A Nação (cv)
Cabo Verde,
Guiné-Bissau e Brasil e Cabo Verde são os países lusófonos que mais caíram na
lista anual divulgada hoje pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF),
que classifica a liberdade de imprensa no mundo.
O “Índice Mundial
da Liberdade de Imprensa 2013” da RSF aponta que um grande número de
jornalistas morreu no cumprimento do dever em 2012, o ano mais mortífero já
registado pela organização.
Cabo Verde, apesar
da queda na lista da RSF do 9.º para o 25.º lugar, continua a ser um dos países
africanos, juntamente com a Namíbia e o Gana, tradicionalmente melhores
colocados no ranking.
A Guiné-Bissau foi
o país que teve a queda mais significativa entre os países lusófonos, descendo
17 lugares, passando da 75.ª para a 92.ª posição.
“Na Guiné-Bissau, o
exército derrubou o governo entre as duas rondas das eleições presidenciais e
aplicou uma censura militar sobre a imprensa, justificando assim a queda do
país na classificação”, diz o relatório, que refere ainda um “black out”
imposto aos meios de comunicação.
A 12 de abril de
2012, as forças militares guineenses promoveram um golpe de Estado que depôs o
Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes
Júnior.
O Brasil sofreu uma
queda de nove posições no "ranking" da RSF, passando da 99.ª para a
108.ª posição.
Considerado um
modelo regional e motor económico da América Latina, o Brasil “continuou em
queda em relação ao ano anterior”, refere o documento.
“Os cinco
jornalistas que perderam a vida em 2012, assim como os problemas persistentes
no pluralismo dos media explica esta deterioração”, sublinha o relatório,
lembrando que em 2010, o Brasil ficou em 58.º lugar.
De acordo com a
RSF, os meios de comunicação brasileiros sofrem de fortes desequilíbrios, sendo
muito dependentes do poder político no interior dos estados. Os media regionais
são mais expostos aos ataques e agressões dos seus funcionários e ordens de
censura judiciais afetam também a blogosfera.
Moçambique sofreu
uma queda de sete posições, passando do 66.º lugar para o 73.º lugar.
Angola subiu dois
lugares, passando da 132.ª para a 130.ª posição, mas é o país lusófono pior
colocado no relatório, enquanto Timor-Leste desceu quatro posições, de 86.º
para 90.º.
Portugal subiu
cinco posições em relação ao ano anterior, do 33.º para o 28.º lugar na lista.
A Guiné Equatorial,
que pediu a sua entrada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
está na 166.ª posição, tendo caído cinco posições.
Os primeiros
colocados no ranking da RSF foram Finlândia, Holanda, Noruega, Luxemburgo e
Andorra.
Nos últimos lugares
ficaram a Eritreia (179.º), Coreia do Norte (178.º), Turcomenistão (177.º),
Síria (176.º) e Somália (175.º).
Para realizar este
índice, que abrange 179 países, a RSF dirigiu um inquérito a 18 associações de
defesa da liberdade de expressão nos cinco continentes, aos seus 150
correspondentes, bem como a jornalistas, investigadores, juristas e militantes
dos direitos humanos.
O índice publicado
anualmente avalia o grau de liberdade de que gozam jornalistas, meios de
comunicação e cidadão e os meios implementados pelos Estados para que seja
respeitada esta liberdade.
Com Lusa
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