quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Moçambique: MAIS DE CEM PESSOAS RESGATADAS, À PROCURA DE APOIO NAS REDES SOCIAIS




Mais de 100 pessoas resgatadas hoje em distrito do centro de Mocambique

30 de Janeiro de 2013, 15:40

Quelimane, Moçambique, 30 jan (Lusa) - Pelo menos 115 pessoas que estavam sitiadas no distrito de Nicoadala, Zambézia, centro de Moçambique, foram hoje resgatadas, numa operação coordenada por efetivos da Defesa Nacional, disse à Lusa fonte oficial.

Milton da Silva, do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) na Zambézia, disse que a operação de resgate por meios fluviais, iniciada na manhã de hoje, resulta da subida dos caudais dos principais rios, que tendem a inundar a sede do distrito.

"As pessoas que estavam sitiadas estão a ser retiradas da sede do distrito de Nicoadala", disse à Lusa Milton da Silva, acrescentando que a operação vai continuar até que sejam salvas todas as famílias, num número não especificado, que continuam no local.

Estima-se que mais de 500 pessoas deixaram a sede antes das inundações.

Neste mês de janeiro, as estatísticas do INGC indicam que as chuvas fortes levaram ao transbordo do rio Moleza, afetando 211 famílias, com 1.050 pessoas, das quais 650 ficaram totalmente desalojadas, tendo sido abrigadas nas escolas Mucoco e Birima.

Até agora, as chuvas já causaram a destruição de 706 casas, 73 salas de aulas e afetaram 3.393 pessoas na Zambézia, a maioria das quais nos distritos de Milange, Chinde, Gile, Nicoadala e Namarroi, apontam dados do INGC.

Durante a época chuvosa que começou em outubro, 68 pessoas perderam a vida em Moçambique e mais de 150 mil foram afetadas pelas calamidades naturais, segundo dados oficiais.

Entretanto, quase todos os principais rios das bacias hidrográficas da região centro de Moçambique continuam com os seus caudais acima dos níveis de alerta, com tendência a baixar lentamente, segundo dados da Administração Regional de Águas do Centro (ARA-Centro) enviados hoje à Lusa.

O Zambeze, o principal rio do país, e o quarto maior de África, foi medido, na terça-feira, mais de um metro acima do nível de alerta dos 5 metros, na estação de Caia.

Mais a sul, em Marromeu, o seu caudal continua a subir, tendo passado de 5,70 metros, no domingo, para 5,91 na terça-feira.

Na bacia do rio Púngue, na estacão de Mafambisse, medido hoje, o nível do rio continua 50 centímetros acima do nível de alerta (6.00 m), porém estacionário com tendência de baixar ligeiramente, indica em comunicado a ARA-Centro.

Na bacia do rio Save, nas estações da Vila Franca do Save, Massangena e Nova Mambone o nível dos caudais oscila com tendência a baixar.

Já na bacia do rio Búzi, os níveis dos rios Búzi (Goonda) e Lucite (Dombe) apresentam 5.50 metros com tendência de baixar, quase todos a 50 centímetros do alerta máximo.

AYAC // VM.

Sociedade civil moçambicana procura apoio para vítimas das cheias nas redes sociais

30 de Janeiro de 2013, 13:34

Maputo, 30 jan (Lusa) - Um grupo da sociedade civil moçambicana lançou na rede social Facebook um movimento solidário de apoio às vítimas das cheias no sul do país, tendo já conseguido cerca de seis toneladas de ajuda alimentar.

Criado para apoiar as vítimas das cheias que assolaram, em 2012, a região sulista de Moçambique, o "Movimento Solidário do FB" (MSFB) relançou, no início deste ano, a sua campanha de voluntariado na rede social, contando cerca de 2.150 membros.

"Este ano é uma situação mais dramática e, por causa disso, fomos um pouco mais arrojados. Em 2012, só recebíamos bens alimentares e vestuário, mas, este ano, abrimos uma conta bancária onde as pessoas podem depositar dinheiro", disse hoje à agência Lusa Dino Foi, um dos fundadores do movimento.

Devido à gravidade das cheias que assolaram a região durante este mês, e segundo o voluntário, o movimento está a receber mais ajuda este ano, tendo, até ao momento, angariado perto de seis toneladas de bens alimentares, três mil peças de vestuário, e cerca de 6.000 dólares (4.426 euros) em depósitos bancários.

"Estamos a pedir para que os bons samaritanos deem mais em alimentação, assim como água. Na verdade, as pessoas estão a precisar de comida neste momento. Não estamos a dizer que não precisam de roupa, mas a comida é essencial", apelou Dino Foi.

No sábado, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido do país, lançou críticas aos processos de recolha e entrega de ajuda às vítimas, considerando-os "burocráticos", mas o movimento diz-se afastado "da parte política da coisa".

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, fez idênticas críticas ao Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

"Eu sei o meu partido, e cada amigo sabe de que partido é. A mensagem que o MSFB é clara: não estamos a procurar culpados, estamos a procurar pessoas que querem ajudar", disse.

A ajuda recolhida pelo grupo, que também tem chegado de países como Portugal, Bélgica e Itália, vai ser entregue em dois centros de acolhimento de Maputo, na Costa do Sol e em Hulene, mantendo-se a campanha em funcionamento pelas próximas cinco semanas.

Segundo dados oficiais, as cheias já mataram 68 pessoas em Moçambique e provocaram mais de 150 mil desalojados.

EMYP // VM.

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