quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Liberdade de imprensa: Cabo Verde em queda - Repórteres sem Fronteiras




A Nação (cv)

Cabo Verde, Guiné-Bissau e Brasil e Cabo Verde são os países lusófonos que mais caíram na lista anual divulgada hoje pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que classifica a liberdade de imprensa no mundo.

O “Índice Mundial da Liberdade de Imprensa 2013” da RSF aponta que um grande número de jornalistas morreu no cumprimento do dever em 2012, o ano mais mortífero já registado pela organização.

Cabo Verde, apesar da queda na lista da RSF do 9.º para o 25.º lugar, continua a ser um dos países africanos, juntamente com a Namíbia e o Gana, tradicionalmente melhores colocados no ranking.

A Guiné-Bissau foi o país que teve a queda mais significativa entre os países lusófonos, descendo 17 lugares, passando da 75.ª para a 92.ª posição.

“Na Guiné-Bissau, o exército derrubou o governo entre as duas rondas das eleições presidenciais e aplicou uma censura militar sobre a imprensa, justificando assim a queda do país na classificação”, diz o relatório, que refere ainda um “black out” imposto aos meios de comunicação.

A 12 de abril de 2012, as forças militares guineenses promoveram um golpe de Estado que depôs o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

O Brasil sofreu uma queda de nove posições no "ranking" da RSF, passando da 99.ª para a 108.ª posição.

Considerado um modelo regional e motor económico da América Latina, o Brasil “continuou em queda em relação ao ano anterior”, refere o documento.

“Os cinco jornalistas que perderam a vida em 2012, assim como os problemas persistentes no pluralismo dos media explica esta deterioração”, sublinha o relatório, lembrando que em 2010, o Brasil ficou em 58.º lugar.

De acordo com a RSF, os meios de comunicação brasileiros sofrem de fortes desequilíbrios, sendo muito dependentes do poder político no interior dos estados. Os media regionais são mais expostos aos ataques e agressões dos seus funcionários e ordens de censura judiciais afetam também a blogosfera.

Moçambique sofreu uma queda de sete posições, passando do 66.º lugar para o 73.º lugar.

Angola subiu dois lugares, passando da 132.ª para a 130.ª posição, mas é o país lusófono pior colocado no relatório, enquanto Timor-Leste desceu quatro posições, de 86.º para 90.º.

Portugal subiu cinco posições em relação ao ano anterior, do 33.º para o 28.º lugar na lista.

A Guiné Equatorial, que pediu a sua entrada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), está na 166.ª posição, tendo caído cinco posições.

Os primeiros colocados no ranking da RSF foram Finlândia, Holanda, Noruega, Luxemburgo e Andorra.

Nos últimos lugares ficaram a Eritreia (179.º), Coreia do Norte (178.º), Turcomenistão (177.º), Síria (176.º) e Somália (175.º).

Para realizar este índice, que abrange 179 países, a RSF dirigiu um inquérito a 18 associações de defesa da liberdade de expressão nos cinco continentes, aos seus 150 correspondentes, bem como a jornalistas, investigadores, juristas e militantes dos direitos humanos.

O índice publicado anualmente avalia o grau de liberdade de que gozam jornalistas, meios de comunicação e cidadão e os meios implementados pelos Estados para que seja respeitada esta liberdade.

Com Lusa

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