 1,3 toneladas, as quais foram cortadas e
escondidas em cinco caixas de madeira junto com placas de pedra num contentor
marcado com a inscrição "pedras arquitetónicas".
Esta foi a terceira
maior apreensão de marfim levada a cabo pelas autoridades de Hong Kong, num
intervalo inferior a três meses.
A maior da história
do território foi em outubro, altura em que foram descobertas 3,8 toneladas de
marfim contrabandeado oriundo do Quénia e da Tanzânia.
"Não é muito
comum encontrar pedras arquitetónicas do Quénia (...) [foi por isso] que nós
olhámos para este contentor como potencial depósito de bens de elevado
risco", afirmou Clare Kwan, dos Serviços de Alfândega de Hong Kong, aos
jornalistas.
O departamento
governamental recusou, contudo, divulgar para onde seguia o carregamento de
marfim, que passou pela Malásia.
Até ao momento, não
foram efetuadas detenções, estando as autoridades a investigar o caso.
Apesar das grandes
quantidades de marfim apreendidas, os Serviços de Alfândega refutam a ideia de
que Hong Kong se tenha transformado num centro de comércio ilegal de marfim.
"Não há
qualquer informação que sugira que há um aumento da tendência de contrabando de
presas de marfim", afirmou o responsável pelo controlo dos portos, Vincent
Wong, em conferência de imprensa.
Ao abrigo da
legislação da antiga colónia britânica, quem for considerado culpado de
importar, exportar e de ter em sua posse espécies em extinção para fins
comerciais enfrenta até dois anos de prisão e uma multa máxima de 5 milhões de
dólares de Hong Kong (495 mil euros), indicaram os Serviços de Alfândega.
A convenção sobre o
comércio internacional das espécies de fauna e flora selvagens ameaçadas de extinção
(CITES) proíbe, com raras exceções, o comércio internacional de marfim desde
1989, após se ter verificado uma redução brusca de populações de elefantes.
No entanto, o
aumento do comércio ilegal de marfim tem vindo a ser impulsionado pela procura
na Ásia e no Médio Oriente, onde as presas de elefantes são usadas na medicina
tradicional e para fazer ornamentos.
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